A representação de otium e negotium em comédias de Plauto e de Ariano Suassuna
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v40-2024-39Palavras-chave:
Plautus, Ariano Suassuna, Otium, Negotium, Estudos de Recepção dos ClássicosResumo
Com base em formulações teóricas dos Classical Reception Studies (Hardwick, 2003; Martindale, 1993), o objetivo deste artigo é discutir a representação de otium e negotium em comédias de Tito Mácio Plauto (Titus Maccius Plautus, III-II a.C.) e de Ariano Suassuna (1927-2014). Para tanto, analisarei trechos das peças Mercator (O Mercador) e Miles Gloriosus (O Soldado Fanfarrão), de Plauto, e Auto da Compadecida e Farsa da Boa Preguiça, de Suassuna, a fim observar o sentido que os termos adquirem nos textos respectivos. Meu interesse em investigar esse tema motiva-se pelo fato de que tanto a sociedade brasileira quanto a romana foram constituídas à base de trabalho escravo. Nesse contexto, este estudo almeja, por um lado, evidenciar como a interpretação do teatro antigo permite-nos discutir acerca de assuntos ainda urgentes no presente, como são a escravidão e suas consequências, relacionadas, como defendo, a noções de otium e negotium. Por outro lado, espera-se demonstrar a importância das obras de Ariano Suassuna para os estudos de recepção clássica.
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