Educação estética na perspectiva antropotécnica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v39a2025-75451

Palavras-chave:

Educação estética, governamentalidade, estética funcional, tecnodiversidade

Resumo

Resumo: Respondemos à questão estético-política da economia neoliberal dos gestos como sintomatologia do contemporâneo, a partir do esclarecimento, da interpretação, do relacionamento e da problematização das noções de modos estéticos (Roelofs) e de estéticas funcionais (Leroi-Gourhan). Isso nos leva a conjecturar sobre formas mais afirmativas de pensar e de encontrar saídas críticas para o atual estado de programatização e governamentalidade das vidas, considerando, sobretudo, dois pontos de discussão: os desafios da educação estética em prol de estéticas funcionais em ambientes tecnodiversos (Yuk Hui); e a exigência de novos paradigmas para pensar o habitar social e o cuidado de si em termos de organologias positivas entre individuações diversas, diante dos avanços das maquinações cibernéticas (Simondon; Stiegler). O texto ensaístico apresenta, enfim, contribuições reflexivas (teórico-filosóficas e conceituais), mobilizando referências clássicas e contemporâneas para repensar, na perspectiva antropotécnica, os problemas atuais do campo acadêmico da educação estética.

Palavras-chave: Educação Estética; Estética Funcional; Governamentalidade; Antropotécnica.

Aesthetic education in the anthropotechnical perspective

Abstract: We answer the aesthetic-political question about the neoliberal economy of gestures as a symptomatology of the contemporary, based on a clarification, interpretation, relationship and problematization of the notions of aesthetic modes (Roelofs) and functional aesthetics (Leroi-Gourhan), which makes us conjecture about the most affirmative way of thinking and finding critical solutions to the current state of programmatization and governmentality of lives, taking into account, above all, two points of discussion: the challenges of aesthetic education, in favor of functional aesthetics in technodiverse environments (Yuk Hui); the growth of cybernetic machinations, which require new paradigms to think about for social habitation and the care of self, in terms of positive organology among diverse individuations (Simondon; Stiegler). The essay offers reflective contributions—both theoretical-philosophical and conceptual—drawing on classical and contemporary references to rethink, from an anthropotechnical perspective, current challenges in the academic field of aesthetic education.

Keywords: Aesthetic Education; Functional Aesthetics; Governmentality; Anthropotechnics.

Educación estética en la perspectiva antropotécnica

Resumen: Respondemos a la pregunta estético-política sobre la economía neoliberal de los gestos como sintomatología de lo contemporáneo, a partir de una clarificación, interpretación, relación y problematización de las nociones de modos estéticos (Roelofs) y estética funcional (Leroi-Gourhan), que hace nos presunción sobre la forma más afirmativa de pensar y encontrar soluciones críticas al estado actual de programmatización y gubernamentalidad de la vida, teniendo en cuenta, sobre todo, dos puntos de discusión: los desafíos de la educación estética, a favor de la estética funcional en entornos tecnodiversos (Yuk Hui); el crecimiento de maquinaciones cibernéticas, que requieren nuevos paradigmas para pensar la vida social y el autocuidado, en términos de organología positiva entre diferentes individuaciones (Simondon; Stiegler). El texto ensayístico realiza aportes reflexivos (teórico-filosóficos y conceptuales), buscando referentes clásicos y contemporáneos para repensar, desde una perspectiva antropotécnica, los problemas actuales en el campo académico de la educación estética.

Palabras clave: Educación Estética; Estética Funcional; Guvernamentalidad; Antropotécnica.

Data de registro: 24/09/2024

Data de aceite: 24/09/2025

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

Referências

AGAMBEN, Giorgio. O homem sem conteúdo. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.

AGAMBEN, Giorgio. Gosto. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

AGAMBEN, Giorgio. Por uma ontologia e uma política do gesto. Cadernos de leitura, n. 76, p. 1-6, 2018. Disponível em: https://chaodafeira.com/wp-content/uploads/2018/04/cad76ok.pdf. Acesso em: XX xxx. XXXX.

CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado: pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac Naify, 2003.

CRARY, Jonathan. Técnicas do observador: visão e modernidade no século XIX. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

DERRIDA, Jacques. Gramatologia. São Paulo: Perspectiva, 1973.

GENARO, Ednei; DENANI, Gustavo. A diagramática das plataformas digitais. Famecos, Porto Alegre, v. 28, n. 1, p. 1-12, 2021. DOI: https://doi.org/10.15448/1980-3729.2021.1.40024.

HUI, Yui. Tecnodiversidade. São Paulo: Ubu Editora, 2020.

HUI, Yui. ChapGPT, or the Eschatology of Machines. E-flux Journal, New York, n. 137, p. 1-8, 2023.

INGOLD, Tim. Antropologia e/como educação. Petrópolis: Vozes, 2020.

KASTRUP, Virginia. O tátil e o háptico na experiência estética: considerações sobre arte e cegueira. Revista Trágica: estudos de filosofia da imanência, v. 8, n. 3, p. 69-85, 2015. DOI: https://doi.org/10.59488/tragica.v8i3.26831.

LAZZARATO, Maurizio. Signos, máquinas, subjetividades. São Paulo: N-1, 2014.

LEROI-GOURHAN, André. Le geste et la parole, II, La mémoire et les rythmes. Paris: Albin Michel, 1964.

MORETZSOHN, Sylvia Debossan; SCHNEIDER, Marco. Sobre flores, grilhões, consciência e afetos: a disputa pela captura do gosto para desmontar as engrenagens de produção social da ignorância. Revista Eptic, v. 24, n. 1, p. 107-124, 2022. DOI: https://doi.org/10.54786/revista%20eptic.v24i1.17285

MOULLET, Luc. (Diretor). Toujour plus [Filme]. Les Films d'Ici; Canal+. 24 min, 1994.

MOULLET, Luc. (Diretor). Toujour moins [Filme]. Le Fresnoy Studio National des Arts Contemporains, 2010.

ROELOFS, Monique. A promessa cultural do estético. Rio de Janeiro: Relicário, 2023.

SCHILLER, Friedrich. A educação estética do homem: numa série de cartas. São Paulo: Iluminuras, 2002.

SIMONDON, Gilbert. Du mode d’existence des objets techniques. Paris: Éditions Aubier, 1990.

SIMONDON, Gilbert. Les limites du progrès humain (1959). In: SIMONDON, Gilbert. Sur la technique: (1953-1983). Paris: Presses Universitaires de France, 2014. p. 269-278.

STIEGLER, Bernard. La technique et les temps. Paris: Fayard, 2018.

Downloads

Publicado

2025-12-29

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

GENARO, Ednei. Educação estética na perspectiva antropotécnica. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 39, p. 1–19, 2025. DOI: 10.14393/REVEDFIL.v39a2025-75451. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/75451. Acesso em: 30 dez. 2025.