Interações plurilíngues e a língua ucraniana nas aulas de uma escola pública no Sul do Brasil

“Deus o livre, Як ви сі повбирали”

Autores

  • Jakeline A. Semechechem Universidade Estadual de Maringá (UEM)
  • Neiva Maria Jung Universidade Estadual de Maringá (UEM)

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL27-v10n4a2016-16

Palavras-chave:

Interações plurilíngues, Língua ucraniana, Prudentópolis

Resumo

Neste artigo, apresentamos um panorama das interações plurilíngues que envolvem o uso da língua ucraniana nas aulas de uma turma de Ensino Médio de uma escola pública em uma comunidade rural no município de Prudentópolis, sudeste do Paraná, Sul do Brasil. Os pressupostos teóricos que nos orientam estão baseados em conceitos como de repertórios linguísticos, práticas linguísticas e de translinguagem. Os dados apresentados fazem parte de uma etnografia da linguagem e mostram que as interações plurilíngues nas aulas dessa turma ocorrem predominantemente entre os alunos em conversas sobre assuntos alheios aos conteúdos das aulas, em participações adjetivadas como exuberantes, e também, embora em menor proporção, para a construção de conhecimento sobre a pauta da aula.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

ALTENHOFEN, C. V. Política linguística, mitos e concepções linguísticas em áreas bilíngues de imigrantes (alemães) no Sul do Brasil. Revista Internacional de Linguística Iberoamericana (RILI), Frankfurt, n.º 1 (3), p. 83-93, 2004. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/41678200?seq=1#page_scan_tab_contents. Acesso em: ago. de 2016.

ALVAREZ-CÁCCAMO, C. From ‘switching code’ to ‘code-switching’: Towards a reconceptualization of communicative codes. In: AUER, P. (Ed.). Code-Switching in Conversation. London: Routledge, 1998. p. 29-50.

ANTONIO, F. M.; CARDOZO, P. F. Turismo étnico no meio rural: possibilidades para a comunidade de imigrantes ucranianos de Linha Esperança – Prudentópolis/PR. Revista Eletrônica Polidisciplinar Voos, n. 5, p. 85-100, 2008. Disponível em: http://www.revistavoos.com.br/seer/index.php/voos/article/view/201. Acesso em 21 ago. 2016.

BAILEY, B. Heteroglossia. In: MARTIN-JONES, M.; BLACKLEDGE, A.; CREESE, A. (Eds.) The Routledge handbook of multilingualism. London: Routledge, 2012. p. 499–507.

BLACKLEDGE, A.; CREESE, A.; TAKHI, J. K. Language, Superdiversity and Education. In: SAINT-GEORGES, I.; WEBER, J.-J. Multilingualism and Multimodality: Current Challenges for Educational Studies. The Netherlands, Sense Publishers, 2013, p. 59-80.

BLOMMAERT, J. The Sociolinguistics of Globalization. Cambridge: Cambridge University Press, 2010. https://doi.org/10.1017/CBO9780511845307

______. RAMPTON, B. Language and Superdiversity. A position paper. Working Papers in Urban Language and Literacies, Paper 70. London: Tilburg University and King’s College, 2011. Disponível em: http://www.kcl.ac.uk/sspp/departments/education/research/ldc/publications/workingpapers/abstracts/WP070-Language-and-superdiversity-a-position-paper-.aspx. Acesso em 21 ago. 2016.

______; BACKUS, A. Superdiverse Repertoires and the Individual In: SAINTGEORGES, I.; WEBER, J.-J. Multilingualism and Multimodality: Current Challenges for Educational Studies. The Netherlands, Sense Publishers, 2013, p. 11-32. https://doi.org/10.1007/978-94-6209-266-2_2

CAVALCANTI, M. C. Estudos sobre educação bilíngüe e escolarização em contextos de minorias lingüisticas no Brasil. DELTA [online], vol.15 p. 385-417, 1999. Atualmente disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44501999000300015. Acesso em: 15 de ago. 2016.

______. Línguas ilegítimas em uma visão ampliada de educação linguística. In: ZILLES, A. M. S.; FARACO, C. A. Pedagogia da variação linguística: língua, diversidade e ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2015, p. 287-302.

