Considerações filosóficas sobre a validade do escopo do Reducionismo Adaptacionista do Darwinismo Literário em sua versão mais forte
DOI:
https://doi.org/10.14393/LL63-v35n1a2019-3Palavras-chave:
Darwinismo Literário, Adaptacionismo, Filosofia da Mente, Narrativa, Filosofia da Ciência e EstéticaResumo
Propomos, neste artigo, proceder a algumas considerações filosóficas sobre a legitimidade da proposta e dos objetivos do reducionismo adaptacionista do "darwinismo literário" em sua versão mais forte. Centramo-nos nos textos de Joseph Carroll, porquanto representam a máxima radicalidade no projeto do estudos darwinistas literários e do reducionismo adaptacionista. Carroll é, segundo acreditamos, quem leva mais longe a pretensão de redução darwinista. Ao confrontarmos Carroll, aproximamo-nos de uma perspectiva de literatura que definitivamente justifica a aproximação que nós buscamos com o darwinismo literário: nossa defesa de uma perspectiva corporificada para mente e cognição, e a compreensão da crítica darwinista literária de que a literatura é um caso especial (e ilustrativo) de atividade cognitiva destinada a orientar o organismo no ambiente físico, mesmo que isso se dê pela via indireta da simulação mental. Mais do que isso, a literatura se distingue de outras formas de conhecimento do mundo, do homem e de seu ambiente exatamente no sentido que nos interessa: distingue-se quanto ao seu assunto e distingue-se quanto ao seu método. A intenção do texto é demonstrar alguns dos caminhos que autores pautados por esse grau de radicalidade no que concerne o projeto de naturalização da literatura devam tomar para que suas teorias possam ser mais justas e condizentes com o objeto literário em si mesmo e, assim, mais eficientes.
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