Gabriel Phelipe Nascimento Rosolem
Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Departamento de Engenharia Civil
Yuzi Anaí Zanardo Rosenfeldt
Universidade Federal de Santa Catarina
Carlos Loch
Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Departamento de Engenharia Civil.
Rafael Augusto dos Reis Higashi
Universidade Federal de Santa Catarina
Abstract
No Brasil, os movimentos de massa são um dos principais processos associados a desastres naturais com maior número de vítimas fatais. A Lei Federal 12.608/2012 como uma de suas diretrizes à prevenção de desastres naturais tornou obrigatório aos municípios incluídos no "Cadastro nacional de municípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos correlatos" identiï¬car e mapear as áreas de risco, além de elaborar uma carta geotécnica de aptidão a urbanização. Este trabalho tem por objetivo comparar os resultados do mapeamento de áreas suscetíveis a deslizamentos translacionais com o uso de dados cartográï¬cos de escala 1:2.000, e 1:50.000, por meio do modelo SHALSTAB para a bacia do Rio Forquilhas - localizada no município de São José-SC. Para tanto, os parâmetros topográficos de entrada, declividade e área de contribuição por comprimento de contorno, foram obtidos por meio de modelos ditais de terreno com resolução espacial de 1m e 10m com origem nos dados da cartas de escala 1:2.000 e 1:50.000, respectivamente. Já os parâmetros geotécnicos, coesão, ângulo de atrito interno e peso especíï¬co do solo, foram obtidos por meio de coleta e ensaios de solos subsidiados pelo mapa geotécnico, elaborado com base na metodologia de Dias (1995). O modelo SHALSTAB então foi aplicado utilizando os mesmos parâmetros geotécnicos de entrada para as duas escalas analisadas. Os resultados do modelo indicam que para um profundidade de ruptura de 5 metros a escala 1:2.000 obteve um desempenho superior a escala 1:50.000, com 84% das cicatrizes de deslizamentos e marcas de rastejos inseridas nas classes incondicionalmente instáveis do modelo, que correspondem a 7% da área da bacia. O mapa das áreas instáveis produzidos com a escala 1:50.000 mapeou uma área maior dentro das classes instáveis, porém com menos acurácia. Pode-se inferir que na bacia do rio Forquilhas tal fato está associado aos baixos valores de ângulo de atrito dos solos da encosta combinados à predominância de relevo com declividade próxima destes valores e à generalização do relevo proporcionando maiores valores de área de contribuição por comprimento de contorno ao longo do terço médio e inferior das encostas. Com esses resultados é possível aï¬rmar que os mapas em escala grande oferecem o amparo técnico e consequentemente jurídico necessários aos processos de tomada de decisão nos assuntos referentes ao planejamento e gestão territorial, gestão do uso e ocupação do solo, incluindo a resolução de conflitos fundiários, servindo de embasamento para dar respostas com segurança aos rigores estabelecidos na legislação.