Composteira de história

Literatura em compostagem semiótica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v39-2023-15

Palavras-chave:

Literatura, Ecologia, Cultivo, Modos de viver, Encantamento

Resumo

Baseado no Chthuluceno proposto por Donna Haraway (2016, 2022), que chama atenção para a reflexão sobre recuperação ecológica, o objetivo deste artigo é apresentar uma composteira de história pela reescrita da relação humano e não-humano. A compostagem de histórias usa a ideia de material semiótico do Chthuluceno para investigar a coexistência de humanos, bruxas imaginadas e não-humanos por meio de diferentes linguagens e modos de viver, como, por exemplo, a poesia de Ní Chuilleanáin, a voz de Elza Soares, Medeia, a narrativa sobre as plantas, de Coccia (2018), o saber de Mãe Stella de Ọ̀ṣọ́si. A composteira materializada em artigo contribui para a prática e disseminação da sociobiodiversidade porque a literatura em compostagem borra fronteiras em favor da experiência decolonial com formas vivas várias. Desse modo, a compostagem de histórias oferece algumas percepções sobre nossa relação com a heterogeneidade e questiona nosso entendimento sobre o significado de “humano”.

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Biografia do Autor

Geisa Mueller, Bolsista CNPq/UFPR

Geisa Mueller é doutora em Letras (UFPR, 2019), professora convidada em cursos de pós-graduação de instituições privadas, empreendedora de projetos artístico-culturais e autora de material didático. Realiza pesquisa de pós-doutorado como bolsista CNPq (UFPR, 2023) por meio do projeto “Folha-se: fazer parentes com saberes sensíveis”. Autora de José de Alencar em obra: recepção crítica e diálogos teóricos (InterSaberes, 2022), do capítulo “Bordado e sedição em Semíramis, de Ana Miranda” (Ed. UEPG, 2022) e do artigo “Revisitando Orides Fontela: uma leitura ecocrítica” (Scripta Uniandrade, 2022).

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Publicado

2023-12-12

Como Citar

MUELLER, G. Composteira de história: Literatura em compostagem semiótica. Letras & Letras, Uberlândia, v. 39, n. único, p. e3915 | p. 1–16, 2023. DOI: 10.14393/LL63-v39-2023-15. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/70130. Acesso em: 3 dez. 2024.