Tradução cultural e a obra de José María Arguedas

Autores

  • Roseli Barros Cunha Universidade Federal do Ceará/Universidade Federal de Minas Gerais - FALE

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL32-v11n5a2017-11

Palavras-chave:

Tradução cultural, Transculturación narrativa, América Latina, Romance, Produção oral

Resumo

Segundo Thaïs Diniz (1999), toda tradução é uma tradução cultural. Por sua vez, Dora Sales (2002), ao tratar especificamente da produção de José María Arguedas, sustenta que o autor se coloca como um tradutor entre culturas e empreende uma busca por uma tradução cultural. À luz desse contraponto teórico e, ainda, com o embasamento de Cornejo Polar (1994), Moya (2007) e Berman (1985), abordamos a questão em registros de dois momentos específicos da história cultural da América Latina. O primeiro deles, na crônica de Guamán Poma de Ayala, que trata do episódio de Cajamarca, Peru, em 1532. No segundo, analisamos fragmentos do romance Los ríos profundos (1958), no qual Arguedas, segundo Sales (2002), adotaria diversos procedimentos de tradução para tentar suprir uma incompreensão que persiste no subcontinente latino-americano entre a oralidade e a escrita, promovendo o que ela considera uma tradução cultural. Por meio desses dois momentos da produção cultural latino-americana à luz de teóricos dos Estudos da Tradução, mas também de outras áreas afins, procuramos ampliar as reflexões sobre a tradução no subcontinente e, mais especificamente, sobre o que pode ser compreendido por tradução cultural na obra de Arguedas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Roseli Barros Cunha, Universidade Federal do Ceará/Universidade Federal de Minas Gerais - FALE

Pós-Doutoranda pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG/FALE); professora-adjunta do Departamento de Letras Estrangeiras da Universidade Federal do Ceará e dos Programas de Pós-Graduação em Literatura Comparada (PPGLetras) e em Tradução (POET) da UFC.

Referências

ARGUEDAS, J. M. Os rios profundos. Trad. Josely Vianna Baptista. São Paulo: Companhia das Letras, 2005 [1958].

______. Los ríos profundos. Madrid: Cátedra, 1998 [1958].

______. El zorro de arriba y el zorro de abajo. 2. ed. Edição crítica de Eve-Marie Fell (Coord.). Madrid: ALLCA XX, 1996. 465 p.

______. Puquio, una cultura en proceso de cambio. La religión local. In: ______. Formación de una cultura nacional indoamericana. Seleção e prólogo de Ángel Rama. 5. ed. Ciudad de México: Siglo XXI Editores, 1989. 197 p.

BERMAN, A. A Tradução e a Letra ou o Albergue do Longínquo. Florianópolis: Copiart/PEGET, 2013 [1985].

CORNEJO POLAR, A. Escribir en el aire – ensayo sobre la heterogeneidad socio-cultural en las literaturas andinas. Lima: Editorial Horizonte, 1994.

CUNHA, R. B. Transculturação narrativa: seu percurso na obra crítica de Ángel Rama. São Paulo: Humanitas/FAPESP, 2007.

______. Práticas tradutórias na produção literária da América Latina. In: CARVALHO, T. L; PONTES, V. O. (Org.). Tradução e ensino de línguas: desafios e perspectivas. Mossoró: UERN, 2014, p. 111-122.

______. De la materia a la palabra: la interrelación entre la antropología y la traducción en la producción de José María Arguedas. Cadernos de Tradução, Florianópolis, v. 2, p. 139-154, 2012. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2012v2n30p139

DINIZ, T. F. N. O conceito de tradução. In: ______. Literatura e Cinema: da semiótica à tradução. Ouro Preto: Editora UFOP, 1999, p. 25-42.

ESPINO RELUCÉ, G. Literatura oral. Literatura de tradición oral. Lima: Editora Pakarina, 2015.

FORGUES, R. José María Arguedas: del pensamiento dialéctico al pensamiento trágico. Lima: Horizonte, 1989.

GONZÁLEZ VIGIL, R. Introducción. In: ARGUEDAS, J. M. Los ríos profundos. Madrid: Cátedra, 1998 [1958], p. 11-133.

LARRÚ SALAZAR, M. Voz e letra em conflito: alguns problemas de traduzibilidade intercultural. Trad. Roseli Barros Cunha. In: PONTES, V. O.; CUNHA, R. B.; CARVALHO, E.; TAVARES, G. (Org.). A Tradução e suas interfaces: múltiplas perspectivas. Curitiba: CVR, 2015, p. 8-25.

MOYA, V. La selva de la traducción – teorías traductológicas contemporáneas. Madrid: Cátedra, 2007.

ORTIZ, F. Contrapunteo cubano del tabaco y el azúcar. Prólogo e cronologia Julio Le Riverend e introdução Bronislaw Malinoski. Caracas: Biblioteca Ayacucho, 1987.

PIZARRO, A. (Org.). América Latina: palavra, literatura e cultura. Campinas: Editora da UNICAMP, 1993.

POMA DE AYALA, F. G. El primer nueva crónica y buen gobierno. Disponível em: http://www.kb.dk/permalink/2006/poma/info/es/foreword.htmp. Acesso em: 9 jan. 2015.

RAMA, Á. Transculturación narrativa en América Latina. Montevideo: Fundación Ángel Rama, 1982.

SALES, D. Traducción cultural en la narrativa de José María Arguedas: hervores en la encrucijada de lenguas y culturas In: CONGRESO INTERNACIONAL DE TRADUCTORES E INTÉRPRETES, 1., CONGRESO NACIONAL DE TRADUCTORES, 2., 2002, Lima: Colegio de Traductores del Perú; Universidad Femenina del Sagrado Corazón; Universidad Ricardo Palma, 2002.

TODOROV, T. A conquista da América – a questão do outro. Trad. Beatriz P. Moisés. São Paulo: Martins Fontes, 1991 [1982].

Downloads

Publicado

21.12.2017

Como Citar

CUNHA, R. B. Tradução cultural e a obra de José María Arguedas. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 11, n. 5, p. 1583–1603, 2017. DOI: 10.14393/DL32-v11n5a2017-11. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/36920. Acesso em: 26 jul. 2024.