Romance da Pedra do Reino e a recepção pós-colonial de Homero

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v40-2024-31

Palavras-chave:

Romance da Pedra do Reino, Ariano Suassuna, Homero, Recepção dos Clássicos, Literatura pós-colonial

Resumo

Apesar de datar da segunda metade do século XX, o

Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta

, de Ariano Suassuna, propõe uma reflexão sobre a herança colonial portuguesa tendo como propósito refundar a nação a partir da mescla entre o erudito e o popular, com destaque para a cultura mestiça do sertão nordestino. A recepção de Homero é uma das estratégias de que o autor se vale para alcançar esse objetivo. Quaderna, o narrador protagonista do romance, inicia por rivalizar com o poeta grego, a quem atribui o título de Gênio Máximo da Humanidade, mas no afã de superá-lo termina por tornar-se um Homero Brasileiro. Defendo neste artigo que o Romance da Pedra do Reino constitua uma recepção pós-colonial de Homero.

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Biografia do Autor

Adriane da Silva Duarte, Universidade de São Paulo

Professora Titular de Língua e Literatura Grega na Universidade de São Paulo, bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq 1C

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Publicado

2024-12-04

Como Citar

DUARTE, A. da S. Romance da Pedra do Reino e a recepção pós-colonial de Homero. Letras & Letras, Uberlândia, v. 40, n. único, p. e4031 | p. 1–18, 2024. DOI: 10.14393/LL63-v40-2024-31. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/72112. Acesso em: 4 dez. 2024.