A subordinação camponesa na produção e comercialização de batata-doce: um olhar a partir da realidade do município de Moita Bonita/SE
DOI:
https://doi.org/10.14393/RCT205877432Parole chiave:
batata-doce, campesinato, mercadoria, monopolização da produção, espaço agrário sergipanoAbstract
O presente artigo compreende parte dos resultados da pesquisa de Dissertação acerca da subordinação camponesa na produção e comercialização de batata-doce no município de Moita Bonita, no Agreste Central Sergipano. A reprodução do campesinato é histórica, considerando as múltiplas determinações que implicam na sujeição dessa classe para atender a lógica do lucro e do capital. A classe camponesa é forçada a produzir e comercializar alimentos que se tornaram mercadorias e, dessa forma, existe um ciclo vicioso que é demandado pelo mercado, no qual impõe aos trabalhadores a sua subordinação ao capital, reduzindo a sua autonomia quanto ao trabalho com a terra e a produção de culturas típicas do campesinato. Nesse sentido, objetivamos neste artigo analisar a sujeição da classe camponesa na produção e comercialização de batata-doce para o mercado, no contexto de expansão das relações capitalistas no campo no município de Moita Bonita/SE. À guisa dos resultados, observou-se como o fracionamento da terra, com o minifúndio, agrava a concentração fundiária no espaço agrário, bem como a presença de um único cultivo, a batata-doce, dificulta a diversificação de outras culturas em razão do tamanho da terra e a captura da renda camponesa pelo mercado. A pesquisa, de abordagem quali-quantitativa, contou com levantamento bibliográfico e de dados junto aos órgãos pertinentes, além de entrevistas semiestruturadas. Os dados foram investigados à luz do Materialismo Histórico e Dialético, permitindo entender a produção do espaço agrário sergipano como simulacro das relações capitalistas, as formas camponesas de reprodução social e os níveis de reafirmação da mercadoria.
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