Resistindo a caça às bruxas

A corporalidade feminina, o poder sedutor da narrativa e a ancestralidade no filme Silenciadas (2020)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v39-2023-31

Palavras-chave:

bruxaria, corporalidade feminina, ancestralidade, resistência

Resumo

A figura da bruxa segue despertando interesse artístico e acadêmico, assim como suscitando polêmicas. A caça às bruxas, durante o início da modernidade, representa um período opressivo que ainda fascina e desafia a capacidade de explicação. De fato, há uma intensa produção audiovisual nas últimas décadas enfocando a bruxaria. Em especial, este artigo analisa o filme Silenciadas (2020), uma coprodução argentina, basca e espanhola, que retrata a perseguição, por parte da inquisição espanhola, além da resistência de seis jovens bascas em 1609. O filme é analisado em termos da corporalidade feminina, principalmente em relação ao potencial de resistência que as jovens descobrem na ação de contar as histórias de como supostamente se tornaram bruxas e de encenar um sabá. Para desenvolver a análise, baseio-me nas perspectivas teóricas de quatro autoras feministas – Rachel Pollack (1997), Clarissa Pinkola Estés (2007), Gloria Anzaldúa (2007) e Silvia Federici (2021).

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Biografia do Autor

Olegario da Costa Maya Neto, UEMS

UEMS

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Publicado

2023-12-31

Como Citar

MAYA NETO, O. da C. Resistindo a caça às bruxas: A corporalidade feminina, o poder sedutor da narrativa e a ancestralidade no filme Silenciadas (2020). Letras & Letras, Uberlândia, v. 39, n. único, p. e3931 | p. 1–23, 2023. DOI: 10.14393/LL63-v39-2023-31. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/71363. Acesso em: 22 jul. 2024.