O ensino da Libras e reflexões sobre os materiais didáticos em São Francisco do Conde (BA)

Autores

  • Alexandre António Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira http://orcid.org/0000-0002-2061-9391
  • Everton Perreira da Silva Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v37n2-2021-11

Palavras-chave:

LIBRAS, Ensino, Metodologia, Materiais didáticos, Cultura surda

Resumo

A LIBRAS é uma língua natural surgida no Brasil cuja função é de estabelecer a comunicação entre a comunidade surda. O presente artigo resulta de uma pesquisa inserida num projeto apoiado pela FAPESB e visa refletir sobre a metodologia de ensino de LIBRAS em São Francisco do Conde (BA) e propor materiais didáticos possíveis que possam melhorar cada vez mais a qualidade de ensino. É uma pesquisa bibliográfica que, por meio de diversos debates, analisou a questão em pesquisa chegando à conclusão de que não basta existir leis disponíveis em favor do surdo; é necessária a formação adequada de professores de LIBRAS, assim como a elaboração de materiais que possam atender à realidade local do surdo. A inclusão passa necessariamente pelo compartilhamento e integração do surdo na vida em sociedade e sem discriminação. Conclui-se ainda que a criatividade do professor é fundamental na criação de materiais didáticos que se aproximam à realidade do aluno surdo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alexandre António, Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Doutor em Linguística e Língua Portuguesa (2013) pela UNESP, Mestre em Linguística e Literatura moçambicana (2009) pela Universidade Eduardo Mondlane – Moçambique (UEM). É Licenciado e Bacharel em Ensino de Francês como Língua Estrangeira (2005) pela Universidade Pedagógica-Moçambique (UP).

Everton Perreira da Silva, Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Possui graduação em Administração Pela Faculdade Regional de Filosofia Ciências e Letras de Candeias (BA). Possui especialização em LIBRAS pela UNINTER/FACINTER – BA (2012). É professor voluntário no Curso de Introdução à Libras e sua cultura na UNILAB. Realizou atividades de interpretação na Prefeitura de São Francisco do Conde (BA).

Referências

BAGNO, M. Preconceito linguístico: o que é, como se faz? 52. ed. São Paulo: Loyola, 2009.

BENVENISTE, E. Comunicação animal e linguagem humana. In: BENVENISTE, E. (Org.). Problemas de Linguística Geral I. 4. ed. Campinas: Pontes, 1995. p. 60-67.

BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola, 2009.

BRASIL. Decreto nº 5.626/2005 de 22 de dezembro. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 2005.

BRASIL. Lei Federal nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 25 abr. 2002.

BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Diário Oficial da União, Brasília, 7 jul. 2015.

BURGEILE, O; SILVA, D. S. da; MELO, M. N. As implicações das crenças do professor para o ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras. In: BURGEILE, O.; ROCHA, J. C. B. (Org.) Estudos em linguística aplicada: multiculturalismo e ensino-aprendizagem de línguas. São Carlos: Pedro e João Editores, 2009. p. 179-190.

CALVET, L.-J. As políticas linguísticas. São Paulo: Parábola, 2007.

CAMARA JR. J. M. Língua e cultura. Letras, v. 4, p. 51-59, 1955.

CARMOZINE, M. M.; NORONHA, S. C. C. Surdez e LIBRAS: conhecimento em suas mãos. São Paulo: Hub Editorial, 2012.

CORRÊA, A. M. de S.; SILVA, E. K. S. da; BATISTA, A. G. Ferramentas tecnológicas no ensino de LIBRAS. Anais do Congresso de Tecnologia na Educação. Caruaru. setembro 2019. p. 1-13.

FILHO, J. C. P. de A. Crise, transições e mudança no currículo de formação de professores de línguas. In: FORTKAMP, M. B. M.; TOMITCH, L. M. B. (Org.). Aspectos da linguística aplicada: estudos em homenagem ao professor Hilário Inácio Bohn. Florianópolis: Insular, 2000. p. 33-50.

GESSER, A. LIBRAS? Que língua é essa? Crenças e preconceitos em torno da realidade surda e da língua de sinais. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

GESSER, A. O ouvinte e a surdez: sobre ensinar e aprender a LIBRAS. São Paulo: Parábola, 2012.

