Explorando gênero e igualdade por meio da música “Imagine” e suas interseccionalidades no ensino de língua inglesa

Resumo

A música tem se mostrado uma ferramenta pedagógica relevante para promover não apenas a aprendizagem linguística, mas também a reflexão crítica em sala de aula. Nesse contexto, este artigo investiga o uso da canção “Imagine”, de John Lennon, na versão interpretada pelo grupo Pentatonix, em aulas de Língua Inglesa, com vistas a discutir questões sociais contemporâneas, especialmente normas de gênero, masculinidades tóxicas e inclusão social. O objetivo central é analisar como a integração da música em um contexto pedagógico pode favorecer a construção de um espaço dialógico no qual estudantes problematizem discursos normativos e reflitam sobre identidades plurais, articulando língua, cultura e consciência social. A pesquisa foi conduzida em uma universidade pública no interior de Goiás, com 10 alunos/as do sexto período do curso de Letras, sendo sete deles participantes efetivos de análise. A metodologia adotada caracteriza-se como estudo de caso, com abordagem qualitativa e naturalista (Lüdke; André, 1986; Stake, 1999; Yin, 2005), fundamentando-se em referenciais teóricos de Beauvoir (1967), Butler (2003), Fairclough (2008), Fanon (2008), Foucault (2011), Hooks (2015) e Louro (2016). A aula foi organizada em etapas que contemplaram a exibição do videoclipe, a análise da letra, atividades em grupo e uma roda de conversa, a fim de possibilitar múltiplas interações com a canção e seus significados. Os resultados revelam que a atividade possibilitou discussões críticas sobre paz, igualdade social, diversidade cultural e solidariedade, evidenciando sensibilização dos/as estudantes frente às desigualdades e às normas de gênero que estruturam a sociedade. As falas analisadas mostraram que a música funcionou como catalisadora de reflexões sobre inclusão e equidade, reforçadas pela performance à capela do Pentatonix, cuja diversidade de vozes e representações visuais intensificou o caráter estético e crítico da experiência. Conclui-se que a integração de recursos artísticos, como a música, no ensino de Língua Inglesa extrapola a aprendizagem de estruturas linguísticas, contribuindo de forma significativa para a formação cidadã e reflexiva dos/as alunos/as. Nesse sentido, recomenda-se a continuidade da exploração de práticas pedagógicas que articulem ensino de línguas e reflexão social, com vistas à construção de ambientes educacionais mais inclusivos, críticos e emancipadores.