A Construção das Identidades da personagem Marji na HQ Persépolis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/DLv18a2024-5

Palavras-chave:

Identidade, Crenças, Atitudes, Persépolis

Resumo

O presente estudo, com base na Sociolinguística laboviana (Labov, 2008), nas Crenças e Atitudes dos psicólogos sociais  Lambert e Lambert (1972) e  do linguista Moreno Fernández (1998), assim como nas noções de  identidade segundo Bordieu (1977), Mendoza-Denton (2002), Bonnewitz (2003), Hall (2006), Kiesling (2013), Battisti (2014) e Oushiro (2019), tem como objetivo principal analisar   como a convivência com diferentes grupos sociais reflete na construção da identidade, nas crenças e atitudes linguísticas de Marji, personagem principal da História em Quadrinhos (HQ): Persépolis. A escolha dessa história para o presente estudo justifica-se por sua importância histórica quanto ao papel da mulher em algumas comunidades do Oriente Médio e por ser a primeira HQ escrita, de forma autobiográfica, por uma mulher iraniana. Ela é narrada do ponto de vista de Marji e discorre sobre a imposição do islamismo no Irã.  Nesta pesquisa de cunho descritivo e interpretativo (Moita Lopes, 1994), temos também como objetivos a) expor alguns aspectos sociais, históricos e políticos narrados, na História em Quadrinhos Persépolis; b) verificar, com base nos relatos da protagonista Marji, algumas imposições à mulher iraniana.  A partir da análise, foi possível, de modo geral, observar como as crenças e as atitudes da protagonista influenciaram na construção de suas identidades de acordo com a participação em diferentes comunidades dentro e fora do Irã.

Downloads

Biografia do Autor

  • Wanessa Rodovalho Melo Oliveira, UNEMAT

    Mestre em Letras pela UEM, doutoranda em Linguística pela UNEMAT.

  • Dircel Aparecida Kailer, UEL

    Doutora em Letras pela UNESP. Professora nos programas de pós-graduação: PPGEL (UEL), PROFLETRAS (UEL) e, como convidada, no PPGL da UNEMAT/Cáceres.

Referências

BAGNO, M. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: edições Loyola, 1999.

BATTISTI, E. Redes sociais, identidade e variação linguística. In: FREITAG, R. M. Ko (ed.). Metodologia de coleta e manipulação de dados em Sociolinguística. São Paulo: Blucher, 2014. p. 79–98. DOI https://doi.org/10.5151/BlucherOA-MCMDS-7cap

BEM, D. J. Convicções, atitudes e assuntos humanos. Trad. Carolina Martuscelli Bori. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1973.

BISINOTO, L. S. J. Atitudes sociolinguísticas em Cáceres-MT: efeitos do processo migratório. Dissertação de Mestrado. Campinas: Unicamp, Instituto de Estudos da Linguagem, 2000.

BOURDIEU, P. Outline of a theory of practice. Cambridge: Cambridge University Press, 1977. DOI https://doi.org/10.1017/CBO9780511812507

BONNEWITZ, P. Primeiras lições sobre a sociologia de P. Bourdieu. Petrópolis: Vozes, 2003.

ECKERT, P.; MC-CONNELL-GINET, S. Think practically and look locally: Language and gender as community-based practice. Annual review of Anthropology. Vol. 27, p. 461-90, 1992. DOI https://doi.org/10.1146/annurev.anthro.21.1.461

FERNÁNDEZ, F. M. Principios de sociolinguística y sociologia del lenguaje. Barcelona: Ariel, 1998.

HALL, S. A identidade cultural da pós-modernidade. São Paulo: DP&A, 2006.

LABOV, W. Padrões sociolinguísticos. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

LAMBERT, W. W.; LAMBERT, W. E. Psicologia social. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.

KIESLING, S. F. Constructing identity. In: CHAMBERS, J. K.; SCHILLING, N. (ed.), The handbook of language variation and change. 2 ed. Malden, MA: Wiley-Blackwell, 2013. p. 448–467. DOI https://doi.org/10.1002/9781118335598.ch21

MENDOZA-DENTON, N. Language and identity. In: CHAMBERS, J. K.; TRUDGILL, P.; SCHILLING-ESTES, N. (ed.). The handbook of language variation and change. 1 ed. Malden, MA: Blackwell, 2002. p. 475–499. DOI https://doi.org/10.1111/b.9781405116923.2003.00027.x

LOPES, L. P. da M. Pesquisa interpretativista em lingüística aplicada: a linguagem como condição e solução. DELTA: Documentação E Estudos Em Linguística Teórica E Aplicada, 10 (2), 2019.

MORETÃO, A. S. A posição da mulher no Irã da mulher no Irã antes e depois da Revolução Iraniana em composição com a Turquia. Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2017.

OUSHIRO, L. Conceitos de Identidade e Métodos para seu estudo na Sociolinguística. Revista Estudos Linguísticos e Literários, Salvador; nº 63, núm. ESP, 2019. pp. 304-325. DOI https://doi.org/10.9771/ell.v0i63.33777

SATRAPI, M. Persépolis. Trad. Paulo Werneck. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

SCHLIEBEN-LANGE, B. História do falar e história da linguística. Tradução: Fernando Tarallo et al. Campinas: UNICAMP, 1993.

SEDGHI, H. Women and Politics in Iran: Veiling, Unveiling and Reveiling. 1. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2007. DOI https://doi.org/10.1017/CBO9780511510380

TEIXEIRA, U. T. Promoção de Democracia e Apoio a Governos Autoritários pelos Estados Unidos: transições de regime e realinhamentos de política externa no Irã e no Egito / Ulysses Tavares Teixeira – Brasília, 2016.

Downloads

Publicado

17.02.2024

Como Citar

OLIVEIRA, Wanessa Rodovalho Melo; KAILER, Dircel Aparecida. A Construção das Identidades da personagem Marji na HQ Persépolis. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 18, p. e1805, 2024. DOI: 10.14393/DLv18a2024-5. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/70700. Acesso em: 12 jun. 2025.