A modalidade volitiva no discurso de posse de Jair Bolsonaro
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL39-v13n3a2019-15Palavras-chave:
Gramática Discursivo-Funcional, Modalidade volitiva, VoliçãoResumo
O presente trabalho se pro-põe a descrever e analisar a modalidade volitiva, que se refere, segundo a Gramática Discursivo-Funcional (GDF) de Hengeveld e Mackenzie (2008), ao que é (in)desejável, tendo por base dois parâmetros: o domínio semântico e a orientação modal. Para isso, foi escolhido o discurso de posse de Jair Bolsonaro, que foi proferido no dia 1º de janeiro de 2019 e disponibilizado on-line. A partir da descrição e da análise qualitativa empreendida, verificamos que a modalidade volitiva se manifesta, no discurso de posse, com orientação para o participante, haja vista que o falante (presidente empossado) tende a expressar suas pretensões em termos de ações políticas em seu mandato que se inicia, envolvendo-se com a performatização do evento sobre o qual incide a volição. Além disso, a modalidade volitiva tende a estar rela-cionada com a não controlabilidade [- controle] do estado-de-coisas, tendo um sujeito animado [+ humano] como fonte da atitude modal, podendo este ser espe-cificado ou não no discurso [± determinado]. Em relação ao tempo e ao modo, o presidente eleito prefere empregar o presente do modo indicativo, situando, desse modo, a volição no momento da enunciação, ainda que o evento esteja localizado em um momento posterior (futuridade).
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