A posição das orações concessivas introduzidas por 'aunque' no espanhol falado peninsular
uma análise discursivo-funcional
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL40-v14n1a2020-1Palavras-chave:
Orações concessivas, Posição, Conjunção aunque, Gramática Discursivo-Funcional, Espanhol faladoResumo
Este trabalho analisa a posição das orações concessivas introduzidas por aunque no espanhol peninsular falado, à luz do modelo teórico da Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008), que prevê quatro níveis de análise hierarquicamente organizados: Interpessoal, Representacional, Morfossintático e Fonológico. O ponto de partida para a análise da posição toma como critérios a pressuposição de conteúdo, diretamente relacionada à informatividade das orações, e a (in)dependência da oração concessiva com relação à principal. Os dados selecionados consistem em entrevistas pertencentes ao Projeto PRESEEA, mais especificamente amostras de fala das cidades espanholas de Alcalá de Henares, Granada, Madri e Valência. A análise revela que as orações concessivas que atuam nas camadas da Ilocução e do Conteúdo Proposicional, pertencentes, respectivamente, ao Nível Interpessoal e ao Nível Representacional, ocorrem, preferencialmente, antes da oração principal, por exercerem o papel de modificadores. Apresentam, assim, uma maior dependência semântico-sintática com relação à oração principal e trazem, predominantemente, conteúdos pressupostos. Já as concessivas que atuam nas camadas do Movimento e do Ato Discursivo, unidades do Nível Interpessoal, ocorrem sempre após a oração principal. Tais orações inserem comentários ou digressões relativos à informação anteriormente expressa e trazem, predominantemente, conteúdos não pressupostos. A pesquisa comprova que a posição, enquanto critério do Nível Morfossintático, é motivada pelas representações advindas dos níveis hierarquicamente superiores (Interpessoal e Representacional).
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