Multilinguismo e política linguística

análise de uma paisagem linguística transfronteiriça

Autores

  • Izabel da Silva IFPR - Instituto Federal do Paraná
  • Maria Elena Pires Santos UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • Neiva Maria Jung UEM - Universidade Estadual de Maringá.

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL27-v10n4a2016-4

Palavras-chave:

Multilinguismo, Política linguística, Paisagem linguística

Resumo

Os efeitos das mudanças na sociedade têm contribuído para uma diversificação da diversidade e para o aumento de cenários cada vez mais plurilíngues e multiculturais (BLOMMAERT; RAMPTON, 2011). Diante disso, este trabalho investiga como a paisagem linguística da cidade transfronteiriça de Foz do Iguaçu/PR semiotiza o multilinguismo no espaço público, e que políticas linguísticas circunscrevem este contexto. Nosso embasamento teórico teve contribuições do campo da política linguística (HAMEL, 1993; CALVET, 2007; MAHER, 2007, 2008, 2013); de pesquisas na área da paisagem linguística (CENOZ; GORTER, 2008; SHOHAMY; GORTER, 2009; BLOMMAERT; MALY, 2014); e partiu de uma perspectiva interdisciplinar para conceituar superdiversidade e globalização (VERTOVEC, 2007; SOUSA SANTOS, 2010). O corpus da pesquisa de campo foi constituído por meio da captação fotográfica de diferentes textos inscritos nos espaços públicos da cidade. A análise dos dados sugere que o multilinguismo registrado na paisagem linguística de Foz do Iguaçu tem influência dos processos de globalização, especialmente por meio do inglês, que semiotiza também o interlocutor turista, e dos diferentes fluxos imigratórios, com maior expressão dos grupos de língua árabe, que tem sua língua e cultura marcada no centro e no bairro próximo à fronteira do Paraguai; também mostrou que a ordenação do espaço urbano da cidade é semiotizado e semiotiza diferentemente as línguas e comunidades linguísticas que vivem nesse espaço, sendo, portanto, a paisagem linguística reveladora de políticas linguísticas e culturais locais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Izabel da Silva, IFPR - Instituto Federal do Paraná

Mestrado em Sociedade, Cultura e Fronteiras, linha de pesquisa Linguagem, Cultura e Identidade da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Professora da Educação Básica, Técnica e Tecnológica no Instituto Federal do Paraná.

Maria Elena Pires Santos, UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Doutorado em Lingüística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (2004) e pós-doutorado pela UNICAMP. Professora Associada A da Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

Neiva Maria Jung, UEM - Universidade Estadual de Maringá.

Doutorado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professora associada da Universidade Estadual de Maringá.

Referências

BLOMMAERT, J.; RAMPTON, B. Language and Superdiversity. Diversities. Vol. 13, N.º 2, p. 1-21, 2011.

BLOMMAERT, J. Ethnography, Super-diversity and Linguistic Landscapes, 2012. Disponível em: <https://www.academia.edu/>. Acesso em 18 de maio de 2016.

BLOMMAERT, J.; MALY, I. Ethnographic linguistic landscape analysis and social change: A case study. 2014. Disponível em: <https://www.academia.edu/ >. Acesso em 18 de maio de 2016.

CALVET, L. As políticas linguísticas. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.

CARDIN, E. G. Trabalho e práticas de contrabando na fronteira do Brasil com o Paraguai. Geopolítica(s), 3(2), 207-234, 2012.

CENOZ, J.; GORTER, D. El estudio del paisaje lingüístico. 2008. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11245/1.293687>.

FOZ DO IGUAÇU, uma metrópole de muitos povos. A Notícia. O jornal da Vila A e região. Foz do Iguaçu, mar. de 2015.

HAMEL, R. E. Políticas y planificación del lenguaje: una introducción. In: Políticas del lenguaje en América latina. Iztapalapa, n. 29, 1993, p. 5-39.

McCARTY, T. L. (Org.). Ethnography and language policy. Nova Iorque: Routledge, 2011.

