Inteligência Artificial e análise linguística
uma atividade de análise através do DeepSeek-R1
DOI:
https://doi.org/10.14393/DLv19a2025-53Palavras-chave:
Análise Linguística, Inteligência Artificial, DeepSeek-R1, Reflexão, UsoResumo
Neste artigo, discute-se acerca de uma atividade de análise linguística realizada pelo DeepSeek-R1 ou DeepThink (R1), recurso da empresa chinesa de inteligência artificial DeepSeek, lançado em 2025. DeepSeek é um chatbot de Inteligência Artificial Generativa, ou seja, um modelo capaz de criar textos a partir de comandos, semelhante ao ChatGPT da OpenAI. Dentro dele, existe a ferramenta aqui utilizada: o DeepSeek-R1 ou DeepThink (R1). A escolha desta em específico se deu pela sua capacidade de desenvolver raciocínios e apresentá-los aos usuários, de modo a evidenciar qual foi o caminho trilhado para produzir uma resposta. Essa ferramenta promete se destacar em atividades complexas e desafiadoras, em razão da sua abordagem “Mistura de Especialistas” (MoE), que recebe o prompt e o processa através de parâmetros exclusivos. No comando feito para este chatbot, foi pedido que ele realizasse a análise de uma mesma frase utilizada na disciplina “Análise linguística nos contextos de ensino-aprendizagem de língua portuguesa”, ministrada pelo Prof Dr. Sinval Martins de Sousa Filho, no Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal de Goiás. O prompt utilizado foi estratégico por se tratar da análise de uma frase sem contexto estabelecido, com ambiguidades e vagueza. O objetivo do estudo foi perceber como uma ferramenta treinada concebe a Análise Linguística (AL) e como realiza os procedimentos de reflexão sobre o uso linguístico, em relação ao que fazem os estudantes da disciplina com foco em AL. Neste sentido, essa pesquisa se fundamenta nos trabalhos de Bakhtin (1997), Franchi (1987), Geraldi (1984) e outros estudiosos da Análise Linguística como Lima e Sousa Filho (2023) e Mendonça (2006). Os dados revelam limitações na análise do DeepSeek-R1 e uma concepção diferente da Análise Linguística proposta por Geraldi (1984), o que evidencia a importância de compreender a Inteligência Artificial como uma ferramenta que trabalha em conjunto com os usuários, não fornecendo respostas irrefutáveis ou que dispensem averiguação.
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