Essencialização da surdez em discursivizações do status linguístico da Libras e implicações educacionais
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL17-v9n1a2015-11Palavras-chave:
Essencialização da surdez, Língua de sinais, Surdez, Política Educacional de inclusãoResumo
A questão que problematizamos neste texto refere-se à identificação do que chamamos de essencialização da surdez. Nossas análises partem de recortes de discursivizações sobre o status linguístico da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS/LSB) e suas implicações no cenário educacional das políticas de inclusão. Em nossa análise, trata-se de uma espécie de reinvenção da surdez que vem sendo levada à escola por meio do discurso do bilinguismo e da diferença. Nesta discussão, trazemos a concepção bakhtiniana de língua como interação verbal determinada pelas relações sociais (BAKHTIN, 2006) e contribuições de autores como Rajagopalan (2003), Hall (2000), Woodward (2009), Derrida (2001) e Bhabha (2005). Nossa posição é a de que a perspectiva inclusivista não consegue manter a coerência entre seus pressupostos e as ações implementadas para conduzir o problema da educação da criança surda. Levamos em consideração ainda a crítica de que a escola, ultimamente, tenha perdido sua identidade, enquanto instituição de ensino que prioriza o trabalho com os saberes associados a uma produção escrita de caráter erudito. Concluímos que, prioritariamente, o compromisso linguístico da escola, mesmo em se tratando de alunos surdos, deva ser com a língua portuguesa. Por uma questão de respeito às diferenças, a escola deve acolher a língua de sinais, contudo, não cabe a ela a promoção e a preocupação, em primeira instância, com a identidade linguística de crianças surdas.
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