Read fast and effectively!

Uma investigação empírica sobre as Construções de Adjetivo Adverbial e de Advérbio Canônico do inglês norte-americano à luz da Gramática de Construções Baseada no Uso

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/DLv18a2024-45

Palavras-chave:

Construção com Adjetivo Adverbial, Efeito de foco, Gramática de Construções Baseada no Uso, Inglês norte-americano

Resumo

O português brasileiro apresenta pelo menos duas construções distintas de modificação verbal: a Construção de Advérbio Canônico (CAC; por exemplo, Pedro falou rapidamente), e a Construção de Adjetivo Adverbial (CAA; por exemplo, Pedro falou rápido). Virgínio et al. (2021) defende a existência de uma diferença discursivo-pragmática entre os dois padrões; argumenta-se que a CAA, mas não a CAC, exige que o modificador verbal seja o elemento mais informativo (foco primário) do enunciado. Neste artigo verifica-se se essa mesma restrição atua no sentido de reduzir a produtividade da CAA do inglês norte-americano (evidenciada em usos como speak slow, por exemplo). Para isso, foi desenvolvido um experimento offline de julgamento de aceitabilidade no qual 28 falantes nativos do inglês norte-americano julgaram sentenças com adjetivos adverbiais (AAs) e sentenças com advérbios canônicos em quatro condições, baseadas em uma combinação de frequência e foco. Os resultados comprovaram que existe diferença significativa na aceitabilidade de enunciados contendo AAs nas condições de foco primário e não-primário (p = 0.003), fornecendo evidências em favor da hipótese de que a CAC do inglês norte-americano também é sensível a fatores discursivo-pragmáticos. No entanto, foi constatado efeito significativo de foco com advérbios canônicos (p = 0.037). Apesar dessa afinidade discursivo-pragmática entre os dois tipos de modificadores verbais, o cálculo de intensidade do efeito apontou efeito moderado de foco para AAs e efeito fraco para advérbios canônicos. No artigo, faz-se uma proposta sistemática de representação da rede construcional da modificação verbal do inglês norte-americano com base nos resultados experimentais obtidos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Maria Clara Pimenta Camelo dos Santos, UFRJ

Mestre em Linguística (UFRJ).

Diogo Oliveira Ramires Pinheiro, UFRJ

Doutor em Linguística. Professor Adjunto da UFRJ.

Referências

AMBRIDGE, B. How do children restrict their linguistic generalizations?: an (un) grammaticality judgment study. Cognitive Science, 37, 3, 2013. DOI https://doi.org/10.1111/cogs.12018

BARBOSA, M. G. Gramaticalização de advérbios a partir de adjetivos: um estudo sobre os adjetivos adverbializados. Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, 2006.

BLYTHING; R. P.; AMBRIDGE, B.; LIEVEN, E. Children use statistics and semantics in the retreat from overgeneralization. PloS ONE, 9, 10, e110009, 2014. DOI https://doi.org/10.1371/journal.pone.0110009

BOYD, J. K.; GOLDBERG, A. E. Learning what not to say: The role of statistical preemption and categorization in a-adjective production. Language. v. 87, n. 1, p. 1-29, 2011. DOI https://doi.org/10.1353/lan.2011.0012

BYBEE, J. Language, usage and cognition. Cambridge: University Press, 2010. DOI https://doi.org/10.1017/CBO9780511750526

CHAFE, W. Cognitive constraints and information flow. In: TOMLIN, R. (ed.), Coherence and grounding in discourse: outcome of a Symposium. Filadélfia: John Benjamins Publishing, 1987. DOI https://doi.org/10.1075/tsl.11.03cha

DIESSEL, H. Usage-based Construction Grammar. In: DABROWSKA, E.; DIVJAK, D. The Handbook of Cognitive Linguistics. Berlin: Mouton de Gruyter, 2015. DOI https://doi.org/10.1515/9783110292022-015

Syntactic intrusions and the notion of grammatical construction. Proceedings of the 11th Annual Meeting of the Berkeley Linguistics Society, 1985. p. 73-86.

GOLDBERG, A. E. Constructions at work: the nature of generalization in language. Cambridge: University Press, 2006. DOI https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780199268511.001.0001

HUMMEL, M. A conversão do adjetivo em advérbio em perspectiva sincrônica e diacrônica. Confluência, n. 25/26, p. 175-192, 2003.

LAMBRECHT, K. Information structure and sentence form: topic, focus and the mental representation of referents. Cambridge: University Press, 1994. DOI https://doi.org/10.1017/CBO9780511620607

LOBATO, L. M. P. Sobre o suposto uso adverbial de adjetivo: a questão categorial e as questões da variação e da mudança linguística. In: VOTRE, S.; RONCARATI, C. (org.). Anthony Julius Naro e a linguística no Brasil: uma homenagem acadêmica. Rio de Janeiro: 7Letras, 2008. p. 219-241.

VIRGÍNIO, V.; PINHEIRO, D.; KENEDY, E. Advérbios em -mente e adjetivos adverbiais oferecem contribuições distintas para a estrutura informacional da sentença. Linguística (Alfal), 37, 2. 2021. DOI https://doi.org/10.5935/2079-312X.20210025

Downloads

Publicado

08.10.2024

Como Citar

SANTOS, M. C. P. C. dos; PINHEIRO, D. O. R. Read fast and effectively! Uma investigação empírica sobre as Construções de Adjetivo Adverbial e de Advérbio Canônico do inglês norte-americano à luz da Gramática de Construções Baseada no Uso. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 18, p. e1845, 2024. DOI: 10.14393/DLv18a2024-45. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/71094. Acesso em: 21 dez. 2024.