Estruturas morfossintática e prosódica dos enunciados
fatores para hipersegmentações
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL30-v11n3a2017-8Palavras-chave:
Hipersegmentação de palavra, Morfossintaxe, Prosódia, Ortografia, Língua portuguesaResumo
Este artigo trata de hipersegmentações de palavras (como “de mais”, “brincava-mos”) de uma perspectiva linguística que as concebe como hipóteses dos escreventes acerca dos limites de palavras, construídas a partir de relações entre fala e escrita. São analisados textos do ciclo II do Ensino Fundamental (EF II), produzidos por alunos de uma escola pública paulista. O objetivo central é apresentar uma caracterização de regularidades quanto a estruturas morfossintáticas que embasam configurações prosódicas dos enunciados falados as quais, por sua vez, motivam ocorrências de hipersegmentações em textos do EF II. A hipótese que guia essa caracterização é a de que certas hipersegmentações são mais bem explicadas se consideradas não apenas características métricas que se configuram no domínio de palavra, mas também, e de modo mais relevante, características prosódicas dos enunciados. A análise desenvolvida permite afirmar que hipersegmentações de palavras em textos do EF II ocorrem especialmente quando características morfossintáticas de palavras são relevantes para estabelecerem configurações prosódicas entre (partes dos) enunciados.Downloads
Métricas
Referências
ABAURRE, M. B. M. O que revelam os textos espontâneos sobre a representação que faz a criança do objeto escrito? In: KATO, M. A. (Org.). A concepção da escrita pela criança. Campinas: Pontes Editores, 1988, p. 135-142.
ABAURRE, M. B. M. et alii. Leitura e escrita na vida e na escola. Leitura: Teoria & Prática. Campinas, n. 6, p. 15-26, 1984.
ABAURRE, M. B. M. A relevância dos critérios prosódicos e semânticos na elaboração de hipóteses sobre segmentação na escrita inicial. Boletim da Abralin, Campinas, v. 11, p. 203-17, 1991.
ABAURRE, M. B. M.; FIAD, R. S.; MAYRINK-SABINSON, M. L. T. Cenas de Aquisição da Escrita: o trabalho do sujeito com o texto. Campinas: Mercado de Letras, 1997. 204 p.
ABAURRE, M. B. M.; SILVA, A. O desenvolvimento de critérios de segmentação na escrita. Temas em psicologia. São Paulo, v. 1, p. 89-102, 1993.
ANDRADE, C. D. As palavras que ninguém diz. Rio de Janeiro: Record, 1997. 126 p.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 37ª ed. 2001. 669 p.
BISOL, L. O acento e pé métrico binário. Cadernos de Estudos Linguísticos, v. 22, p. 69-80, jan./jun. 1992.
BISOL, L. O clítico e seu status prosódico. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, v. 9, n.1, p.5-20, jan./jun. 2000. https://doi.org/10.17851/2237-2083.9.1.5-30
BISOL, L. O clítico e o seu hospedeiro. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 40, n. 3, p. 163-184, set. 2005.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quatro ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998, 106p. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf. Acesso em: 07 jun. 2014.
CAGLIARI, L. C. Elementos de fonética do português brasileiro. São Paulo: Paulista, 2007. 194 p.
CAPRISTANO, C. C. A propósito da escrita do EF I: uma reflexão sobre as segmentações não-convencionais. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 39 n. 3, p. 245-260, set. 2004. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/13918. Acesso em: 08 jul. 2014.
CAPRISTANO, C. C. Mudanças na trajetória da criança em direção à palavra escrita. 2007. 253f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada). Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007a.
CAPRISTANO, C. C. Aspectos de segmentação na escrita do EF I. São Paulo: Martins Fontes. 2007b. 170 p.
CHACON, L. Hipersegmentações na escrita do EF I: entrelaçamento de práticas de oralidade e de letramento. Estudos Linguísticos, Campinas, v. 34, p. 77-86, jul. 2005. Disponível em: http://www.marilia.unesp.br/Home/Pesquisa/Gpel/Artigos/2005_-_Chacon_-_Hipersegmentacoes.pdf. Acesso em: 08 jul. 2014.
CHACON, L. Prosódia e letramento em hipersegmentações: reflexões sobre a aquisição da noção de palavra. In: CORRÊA, M. L. G. (org.) Ensino de língua: representação e letramento. Campinas: Mercado de Letras, p.155-167, 2006.
CORRÊA, M. L. G. O modo heterogêneo de constituição da escrita. São Paulo: Martins Fontes. 2004. 309 p.
FERNANDES, F. R. Ordem, focalização e preenchimento em português: sintaxe e prosódia, 2007. 452 f. Tese (Doutorado em Linguística). Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007.
HOUAISS, A. Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa. CD-ROM, 2001.
LONGHIN, S.; TENANI, L.; Flutuação gráfica entre “senão” e “se não”: considerações sobre polissemia, constituição morfossintática e prosódica. Gragoatá, Niterói, v.20, p.138-206, 2015. Disponível em: http://www.gragoata.uff.br/index.php/gragoata/article/view/337. Acesso em 15 dez. 2016.
