Interseções entre tecnologias digitais e agência social no ensino de leitura em inglês
DOI:
https://doi.org/10.14393/DLv19a2025-52Palavras-chave:
Tecnologia digital, Agência social, Recurso Educacional Digital, Inteligência Artificial Generativa, Ensino de leitura em inglêsResumo
O conceito de tecnologia engloba técnicas, conhecimentos e ferramentas criadas para resolver ou mitigar problemas humanos (Silva et al., 2013). Desde invenções antigas como a roda até softwares modernos, todas resultam de uma mesma fonte, a inteligência humana. Essas criações transformam a vida cotidiana e impulsionam o redesenho de práticas sociais. Na contemporaneidade, uma tecnologia digital tem provocado debates relevantes em diversas esferas da atividade humana, especialmente na esfera acadêmica/escolar: a Inteligência Artificial Generativa (IAG). Neste artigo, focamos no ensino de leitura em inglês como língua estrangeira no ensino superior, a partir de um recorte da pesquisa de mestrado de abordagem qualitativa realizada por Albuquerque (2024), desenvolvida na Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ECT/UFRN). Nosso objetivo é analisar como a produção colaborativa de Recursos Educacionais Digitais (RED) com IAG (ChatGPT) pode viabilizar o desenvolvimento da agência social de indivíduos envolvidos nessa produção. A investigação foi conduzida no componente curricular "Prática de Leitura em Inglês" (PLI), ofertado na ECT/UFRN, com a participação de sete colaboradores/as de pesquisa — uma docente e seis monitores/as que também são graduandos/as da instituição, oriundos/as de diferentes ênfases e áreas da engenharia. Ao longo de três oficinas de multiletramentos, esses/as participantes exploraram o uso do ChatGPT em articulação com outras plataformas digitais (Quizizz, Plickers e Flippity), com o objetivo de criar RED voltados ao ensino de leitura em inglês, alinhados aos objetivos pedagógicos do componente de PLI. Para a análise dos dados, adotamos um referencial teórico que integra estudos sobre tecnologia, Inteligência Artificial, agência social e multiletramentos. Os resultados apontam que o uso crítico e criativo da IAG em práticas pedagógicas pode ampliar as possibilidades de desenvolvimento da agência social dos sujeitos, contribuindo para o redesenho dos modos de agir, ensinar e construir significados na esfera acadêmica/escolar.
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