Edgar Poe em português
os limites entre tradução e adaptação
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL11-v5n3a2011-3Palavras-chave:
Tradução, Adaptação, Tradução Literária, Edgar Allan PoeResumo
Nesse artigo discutimos os limites entre tradução e adaptação, tomando o contexto de publicação de duas traduções para o português da obra Tales of the Grotesque and Arabesque, de Edgar Allan Poe. Tratou-se do estudo da publicação de Histórias Extraordinárias (1978; 2003) com tradução de Breno Silveira e de tradução e adaptação, com o mesmo título, de Clarice Lispector. Observamos que o conjunto de contos da obra original diferiu do conteúdo dos volumes produzidos em português, o qual apresenta título bem diverso do original. Por meio de uma análise comparativa, envolvendo o original e as duas traduções, investigamos o que nesse contexto foi considerado o original. Além disso, um dos volumes em português já se coloca como adaptação, o que, do ponto de vista investigativo levantou outra questão a ser estudada: se a própria tradução não reproduz o original, então qual seria o limite entre tradução e adaptação? Procuramos responder a essa questão tomando a idéia de que todo texto traduzido já é uma reescrita e transforma o original (Lefevere 1992, Amorim 2006). A reflexão sobre o limite entre tradução e adaptação na contemporaneidade traz para o debate o questionamento sobre o próprio conceito de original e de tradução (Paz 1990; Derrida 1982, Ferreira 2006 e 2007) e sobre os condicionantes da constituição de imagens nas culturas alvo (Rodrigues 2001, Amorim 2006); conceitos em que nos concentramos para responder a questão aqui proposta.
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