Subsídios para uma noção sociolinguística de estilo para textos escritos

norma culta e estilo monitorado revisitados

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL50-v16n2a2022-11

Palavras-chave:

Estilo, Texto Escrito, Norma Culta, Variação, Educação Linguística

Resumo

Revisitamos os conceitos de norma culta e de estilo monitorado em textos escritos para discutir a pertinência de uma noção sociolinguística de estilo para textos escritos. Para tanto, revisamos a literatura sociolinguística sobre estilo a partir de Labov (1966); Bell (1984) e Eckert (2000; 2008); Moore (2004) e Mendoza-Denton (2001) e apresentamos a discussão motivada por Coulmas (2014) sobre um suposto desinteresse dos estudos linguísticos e sociolinguísticos em tomar as produções escritas como objeto de análise. Em seguida, tendo em vista a discussão de Faraco (2008) e Preti (1999) sobre norma culta escrita, apresentamos resultados de análise linguística de um corpus composto por 12 textos de opinião, de jornal de circulação nacional, com vistas a observar o comportamento das variáveis ‘recuperação de antecedente textual por complemento verbal’ e ‘construção de orações relativas’. Por fim, como contribuição à discussão teórica, articulada à discussão dos resultados, argumentamos sobre a necessidade da revisão do conceito de monitoração estilística como critério balizador da norma culta escrita, propondo um enfoque que privilegie a noção de agência estilística e, finalmente, especulando sobre o que (dessa discussão) pode interessar à educação linguística e à pedagogia da variação linguística.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Adriano de Souza, Universidade Federal do Pampa

Doutorando da UFRGS, Professor da Unipampa.

Viviane de Vargas Geribone, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda da UFRGS, professora da Rede Municipal de Educação Básica de Bagé-RS.

Referências

BAGNO, M. Dicionário Crítico de Sociolinguística. São Paulo: Parábola, 2017.

BAGNO, M. A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira. São Paulo: Parábola, 2003.

BAGNO, M. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola, 2011.

BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad.: Paulo Bezerra. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2011. p. 261- 307.

BELL, A. Language Style as Audience Design. Language in Society 13:145-204, 1984. DOI https://doi.org/10.1017/S004740450001037X

BELL, A. Back in style: reworking audience design. In: RICKFORD, J. R; ECKERT, P. (ed.). Style and sociolinguistic variation. New York: Cambridge University Press, p.139-169, 2001. DOI https://doi.org/10.1017/CBO9780511613258.010

BOURDIEU, P. O mercado linguístico. In: BOURDIEU, P. Questões de Sociologia. Trad.: Fábio Creder. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019. p. 116-131.

BORTONI-RICARDO, S. M. Nós cheguemu na escola, e agora? – Sociolinguística e educação. São Paulo: Parábola, 2005.

COULMAS, F. Escrita e Sociedade. Trad.: M. Bagno. São Paulo: Parábola, 2014.

CAMACHO, R. G. Uma reflexão crítica sobre a teoria Sociolinguística. D.E.L.T.A, v. 26, n. 1, p. 141-162, 2010. DOI https://doi.org/10.1590/S0102-44502010000100006

ECKERT, P. Linguistic variation as social practice. Oxford: Blackwell, 2000.

ECKERT, P. Variation and the indexical field. Journal of Sociolinguistics, v. 12, n. 4, p. 453-476, 2008. DOI https://doi.org/10.1111/j.1467-9841.2008.00374.x

HABERMAS, J. As estruturas sociais da esfera pública. In : HABERMAS, J. Mudança Estrutural da Esfera Pública. Trad.: Denilson Luís Werle. São Paulo: Editora Unesp, 2014, p. 135-185.

HEBDIGE, D. Style as bricolage. In: HEBDIGE, D. Subculture: The Meaning of Style. New York: Taylor & Francis e-Library, 2002 [1979]. p. 100-113.

KLEIMAN, A. B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In: KLEIMAN, A. B. Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1995. p. 15-61.

LABOV, W. The isolation of contextual styles. In: LABOV, W. The social stratification of English in the New York City. Washington: Center of Applied Linguistics, 2006 [1966]. p. 58-86. DOI https://doi.org/10.1017/CBO9780511618208.007

LABOV, W. Padrões Sociolinguísticos. Trad.: M. Bagno, Mª M. P. Scherre e C. R. Cardoso. São Paulo: Parábola, 2008.

LAVE, J.; WENGER, É. Situated learning: legitimate peripheral participation. New York: Cambridge, 1991. DOI https://doi.org/10.1017/CBO9780511815355

MENDOZA-DENTON, N. Style. In: DURANTI, A. (ed.) Key Terms in Language and Culture. London : Blackwell, Revision of 2000.

MOORE, E. Sociolinguistic Style: A Multidimensional Resource for Shared Identity Creation. Canadian Journal of Linguistics/Revue canadienne de linguistique 49(3/4): 375–396, 2004. DOI https://doi.org/10.1017/S0008413100003558

RICKFORD, J. R; ECKERT, P. (ed.). Style and sociolinguistic variation. New York: Cambridge University Press, 2001. p. 139-169.

SALOMÃO-CONCHALO, M. A variação estilística na concordância nominal e verbal como construção de identidade social, 2015, 313f, Tese (Doutorado em Estudos Linguísticos). IBILCE, UNESP, São José do Rio Preto.

FARACO, C. A. Norma Culta Brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola, 2008.

FARACO, C. A. Linguagem & Diálogo: as ideias linguísticas do Círculo de Bakhtin. São Paulo: Parábola, 2009.

PRETI, D. A. propósito do conceito de discurso urbano oral culto: a língua e as transformações sociais. In: PRETI, D. A. (org.). O discurso oral culto. São Paulo: Humanitas Publicações-FFLCH/USP, 1999 [1997].

VOLÓCHINOV, V. Marxismo e filosofia da linguagem. Trad.: Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo: Editora 34, 2017.

Downloads

Publicado

08.07.2021

Como Citar

SOUZA, A. de; GERIBONE, V. de V. Subsídios para uma noção sociolinguística de estilo para textos escritos: norma culta e estilo monitorado revisitados. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 16, n. 2, p. 691–720, 2021. DOI: 10.14393/DL50-v16n2a2022-11. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/60936. Acesso em: 22 jul. 2024.