A preparação de migrantes para o ENCCEJA em um curso popular para preparação para o ENEM

um relato de experiência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/DLv18a2024-64

Palavras-chave:

Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA), Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Português como Língua de Acolhimento, Relato de experiência, Ensino superior

Resumo

Neste artigo, deseja-se debater o processo de preparação de migrantes para a realização do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA) a partir das experiências vividas pela professora de Linguagens e Redação do Pró-Imigrantes. O Pró-Imigrantes é um curso popular destinado a migrantes que desejam realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), especialmente com o intuito de acessarem o Ensino Superior no Brasil. O curso é sediado na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (Fale-UFMG). Ainda que sejam aceitos migrantes em qualquer contexto, o projeto tem atendido, em sua maioria, migrantes de crise. A partir de experiências prévias dentro do curso, observou-se a crescente necessidade dos alunos de revalidarem ou obterem o seu diploma e histórico escolar do Ensino Médio no Brasil. O ENCCEJA foi o processo mais ágil e simplificado encontrado pela equipe da época. Portanto, desde 2022, além da preparação para o Enem (Melo, 2023), o curso oferece também preparação para o ENCCEJA. Neste trabalho, analisa-se quais os principais desafios e especificidades da preparação de migrantes de crise para essa avaliação a partir do relato de experiência da professora que atua no projeto desde 2020 e que também participou da pesquisa e da implementação do ENCCEJA no curso popular. O relato de experiência se baseia em trabalhos previamente feitos por pesquisadores neste mesmo contexto, como Oliveira (2019a), Ferreira et. al. (2022) e Melo (2023). Por tratar do ensino de Linguagens e Redação e, portanto, do ensino e aprendizagem de línguas, este trabalho também se insere na área de Português como Língua de Acolhimento (PLAc) (Grosso, 2021; Lopez; Diniz, 2018)). Resultados prévios apontam para o fato de que uma das principais dificuldades encontradas pelos alunos migrantes está em compreender o funcionamento da prova, bem como os procedimentos de leitura de edital e leitura de enunciados.

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Biografia do Autor

Lívia Elisa L. Melo, FALE-UFMG/ Doutoranda

Graduada pela FALE UFMG em Letras Licenciatura dupla Alemão Português. Mestre em estudos linguísticos pela FALE UFMG, atualmente é doutoranda na mesma área e pela mesma instituição.

Luciane Corrêa Ferreira, UFMG

Doutorado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007) e doutorado-sanduíche em Psicologia - University of California Santa Cruz (2005). Atualmente é Professora Associada na FACULDADE DE LETRAS da UFMG e professora DO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS (POSLIN), áreas Linguística Teórica e Descritiva e Linguística Aplicada. 

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Publicado

13.12.2024

Como Citar

ELISA LEMOS MELO, L.; FERREIRA, L. C. A preparação de migrantes para o ENCCEJA em um curso popular para preparação para o ENEM: um relato de experiência. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 18, p. e1864, 2024. DOI: 10.14393/DLv18a2024-64. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/74667. Acesso em: 30 dez. 2024.

Edição

Seção

Internacionalização e ensino de línguas estrangeiras no Brasil numa perspectiva plurilíngue