NESPOR, M.; VOGEL, I. Prosodic phonology. Dordrechet: Foris Publications, 1986. 327 p.
NESPOR, M.; VOGEL, I. Prosodic phonology: with a new foreword. Berlin; New York: Mouton de Gruyter. 2007. 327p. https://doi.org/10.1515/9783110977790
PARANHOS, F. C. Segmentações não-convencionais de palavra nos quatro últimos anos do ensino fundamental: um estudo longitudinal. 2014. 169 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos). Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, 2014.
RAMOS, P. A leitura dos quadrinhos. São Paulo: Contexto, 2009. 157 p.
SÃO PAULO (ESTADO) SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Proposta Curricular do Estado de São Paulo, São Paulo: Secretaria da Educação, 2008.
SEMINÁRIO MULTIDISCIPLINAR DE ALFABETIZAÇÃO (São Paulo, 11 a 13 de agosto de 1983). Anais... Brasília: INEP, 1984. 158p. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=27629. Acesso em: 10 de set. 2016.
SERRA, C. R. Realização e percepção de fronteiras prosódicas no português do Brasil: fala espontânea e leitura. 2009. 241 f. Tese (Doutorado em Letras). Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
SILVA, L. M. Um estudo longitudinal das hipersegmentações de palavras escritas nos anos finais do Ensino Fundamental. 2014. 171 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos), Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, São José do Rio Preto, 2014.
SILVA, L. M.; TENANI, L. Hipersegmentações de palavras no ensino fundamental. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014.
SIMIONI, T. O clítico e seu lugar na estrutura prosódica em Português Brasileiro. ALFA, n. 52, v. 2, p. 431-446, 2008. Disponível em: http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/view/1526/1233. Acesso em: 12 abr. 2016.
SONCIN, G.; LONGHIN, S. R. A causalidade de “porque” em textos escolares: domínios de atuação, gêneros de produção. Revista Linguagem & Ensino (On-line), v. 17, p. 525-549, maio/ago. 2014. Disponível em: http://www.rle.ucpel.tche.br/index.php/rle/article/view/1093 Acesso em: 17 dez. 2016.
TENANI, L. Domínios prosódicos no Português do Brasil: implicações para a prosódia e para a aplicação de processos fonológicos. 2002. 331 f. Tese (Doutorado em Linguística). Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.
TENANI, L. A segmentação não-convencional de palavras em textos do ciclo II do ensino fundamental. Revista da Associação Brasileira de Linguística, v. 10, n. 2, p.91-119, 2011. Disponível em: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/abralin/article/viewFile/32061/20400. Acesso em: 08 jul. 2014.
TENANI, L. Hipersegmentação de palavras: análise de aspectos prosódicos e discursivos. Linguagem & Ensino, Pelotas, v. 16, p. 305-324, 2013. Disponível em: http://www.rle.ucpel.tche.br/index.php/rle/article/view/884. Acesso em: 08 jul. 2014.
TENANI, L. Banco de dados de escrita do Ensino Fundamental II. FAPESP/UNESP, 2015. Disponível em: http://www.convenios.grupogbd.com/redacoes/Login. Acesso em: 10 nov. 2015.
TENANI, L. Prosódia e escrita: uma análise a partir de (hiper)segmentações de palavra. 2016. 171 f. Tese (Livre-docência). Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São José do Rio Preto, 2016.
TENANI, L. Fonologia Prosódica. In: DA HORA, D.; MATZENAUER, C. L. (Orgs.) Fonologia, Fonologias: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2017, p. 109-123.
TENANI, L.; LONGHIN-THOMAZI, S. Oficinas de leitura, interpretação e produção textual no ensino fundamental. Em Extensão. Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, v. 13, n. 1, 2014.
TENANI, L.; OLIVEIRA-CODINHOTO, G. Hipersegmentações de “demais” no EF II. (Inédito).
TENANI, L; FIEL, R. P. Hipersegmentação de palavras em textos do EF II: características prosódicas gerais. Linguasagem (São Carlos), v. 26 (2): 2016. Disponível em: http://www.linguasagem.ufscar.br/index.php/linguasagem/issue/view/12 Acesso em: 09 de set. 2016.
VELOSO, J. Verba manent: a palavra como unidade pertinente para a descrição linguística do português e de outras línguas flexionais. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2016. 160 p.
VIGÁRIO, M. O lugar do grupo clítico e da palavra prosódica composta na hierarquia prosódica: uma nova proposta. In: LOBO, M.; COUTINHO, M. A. (orgs). Actas do XII Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística – Textos seleccionados. Lisboa: Colibri Artes Gráficas, 2007, p. 673-688.
VILLALVA, A.; SILVESTRE, J. P. Introdução ao estudo do léxico. Descrição e análise do Português. Petrópolis: Vozes, 2014. 247 p.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos da licença Creative Commons
CC BY-NC-ND 4.0: o artigo pode ser copiado e redistribuído em qualquer suporte ou formato; os créditos devem ser dados ao autor original e mudanças no texto devem ser indicadas; o artigo não pode ser usado para fins comerciais; caso o artigo seja remixado, transformado ou algo novo for criado a partir dele, o mesmo não pode ser distribuído.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.