CESAR, A. L.; CAVALCANTI, M. C. Do singular para o multifacetado: o conceito de língua como caleidoscópio. In: CAVALCANTI, M. C.; BORTONI-RICARDO, S. M. (Org.) Transculturalidade, linguagem e educação. Campinas: Mercado de Letras, 2007, p. 45-66.

CREESE, A. Linguistic Ethnography. In: KING, K; HORNBERGER, N. (Eds). The encyclopedia of language and education. Vol.10: Research methods in language and education. Berlim: Springer, 2008. https://doi.org/10.1007/978-0-387-30424-3_257

ERICKSON, F. Ethnographic microanalysis of interaction. In: LECOMPTE, M. D.; MILLROY, W. L.; PREISSLE, J. (Eds.). The handbook of qualitative research in education. Nova Iorque: Academic Press, 1992. p. 201-225.

GAGO, P. C. Questões de transcrição em Análise da Conversa. Revista Veredas, Juiz de Fora, v. 6, n.2, p. 89-113, jul./dez.2002. Disponível em http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2009/12/cap051.pdf. Acesso em: ago. 2016.

GARCEZ, P. M. Microethnography in the classroom. In: KING, K.; HORNBERGER, N. (Eds). The encyclopedia of language and education. Vol.10: Research methods in language and education. Berlim: Springer, 2008. https://doi.org/10.1007/978-0-387-30424-3_259

______; BULLA, G. S.; LODER, L. L. Práticas de pesquisa microetnográfica: geração, segmentação e transcrição de dados audiovisuais como procedimentos analíticos plenos. DELTA [online], vol.30, n.2, p. 257-288, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/delta/v30n2/0102-4450-delta-30-02-0257.pdf. Acesso em: dez. 2014.

______; SCHULZ, L. Olhares circunstanciados: etnografia da linguagem e pesquisa em Linguística Aplicada no Brasil. DELTA [online], 31(spe), p. 1-34, 2015. Disponível em: https://dx.doi.org/10.1590/0102-445093806057590158. Acesso em: 20 jan. 2016

GARCÍA, O. Bilingual education in the 21st century. Oxford: Wiley Blackwell, 2009.

______. Theorizing translanguaging for educators. In: CELIC, C; SELTZER, K. Translanguaging: A CUNY-NYSIEB guide for educators, p.1-6, 2012. Disponível em: http://www.nysieb.ws.gc.cuny.edu/files/2012/06/FINAL-Translanguaging-Guide-With-Cover-1.pdf. Acesso em: 30 mar. 2014.

______. El papel de translenguar en la enseñanza del español en los Estados Unidos. In: DUMITRESCU, D.; PIÑA-ROSALES, G. (Eds.). El español en los Estados Unidos: E pluribus unum? Enfoques multidisciplinarios. New York: Academia Norteamericana de la Lenga Español, 2013, p. 353-373.

______. TESOL Translanguaged in NYS: Alternative Perspectives. NYS TESOL Journal, (1)1, p. 2-10, 2014. Disponível em: http://www.journal.nystesol.org/jan2014/2garcia.pdf. Acesso em: 15 dez. 2014.

______; WEI, L. Translanguaging: Language, Bilingualism and Education. New York: Palgrave Macmillan, 2014. https://doi.org/10.1057/9781137385765

GIDDENS, A. A constituição da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

GUÉRIOS, P. R. Memória, identidade e religião entre imigrantes rutenos e seus descendentes no Paraná. 2007. Tese de doutorado (Doutorado em Antropologia Social), Programa de Pós-Graduação em Antropologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.

HAMMERSLEY, M; ATKINSON, P. Ethnography: principles in practice. 3 ed. New York: Routledge, 2007.

HELLER, M. Linguistic minorities and modernity: a sociolinguistic ethnography. London: Continuum, 1999.