MACHADO E SILVA, R. C. Reordenação de identidades de imigrantes árabes em Foz do Iguaçu. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, 47(2), 357-373, jul./dez. 2008.

MACHADO e SILVA, R. C. Fronteiras Nacionais e Configurações Socioculturais. In: PIRES-SANTOS, M. E.; MACHADO e SILVA, R. C. (Orgs.). Interdisciplinaridade e Fronteiras: movimentos, identidades e configurações. Cascavel: EDUNIOESTE, 2012, p. 13-30

MAHER, T. M. A educação do entorno para a interculturalidade e o plurilinguismo. In: KLEIMAN, A. B.; CAVALCANTI, M. C. (Orgs.) Linguística Aplicada: suas faces e interfaces. Campinas/SP: Mercado de Letras, 2007, p. 255-270.

MAHER, T. M. Em busca de conforto linguístico e metodológico no Acre indígena. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, 47(2), 409-428, jul./dez. 2008. https:/doi.org/10.1590/s0103-18132008000200009

MAHER, T. M. Ecos de resistência: políticas linguísticas e línguas minoritárias no Brasil. In: NICOLAIDES, C. et al. (Orgs.). Política e Políticas Linguísticas. Campinas: Pontes Editores, p. 117-134, 2013.

OLIVEIRA, N. Foz do Iguaçu intercultural: o cotidiano e narrativas da alteridade. Foz do Iguaçu, PR: Epígrafe, 2012.

PIRES-SANTOS, M. E. Fatores de risco para o sucesso escolar de crianças brasiguaias nas escolas de Foz do Iguaçu: uma abordagem sociolingüística. 1999. Dissertação (Mestrado em Letras). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1999.

PIRES-SANTOS, M. E. Narrativas de identidades: a linguagem como lugar de (in)visibilização. In: PEREIRA, D. A. (Org.). Cartografia Imaginária da Tríplice Fronteira. São Paulo: Dobra Editorial, p. 117-138, 2014.

PREFEITURA Municipal de Foz do Iguaçu. Disponível em: <http://www.pmfi.pr.gov.br/>. Acesso em 18 de maio de 2016.

REYES, A. Linguistic Anthropology in 2013: Super-New-Big. American Anthropologist. Vol. 116, n. 2, p. 366-378, 2014.

RIBEIRO-BERGER, I. Gestão do multi/plurilinguismo em escolas brasileiras na fronteira Brasil – Paraguai: um olhar a partir do observatório da educação na fronteira. 2015. Tese (Doutorado em Linguística). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015.

RIBEIRO DA SILVA, E. A pesquisa em política linguística: histórico, desenvolvimento e pressupostos epistemológicos. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, n. 52.2, p. 289-320, jul./dez. 2013.

SHOHAMY, E. Language Policy: hidden agendas and new approaches. Routledge: Oxon, 2006. https:/doi.org/10.4324/9780203387962

SHOHAMY, E.; GURTER, D. Linguistic Landscape: Expanding the Scenery. Routledge: Oxon, 2009.

SILVA, M. A. da. Breve história de Foz do Iguaçu. Foz do Iguaçu: Epígrafe, 2014.

SOUSA SANTOS, B. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2010.

UNILA, um espaço de câmbios individuais e construções coletivas. Disponível em: https://www.unila.edu.br/noticias/nosotros-latino-americanos-presente. Acesso em: 20 ago. 2014.

VERTOVEC, S. (2007). Super-diversity and its implications. Ethnic and Racial Studies, 30(6), 1024-1054. Disponível em: < http://www.informaworld.com/smpp/title~content=t713685087>. https:/doi.org/10.1080/01419870701599465

Downloads

Publicado

28.11.2016

Como Citar

DA SILVA, I.; PIRES SANTOS, M. E.; JUNG, N. M. Multilinguismo e política linguística: análise de uma paisagem linguística transfronteiriça. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 10, n. 4, p. 1257–1277, 2016. DOI: 10.14393/DL27-v10n4a2016-4. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/34798. Acesso em: 26 jul. 2024.