O uso variável do imperativo de migrantes baianos em São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL40-v13n4a2019-5Palabras clave:
Imperativo, Contato dialetal, Migrantes baianos, Português paulista, Português baiano.Resumen
O imperativo, no português brasileiro, apresenta duas principais formas em variação: uma com morfologia de subjuntivo, ex.: “Traga o carro!”, e outra com morfologia de indicativo, ex.: “Traz o carro!” (SCHERRE, 2004). Oliveira (2015), a partir dos dados do ALiB (CARDOSO et al., 2014), mostrou a diferença de uso dessas formas entre Bahia e São Paulo, sendo que, em Salvador, a forma predominante é a subjuntiva (77 %), enquanto em São Paulo, é a indicativa (86 %). Este artigo analisa o uso do imperativo por baianos em São Paulo, partindo-se da hipótese de que tais migrantes aumentariam a proporção de uso da forma indicativa. A regressão logística de efeitos mistos, feita no R (R CORE TEAM, 2018), a partir do corpus formado por respostas de um questionário on-line aplicado a baianos em São Paulo (FIGUEREIDO; SOUZA, 2017), evidencia o aumento significativo do uso da forma indicativa pelos migrantes e sugere que ela ocorre mais: entre os menos escolarizados; entre os que migraram quando adultos; entre os que estão em São Paulo há menos tempo; em contexto de relações interpessoais assimétricas; em situações de ordem e pedidos (em contraste a conselhos e instruções); em contextos imediatos; e em sentenças afirmativas.
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