Mallarmé

tradutor e poeta, poeta e tradutor

Autores

  • Sandra Mara Stroparo Universidade Federal do Paraná - UFPR

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL32-v11n5a2017-9

Palavras-chave:

Mallarmé, Poe, Eu poético, Tradução

Resumo

Stéphane Mallarmé tradutor nasce praticamente ao mesmo tempo que o poeta. Aprende inglês apenas para ler e traduzir Edgar Allan Poe, descoberto inicialmente nas traduções de Charles Baudelaire. A relação com a língua se tornará importante em sua vida, definindo até mesmo sua profissão como professor de inglês, e embora também tenha traduzido alguns outros poetas, é à poesia de Poe que dedicará seu grande trabalho. A publicação de sua tradução de The Raven, ilustrada por Manet, marcou época na tradição do livro ilustrado e é bastante mais precoce: 1875. Mallarmé deixou três versões da tradução desse poema e elas nos permitem perceber certo caminho em torno de sua própria compreensão do poema bem como de suas escolhas poéticas. Das primeiras tentativas de tradução, mais formalizantes e literais, até a fluente prosa poética da versão definitiva, as estratégias tradutórias escolhidas pelo autor revelam, como um Beckett avant la lettre, uma ligação direta entre sua reflexão e concepção de poesia, demonstrando um caminho de amadurecimento e busca de efeitos específicos pelo poeta, o início de seu interesse pela língua inglesa assim como as influências definitivas de Baudelaire e Poe em sua obra.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Sandra Mara Stroparo, Universidade Federal do Paraná - UFPR

Professora de Literatura Brasileira e Teoria Literária, Departamento de Literatura e Linguística, Programa de Pós-Graduação em Letras, UFPR

Referências

ALLAIGRE, A. Mallarmé, poète-traducteur. Travaux et Documents Hispaniques, Rouen, n. 5, p. 5-16, 2013-2014.

BLANCHOT, M. Faux pas. Paris: Gallimard, 2004.

DERRIDA, J. La dissémination. Paris: Éditions du Seuil, 2006.

GALLI-ANDREANI, P. Mallarmé, Valéry et Claudel traducteurs. Paris: PUV - Université Paris 8, 2016.

GOFFAUX, F.-J. Conseils pour faire une version. Paris: Delalain, 1812.

JUSTIN, H. C’est très Poe, cela. Europe, Paris, n. 825-826, p. 158-168, jan./fev. 1998.

MAYRANT, G. Critique. Le Gaulois. Paris: 09/06/1875, n. 2427. Disponível em: http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k5216434/f2.item.zoom. Acesso em: 31 jan. 2017.

MALLARMÉ, S. Correspondance: 1862-1871. Paris: Gallimard, 1959. t. 1.

______. Œuvres complètes. Paris: Gallimard, 1945.

______. Œuvres complètes. Paris: Gallimard, 1998. v. 1.

______. Oeuvres complètes. Paris: Gallimard, 2003. v. 2.

POE, E. A. The collected tales and poems of Edgar Allan Poe. Ware: Wordsworth Editions Limited, 2009.

STROPARO, S. M. O caminho do silêncio: Mallarmé e Blanchot. Letras de hoje, Porto Alegre, v. 48, n. 2, p. 191-198, abr./jun. 2013.

Downloads

Publicado

21.12.2017

Como Citar

STROPARO, S. M. Mallarmé: tradutor e poeta, poeta e tradutor. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 11, n. 5, p. 1556–1566, 2017. DOI: 10.14393/DL32-v11n5a2017-9. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/37407. Acesso em: 24 nov. 2024.