A transparência que nos educa: Byung-Chul Han e as pedagogias midiáticas
DOI:
https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v39a2025-72566Palavras-chave:
Educação, Mídias, Estudos Culturais, Formação DocenteResumo
Este estudo problematiza as contribuições do filósofo sul-coreano e professor da Universidade de Berlin, Byung-Chul Han, para pensar a formação docente a partir das condições contemporâneas que envolvem as mídias e as pedagogias acionadas por estes artefatos culturais. Utiliza-se da perspectiva de uma pesquisa qualitativa e de abordagem exploratória para aplicar o método bibliográfico no levantamento das obras de Han e, por meio das discussões teórico-políticas amparadas pelos estudos culturais se propõe pensar as pedagogias midiáticas como especificidades dos processos de subjetivação para propor discussões acerca da formação docente. Considera-se que as discussões realizadas pelo intelectual para pensar o contexto contemporâneo, a autoexploração, a hipervisibilidade e a necessidade de uma exposição constante de si são efeitos pedagógicos que educam os corpos e as subjetividades na contemporaneidade. Assim, inscreve-se o desconforto proposto pelo autor como as contribuições do olfato para problematizar o tempo, bem como a possibilidade de fechar os olhos como questões para provocar outras perspectivas para a formação de professoras e professores.
Palavras-chave: Educação; Mídias; Estudos Culturais; Formação Docente.
The transparency that educates us: Byung-Chul Han and media pedagogies
Abstract: This study problematizes the contributions of the south korean philosopher and professor at the University of Berlin, Byung-Chul Han, to think about teacher training based on contemporary conditions involving the media and the pedagogies triggered by these cultural artifacts. It uses the perspective of qualitative research and an exploratory approach to apply the bibliographic method in the survey of Han’s works and, through theoretical-political discussions supported by cultural studies, it proposes to think about media pedagogies as specificities of subjectivation processes for propose discussions about teacher training. It is considered that the discussions carried out by intellectuals to think about the contemporary context, self-exploration, hypervisibility and the need for constant exposure of oneself are pedagogical effects that educate bodies and subjectivities in contemporary times. Thus, the discomfort proposed by the author is included as the contributions of smell to problematize time, as well as the possibility of closing one's eyes as questions to provoke other perspectives for the training of teachers.
Keywords: Education; Media; Cultural Studies; Teacher Training.
La transparencia que nos educa: Byung-Chul Han y las pedagogías de los medios
Résumé: Este estudio problematiza los aportes del filósofo surcoreano y profesor de la Universidad de Berlín, Byung-Chul Han, para pensar la formación docente a partir de las condiciones contemporáneas que involucran los medios y las pedagogías desencadenadas por estos artefactos culturales. Utiliza la perspectiva de la investigación cualitativa y un enfoque exploratorio para aplicar el método bibliográfico en el relevamiento de las obras de Han y, a través de discusiones teórico-políticas sustentadas en estudios culturales, propone pensar las pedagogías mediáticas como especificidades de los procesos de subjetivación para proponer discusiones sobre formación docente. Se considera que las discusiones realizadas por intelectuales para pensar el contexto contemporáneo, la autoexploración, la hipervisibilidad y la necesidad de exposición constante de uno mismo son efectos pedagógicos que educan cuerpos y subjetividades en la época contemporánea. Así, se incluye el malestar propuesto por el autor como los aportes del olfato para problematizar el tiempo, así como la posibilidad de cerrar los ojos como preguntas para provocar otras perspectivas para la formación de docentes.
Palabras clave: Educación; Medios de comunicación; Estudios culturales; formación docente.
Data de registro: 29/02/2024
Data de aceite: 19/03/2025
Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? In: AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? E outros ensaios. Trad. Vinícius Castro Honesko. Chapecó: Argos (Unochapecó), 2009. p. 57-73.
ANDRADE, Paula Deporte de. Pedagogias culturais – uma cartografia das (re)inveições do conceito. 2016. 210 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/143723. Acesso em: 20 nov. 2020.
ANDRADE, Paula Deporte de; COSTA, Marisa Vorraber. Nos rastros do conceito de pedagogias culturais: invenção, disseminação e usos. Educação em revista, Belo Horizonte, n. 33, p. 1-23, 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-4698157950
BAITELLO JUNIOR, Norval. Podem as imagens devorar os corpos? Sala preta, São Paulo, v. 7, p. 77-82, 2007. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2238-3867.v7i0p77-82
BAITELLO JUNIOR, Norval. A era da iconofagia: reflexões sobre a imagem, comunicação, mídia e cultura. São Paulo: Paulus, 2014.
BAITELLO JUNIOR, Norval. Existências penduradas: selfies, retratos e outros penduricalhos. Por uma ecologia das imagens. São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 2019.
BONIN, Iara et al. Por que Estudos Culturais? Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 45, n. 2, p. 1-22, 2020. DOI: https://doi.org/10.1590/2175-6236100356
BUCCI, Eugênio. A Superindústria do Imaginário: como o capital transformou o olhar em trabalho e se apropriou de tudo que é visível. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
CAMOZZATO, Viviane Castro. Pedagogias do presente. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 39, n. 2, p. 573-593, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S2175-62362014000200012
CANCLINI, Néstor García. Consumidores e cidadãos: conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997.
CANCLINI, Néstor García. Diferentes, desiguais e desconectados. 2. ed. Trad. Luiz Sérgio Henriques. Rio de Janeiro: UFRJ, 2007.
CRARY, Jonathan. 24/7: Capitalismo tardio e os fins do sono. Trad. Joaquim Toledo Jr. São Paulo: Cosac Naify, 2014.