______. Bilingualism as ideology and practice. In: HELLER, M. Bilingualism: a social approach. United States: Palgrave Macmillan. 2007, p. 1-24. https://doi.org/10.1057/9780230596047_1

LÄHTEENMÄKI, M.; VARIS, P.; LEPPÄNEN, S. The shifting paradigm: towards a reconceptualisation of multilingualism. APPLES, a special issue on Mediated Multilingualism, 5(1), p. 2–11, 2011. Disponível em: https://jyx.jyu.fi/dspace/handle/123456789/27271. Acesso em: 21 ago. 2016.

LODER, L. L. O modelo Jefferson de transcrição: Convenções e debates. In: LODER, L.; JUNG, N. (Orgs.). Fala-em-interação social: Introdução à Análise da Conversa Etnometodológica. Porto Alegre: Mercado de Letras, 126-161, 2008.

LOPES, M. F. R. A fala-em-interação da sala de aula contemporânea no Ensino Médio: o trabalho de fazer aula e fazer aprendizagem de língua espanhola. 2015. Tese de Doutorado (Doutorado em Linguística Aplicada), Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.

OLIVEIRA, G. M. Brasileiro fala português: monolinguismo e preconceito linguístico. In: SILVA, F. L; MOURA, H. M. M (Org.). O direito à fala: a questão do preconceito linguístico. Florianópolis: Insular, 2000. p. 83 - 92.

______. “É importante preservar e reconhecer porque as línguas são recursos para o país”. Portal Galego da Língua – PGL-gal. 15 de setembro de 2015. Entrevista concedida a José Carlos da Silva. Disponível em: http://pgl.gal/muller-oliveira-importante-preservar-reconhecer-as-linguas-sao-recursos-pais/. Acesso em: 15 ago. 2016.

PEIRANO, M. Etnografia, ou a teoria vivida. PontoUrbe: Revista de antropologia urbana da USP, ano 2, versão 2.0, fevereiro de 2008. Disponível em: http://pontourbe.revues.org/1890. Acesso em 21 ago. 2016.

PENNYCOOK, A. Language as a local practice. London and New York: Routledge, 2010a.

______. Critical and alternative directions in Applied Linguistics, Australian Review of Applied Linguistics, Monash University Epress, volume 33, number 2, p. 1-16 2010b.

RAMPTON, B. Language in late modernity: interaction in an urban school. London: Cambridge University Press, 2006. https://doi.org/10.1017/CBO9780511486722

______; MAYBIN, J.; ROBERTS, C. Methodological foundations in linguistic ethnography. In: SNELL, J.; SHAW, S.; COPLAND, F. (Eds) Linguistic Ethnography: Interdisciplinary Explorations. Palgrave Advances Series, 2014 (no prelo).

REYES, A. Linguistic Antropology in 2013: Super-New-Big. In: American Antropologist, vol. 116, n. 2, p. 366-378, 2014.

SEMECHECHEM, J. A. O multilinguismo na escola: práticas linguísticas uma comunidade de imigração ucraniana no Paraná. 2016. Tese de doutorado em Letras, Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Estadual de Maringá, 2016.

SOLOVOVA, O. (In)-Between a rock and a hard place: notes for an ecology of language policies from a complementary school for Eastern European immigrant children in Portugal. 2013. Tese de Doutoramento em Letras, área de Línguas e Literaturas Modernas, especialidade em Sociolinguística, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Coimbra, 2013.

VERTOVEC, S. Super-diversity and its implications. Ethnic and Racial Studies, 30 (6), p. 1024-1054, 2007. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/01419870701599465. Acesso em: jul. 2010.

WESTINEN, E. The Discursive Construction of Authenticity: Resources, Scales and Polycentricity in Finnish Hip Hop Culture. 2014. Academic dissertation, Faculty of Humanities of the University of Jyväskylä, Finland, 2014.

Downloads

Publicado

28.11.2016

Como Citar

SEMECHECHEM, J. A.; JUNG, N. M. Interações plurilíngues e a língua ucraniana nas aulas de uma escola pública no Sul do Brasil: “Deus o livre, Як ви сі повбирали”. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 10, n. 4, p. 1539–1560, 2016. DOI: 10.14393/DL27-v10n4a2016-16. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/34439. Acesso em: 26 jul. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)