Intimidade artificial
explorações contextuais em produções artificiais
DOI:
https://doi.org/10.14393/DLv18a2024-63Palavras-chave:
Distância social, intimidade, ChatGPT, Engenharia de promptResumo
Fundamentado pela Linguística Sistêmico-Funcional (LSF), este estudo procurou explorar capacidades (con)textuais do ChatGPT (versão 4o), um dos chatbots de inteligência artificial mais populares contemporaneamente. Mais especificamente, investigamos capacidades relativas ao sistema contextual de distância social, que descreve o grau de “intimidade” realizado pelo texto. Para isso, trabalhamos com dois corpora paralelos: em um, instruímos o ChatGPT acerca do sistema em questão e de sua realização semiótica; depois, solicitamos que parafraseasse cinco textos naturais, segundo os quatro graus de distância social descritos pelo sistema e seguindo os princípios realizacionais propostos; em outro, pedimos que os mesmos textos fossem parafraseados segundo graus de “intimidade”, “pessoalidade” e “formalidade” – termos êmicos que frequentemente dizem respeito a diferentes graus de distância social. As paráfrases artificiais foram, então, analisadas qualitativamente segundo descrições léxico-gramaticais e semântico-discursivas da LSF. Como resultado, observamos que a instrução explícita acerca dos princípios que regem a realização do sistema resulta em paráfrases com índices realizacionais mais numerosos e salientes de cada um dos graus de distância social, com implicações relevantes tanto para a investigação analítica de produções artificiais enquanto objetos sociossemióticos quanto para aplicações em diferentes áreas.
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