GOMES, E. O. Introdução histórica da língua de sinais kaapos. Revista em Favor de Igualdade Racial, v. 3, n. 1, p. 33-41, 2020.

LIMA, P. R. B de; FALKEMBACH, G. A. M.; TAROUCO, L. M. R. Objetos de aprendizagem no contexto de m-learning. Porto Alegre: Evangraf, 2014.

LEFFA, V. J. (Org.). Pesquisa em linguística aplicada: temas e métodos. Pelotas: EDUCAT, 2006.

LEFFA, V. J. Língua estrangeira: ensino e aprendizagem. Pelotas: Educat, 2016.

LUFT, C. P. Ensino e aprendizado da língua materna. São Paulo: Globo, 2007.

MUSSALIM, F. Linguística 1. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.

PEREIRA, M. C. da V. et al. LIBRAS: conhecimentos alem dos sinais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

QUADROS, R. M. de; KARNOPP, L. B. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004. DOI: https://doi.org/10.18309/anp.v1i16.560

RAJAGOPALAN, K. Por uma linguística crítica: linguagem, identidade e a questão ética. São Paulo: Parábola, 2003.

ROCHA, D; DAHER, D. C. Afinal, como funciona a Linguística Aplicada e o que pode ela se tornar? D.E.L.T.A., 31-1, p. 105-141, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-445062753693134622

ROCHA, P. S.R.; LIMA, R. W. de; QUEIROZ, P. G. G. Tecnologias para o Ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS): uma revisão sistemática da literatura. Revista Brasileira de Informática na Educação – RBIE, v. 26, n. 3, p. 42-60, 2018. DOI: https://doi.org/10.5753/rbie.2018.26.03.42

ROJO, R. H R. Fazer linguística aplicada em perspectiva sócio-histórica: privação sofrida e leveza de pensamento. In: LOPES, L. P. da M. (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006. p. 253-276.

SÃO FRANCISCO DO CONDE (BA). Lei Municipal nº 540/2018. Reconhece como meio de comunicação objetiva e de uso corrente a LIBRAS e dispõe sua implantação como segunda língua oficial para surdos na rede Municipal de Ensino. Diário Oficial do Município, Francisco do Conde, 20 set. 2018.

SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. Rio de Janeiro: Cultrix, 2006.

SEVERO, C. G. Política(s) linguística(s) e questões de poder. Alfa, v. 57, n. 2, p. 451-473, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S1981-57942013000200006

SILVA, D.S. da; QUADROS, R.M. de. Línguas de sinais de comunidades isoladas encontradas no Brasil. Brazilian Journal of Development, v. 5, n. 10, p. 22111-22127, 2019. DOI: https://doi.org/10.34117/bjdv5n10-342

SOARES, P. A. S. Língua Terena de Sinais: análise descritiva inicial da língua de sinais usada pelos terena da Terra Indígena Cachoeirinha. 2018. 214f. Tese (Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa) –Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2018.

TIMBANE, A. A.; FERREIRA, L. B. A família, a escola e o aluno: quem ensina o que e para quê? In: JORGE, W. J. (Org.). Abordagens teóricas e reflexões sobre a educação presencial a distância e corporativa. Maringá: UNIEDUSUL, 2019. p. 197-214.

TIMBANE, A. A.; VICENTE, J. G. Políticas publicas e linguísticas: estratégias e desafios no combate às desigualdades sociais em Moçambique. Revista Brasileira de Estudos Africanos, v. 2, n. 4, p. 114-140, jul.-dez. 2017. DOI: https://doi.org/10.22456/2448-3923.75794

UNESCO. Declaração Universal de Direitos Linguísticos. [s.l.]: UNESCO, jun. 1996.

VILHALVA, S. Mapeamento das línguas de sinais emergentes: um estudo sobre as comunidades linguísticas indígenas de Mato Grosso Do Sul. 2009. 137f. Dissertação (Mestrado) – Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2009.

Downloads

Publicado

2021-12-31

Como Citar

ALEXANDRE ANTÓNIO; DA SILVA, E. P. O ensino da Libras e reflexões sobre os materiais didáticos em São Francisco do Conde (BA). Letras & Letras, Uberlândia, v. 37, n. 2, p. 198–220, 2021. DOI: 10.14393/LL63-v37n2-2021-11. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/57596. Acesso em: 27 jul. 2024.