Repercussões da metodologia de constituição de amostras sobre a percepção da variação fonética

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL40-v13n4a2019-10

Palavras-chave:

Metodologia, Variação fonética, Percepção

Resumo

Este artigo investiga os efeitos da metodologia de constituição de amostras sobre a percepção fonética das variantes sibilantes [s] e [ʃ] em coda silábica do português brasileiro. Para tanto, 30 falantes da variedade florianopolitana realizaram um teste de classificação por similaridade. Os resultados indicaram que o local de origem dos pais dos informantes não afeta a percepção do grau relativo de similaridade entre as fricativas alveolar e palato-alveolar. Esse resultado sugere que o procedimento de constituição de amostras realizado sob os preceitos da Sociolinguística – a qual prevê que os informantes e seus pais devem ter nascido e crescido na mesma localidade, ou seja, devem compartilhar a mesma variedade linguística – pode ser ampliado no sentido de contemplar informantes cujos pais são falantes de outras variedades dialetais. Entende-se que essa abordagem metodológica é relevante para a pesquisa sobre a percepção da variação fonética, uma vez que permite uma maior aproximação da realidade linguística dos centros urbanos, marcada pela grande mobilidade populacional.

Downloads

Referências

BARANOWSKI, M. Sociophonetics. In: BAYLEY, R.; CAMERON, R.; LUCAS, C. (ed.). The Oxford Handbook of Sociolinguistics. Oxford: Oxford University Press, 2013. p. 403-424. DOI https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780199744084.013.0020

BIASIBETTI, A. P. C. S. Produção e percepção das fricativas sibilantes em Porto Alegre/RS e Florianópolis/SC. 2018. 195 f. Tese (Doutorado em Linguística). Programa de Pós-Graduação em Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.

BRESCANCINI, C. R. A fricativa palato-alveolar e sua complexidade: uma regra variável. 2002. Tese (Doutorado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

BOERSMA; P.; WEENINK, D. Praat: doing phonetics by computer [Programa de computador]. Versão 6.0.18, 2016.

ECKERT, P.; LABOV, W. Phonetics, phonology and social meaning. Journal of Sociolinguistics, v. 21, n. 4, p. 467–496, 2017. DOI https://doi.org/10.1111/josl.12244

FOULKES, P. Exploring social-indexical variation: a long past but a short history. Laboratory Phonology, v. 1, p. 5–39, 2010. DOI https://doi.org/10.1515/labphon.2010.003

FOULKES, P.; DOCHERTY, G. The social life of phonetics and phonology. Journal of Phonetics, v. 34, n. 4, p. 409–438, 2006. DOI https://doi.org/10.1016/j.wocn.2005.08.002

FOULKES, P.; SCOBBIE, J. M; WATT, D. Sociophonetics. In: HARDCASTLE, W. J; LAVER, J; GIBBON, F. E. (ed.). The Handbook of Phonetic Sciences, 2010. p. 703–754. DOI https://doi.org/10.1002/9781444317251.ch19

GOLDINGER, S. Words and voices: perception and production in an episodic lexicon. In: JOHNSON, K; MULLENNIX, J. (ed.). Talker Variability in Speech Processing. San Diego: Academic Press, 1997. p. 33–66.

JOHNSON, K. Speech perception without speaker normalization. In: JOHNSON, K; MULLENNIX, J. (ed.). Talker Variability in Speech Processing. San Diego: Academic Press, 1997. p. 145-165.

MENDES, R. B.; OUSHIRO, L. O paulistano no mapa sociolinguístico brasileiro. ALFA, v. 56, n. 2, p. 973-1001, 2012. DOI https://doi.org/10.1590/S1981-57942012000300011

OUSHIRO, L. Identidade na pluralidade: avaliação, produção e percepção linguística na cidade de São Paulo. 394 f. Tese (Doutorado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Semiótica e Linguística Geral, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.

PEIRCE, J. W. PsychoPy: Psychophysics software in Python. Journal of Neuroscience Methods, v. 162, n. 1−2, 2007. DOI https://doi.org/10.1016/j.jneumeth.2006.11.017

PIERREHUMBERT, J. B. Exemplar dynamics: Word frequency, lenition, and contrast. In: BYBEE, J. L.; HOPPER, P. (ed.). Frequency effects and the emergence of lexical structure. John Benjamins, Amsterdam: 2001. p. 137–157. DOI https://doi.org/10.1075/tsl.45.08pie

RSTUDIO TEAM. RStudio: Integrated Development for R. RStudio, Inc., Boston, 2017. Disponível em: http://www.rstudio.com/

THOMAS, E. R. Sociophonetics: an introduction. Basingstoke, UK/New York: Palgrave, 2011. DOI https://doi.org/10.1007/978-1-137-28561-4

Downloads

Publicado

15.12.2019

Como Citar

BIASIBETTI, Ana Paula Correa da Silva. Repercussões da metodologia de constituição de amostras sobre a percepção da variação fonética. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 13, n. 4, p. 1581–1595, 2019. DOI: 10.14393/DL40-v13n4a2019-10. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/46901. Acesso em: 8 abr. 2025.