DIDI-HUBERMAN, Georges. Sobrevivência dos vaga-lumes. Trad. Consuelo Salomé. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.
DINIZ, Margareth; LOPES, Leandro de Proença. A formação inicial de professoras marcada pela interseccionalidade e o impacto na saúde física e mental das docentes. Formação Docente, Ouro Preto, v. 14, n. 31, p. 45-60, 2022. DOI: https://doi.org/10.31639/rbpfp.v14i31.656. Disponível em: https://revformacaodocente.com.br/index.php/rbpfp/article/view/656. Acesso em: 14 abr. 2025.
GROSSBERG, Lawrence. El corazón de los estúdios culturales: contextualidad, construcionismo y complejidad. Tabula Rasa, Colombia, n. 10, p. 13-48, 2009. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1794-24892009000100002&lng=en&nrm=iso&tlng=es. Acesso em: 9 mai. 2023. DOI: https://doi.org/10.25058/20112742.354
HALL, Stuart. Estudos Culturais – dois paradigmas. In: SOVIK, Liv (Org.). Da Diáspora. Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003. p. 123-150.
HAN, Byung-Chul. Psicopolítica. Neoliberalismo e novas técnicas de poder. Barcelona: Herder, 2014. DOI: https://doi.org/10.2307/j.ctvt7x7vj
HAN, Byung-Chul. O aroma do tempo – um ensaio filosófico sobre a arte de demorar-se. Barcelona: Herder, 2015. DOI: https://doi.org/10.2307/j.ctvt9k3fk
HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2017a.
HAN, Byung-Chul. A sociedade da transparência. Petrópolis: Vozes, 2017b.
HAN, Byung-Chul. Agonia do Eros. Petrópolis: Vozes, 2017c.
HAN, Byung-Chul. Topologia da violência. Petrópolis: Vozes, 2017d.
HAN, Byung-Chul. No enxame. Notas sobre o digital. Petrópolis: Vozes, 2018.
HAN, Byung-Chul. A salvação do belo. Petrópolis: Vozes, 2019a.
HAN, Byung-Chul. Bom entretenimento: uma desconstrução da história da paixão ocidental. Petrópolis: Vozes, 2019b.
HAN, Byung-Chul. Hiperculturalidade: cultura e globalização. Petrópolis: Vozes, 2019c.
HAN, Byung-Chul. O que é poder? Petrópolis: Vozes, 2019d.
HAN, Byung-Chul. Favor fechar os olhos: em busca de um outro tempo. Petrópolis: Vozes, 2021.
HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, Campinas, n. 5, p. 7-41, 1995.
JAQUET, Chantal. Filosofia do Odor. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014.
JOHNSON, Richard. O que é, afinal, Estudos Culturais? In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org.). O que é, afinal, Estudos Culturais? 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. p. 7-131.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. 2. ed. São Paulo: Ed. 34, 2000.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Ofício de Cartógrafo: travessias latino-americanas da comunicação na cultura. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. 5. ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2008.
MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 2007.
NELSON, Cary; TREICHLER, Paula A.; GROSSBERG, Lawrence. Estudos Culturais: uma introdução. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org.). Alienígenas na sala de aula – uma introdução aos estudos culturais em educação. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 2013. p. 7-37.
SIBILIA, Paula. O homem pós-orgânico: corpo, subjetividade e tecnologias digitais. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.
SIBILIA, Paula. O show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
SIBILIA, Paula. Redes ou paredes: a escola em tempos de dispersão. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.
SILVERSTONE, Roger. Por que estudar a mídia? 2. ed. Loyola: São Paulo, 2005.
TAKARA, Samilo. Pedagogias Pornográficas: sexualidades educadas por artefatos midiáticos. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 26, p. 1-24, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-24782021260054. Acesso em: 9 out. 2023.
TAKARA, Samilo. Pedagogias pornográficas: sexualidades e representações midiáticas. Porto Velho: EDUFRO, 2022. DOI: https://doi.org/10.47209/978-65-87539-81-2
TÜRCKE, Christoph. Sociedade excitada: filosofia da sensação. Trad. Antonio A. S. Zuin et al. Campinas: Unicamp, 2010.
WALLERSTEIN, Valeska. Feminismo como pensamento da diferença. Labrys – estudos feministas, [s/l], n. 5, 2004. Disponível em: http://www.tanianavarroswain.com.br/labrys/labrys5/textos/valeskafeminismo.htm. Acesso em: 24 abr. 2012.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Samilo Takara

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Declaração de direitos autorais: Os trabalhos publicados são de propriedade dos seus autores, que poderão dispor deles para posteriores publicações, sempre fazendo constar a edição original (título original, Educação e Filosofia, volume, nº, páginas). Todos os artigos desta revista são de inteira responsabilidade de seus autores, não cabendo qualquer responsabilidade legal sobre seu conteúdo à Revista ou à EDUFU.
Declaration of Copyright: The works published are the property of their authors, who may make use of them for later publications, always citing the original publication (original title, Educação e Filosofia, volume, issue, pages). The authors of the articles published are fully responsible for them; the journal and/or EDUFU are exempt from legal responsibility for their content.
Déclaration de droit d’auteur: Les œuvres publiées sont la propriété de leurs auteurs, qui peuvent les avoir pour publication ultérieure, à condition que l'édition originale soit mentionnée (titre de l'original, Educação e Filosofia, volume, nombre, pages). Tous les articles de cette revue relèvent de la seule responsabilité de leurs auteurs et aucune responsabilité légale quant à son contenu n'incombe au périodique ou à l’EDUFU.
