Pode a travesti amar?
Conjugalidades de personagens travestis em narrativas brasileiras do século XX
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v38-2022-08Palavras-chave:
Personagens travestis, Literatura brasileira, Conjugalidade, Masculinidade hegemônicaResumo
Este artigo discute sobre as relações entre personagens travestis da literatura brasileira do século XX e as demais personagens masculinas com as quais formam laços de conjugalidade ou somente afetivos e sexuais. Escolhemos dois textos literários emblemáticos para enfatizar essa discussão: o conto “A grande atração”, de Raimundo Magalhães Junior, publicado em 1936; e o romance Uma mulher diferente, de Cassandra Rios, publicado em 1965. Ambos expressam conflitos entre a experiência de travestilidade das personagens principais e a masculinidade hegemônica de seus parceiros. A base teórica utilizada se concentra na área de gênero e de sexualidades e se divide nas etnografias sobre travestis brasileiras de Pelúcio (2009) e Silva (2007), nos estudos literários de Cândido (2007) e Fernandes e Schneider (2017) e nos percursos históricos de Green (2000) e Albuquerque Jr (2010).
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