Os conceitos de linguagem, de língua, de regra e de lei na Grammatica portugueza, de Júlio Ribeiro
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL50-v16n2a2022-5Palabras clave:
História das ideias linguísticas, Júlio Ribeiro, Grammatica portugueza, Teorias linguísticas, Século XIXResumen
A Grammatica portugueza, de Júlio Ribeiro, tem sido recorrente objeto de análise em trabalhos de diversos pesquisadores que se ocupam com a história da gramaticografia brasileira. Neste artigo, o intuito é investigar como os conceitos de linguagem, língua, regra e leis são estabelecidos pelo referido gramático na segunda edição de sua obra, publicada em 1885. O objetivo específico da investigação é comprovar que o estabelecimento desses quatro conceitos ocorre por meio de diferentes pressupostos teóricos que cooperam entre si, catalisados pela finalidade instrumental que o gramático atribui para sua obra. Com as investigações, constatamos que o processo de integração de diferentes pressupostos teóricos caracteriza o estabelecimento dos referidos conceitos, como supúnhamos. Comprovamos que o conceito de linguagem presume a boa manifestação do pensamento, de forma que agrade a outrem, e o conceito de regra engloba as balizas necessárias para essa boa manifestação do pensamento. Observamos também que o conceito de língua supõe que esta funcione do mesmo modo como às espécies orgânicas, pois se submetem à seleção e à luta pela sobrevivência, e são governadas por leis que podem ser descritas por meio da comparação de diferentes estados da língua. Concluímos, por fim, que a Grammatica portugueza possui finalidade de levar a seus leitores, de forma sistematizada, as regras que sistematizam o bom uso da linguagem, notadas em pessoas instruídas dotadas da capacidade de fazer esse bom uso, e as leis que governam o funcionamento evolutivo da língua portuguesa, apreendidas na comparação entre diferentes estados da língua.
Descargas
Métricas
Citas
AQUINO, J. E. O que há de materno na língua?: considerações sobre os sentidos de língua materna no processo de gramatização brasileira nos séuclos XIX e XX. 2012, 204 p. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2012.
ARNAULD, A; LANCELOT, C. Gramática de Port-Royal. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
AUROUX, S. A questão da origem das línguas seguido de a história das ciências. Campinas: Editora RG, 2008.
AUROUX, S. A revolução tecnológica da gramatização. Campinas: Editora da Unicamp, 2009.
AUROUX, S. Les modes d’historicisation. In: Histoire Épistémologie Langage, tome 28, fascicule 1, 2006. Histoire des idées linguistiques et horizons de rétrospection. pp. 105-116. DOI http://dx.doi.org/10.3406/hel.2006.2869
CAVALIERE, C. Fonologia e morfologia na gramática científica brasileira. Rio de Janeiro: EdUFF, 2000.
CAVALIERE, C. A gramática no Brasil: ideias, percursos e parâmetros. Rio de Janeiro: Lexikkon, 2014.
COLOMBAT, B.; FOURNIER, J.; PUECH, C. Uma história das ideias linguísticas. São Paulo: Contexto, 2017.
DESMET, P. Abel Hovelacque et l’école de linguistique naturaliste: l’inégalité des langues permet-elle de conclure à l’inégalité des races? In: Histoire Épistémologie Langage, tome 29, fascicule 2, 2007. Le naturalisme linguistique et ses désordres. pp. 41-59. DOI http://dx.doi.org/10.3406/hel.2007.3005
HARRIS, R.; TAYLOR, T. J. Landmarks in linguistic though: The Western tradition from Socrates to Saussure. New York: Routledge, 1994.
KOERNER, E. Positivism in 19th and 20th century linguistics. In: KOERNER, E. Amsterdam studies in the theory and history of linguistic science. V. 50 (Practicing linguistic historiography). Amsterdam: John Benjamins Publishing Company, 1989. DOI https://doi.org/10.1075/sihols.50
KOERNER, E. The natural science impact on theory formation in 19th and 20th century linguistics. In: KOERNER, E. Amsterdam studies in the theory and history of linguistic science. V. 50 (Professing linguistic historiography). Amsterdam: John Benjamins Publishing Company, 1995. DOI https://doi.org/10.1075/sihols.79
MAKAEV È. A. Les rapports entre grammaire comparée, grammaire contrastive et grammaire typologique. In: Langages, 4ᵉ année, n° 15, 1969. La linguistique en URSS. p. 32-42. DOI http://dx.doi.org/10.3406/lgge.1969.2516
NELSON, A. R. Nationalism, Transnationalism, and the American Scholar in the Nineteenth Century: Thoughts on the Career of William Dwight Whitney. The New England Quarterly, Vol. 78, No. 3 (Sep., 2005), p. 341-376. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/30045546. Acesso em: 22 jun. 2021.
PARIENTE, J. Grammaire et logique à Port-Royal. In: Histoire Épistémologie Langage, tome 6, fascicule 1, 1984. Logique et grammaire. p. 57-75. DOI http://dx.doi.org/10.3406/hel.1984.1176
PARREIRA, A. Contribución a la historia de la gramática brasileña del siglo XIX. 2011, 488 p. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filología, Universidad de Salamanca, Salamanca, 2011.
RIBEIRO, J. Grammatica portugueza. São Paulo: Livraria Francisco Alves & Cia, 1885.
VIDAL NETO, J. B. C. A Grammatica portugueza, de Júlio Ribeiro: um corte epistemológico na gramaticografia brasileira e a questão da língua portuguesa no Brasil. 2010. 141 p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
WHITNEY, W. D. Essentials of English grammar. 1870.
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Mairus Prete
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Domínios de Lingu@gem utiliza la licencia Creative Commons (CC) CC BY-NC-ND 4.0, preservando así la integridad de los artículos en un ambiente de acceso abierto. La revista permite al autor conservar los derechos de publicación sin restricciones.