Encontros virtuais de leitura na EJA

limites e possibilidades de práticas pedagógicas em tempos pandêmicos

Resumen

Este artigo objetivou historicizar e problematizar parte do itinerário pedagógico realizado por professoras e alunos de uma turma de Anos Iniciais da EJA de uma escola pública federal de Porto Alegre-RS no período de fechamento das escolas em razão da pandemia de COVID-19. A questão que guiou a investigação foi: como promover práticas de leitura na EJA, num contexto de estudos remotos? Como desdobramento desta questão, discute-se a leitura em voz alta como estratégia de aproximação dos alunos a textos literários. Como referencial teórico foram utilizados estudos recentes produzidos acerca do entrecruzamento pandemia e Educação, bem como, autores que discutem práticas de leitura, como Michèle Petit (2008; 2009). A metodologia utilizada foi a pesquisa-ação. O material de pesquisa produzido constituiu-se de entrevistas, observações e anotações em diário de campo. Os resultados indicaram limites e possibilidades para a implementação de encontros virtuais de leitura na EJA. Assim, foi possível registrar dificuldades encontradas pelo público da EJA num contexto de invisibilização da modalidade e de exclusão digital. Ao mesmo tempo, observou-se a potencialidade desses encontros na manutenção do vínculo dos estudantes com a escola, bem como a leitura em voz alta como estratégia de aproximação de leitores iniciais a diferentes gêneros literários.