Herdando as fraturas do passado

Emocionalidade no discurso bilíngue de Terra Sonâmbula

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/LL63-v40-2024-27

Palavras-chave:

Terra Sonâmbula, Mia Couto, Bilinguismo, Emocionalidade, Teresa Prata

Resumo

A linguagem é um corpo vivo que molda identidades. Através dela, somos capazes de comunicar de maneira democrática, facilitando a convivência em comunidade, e ela ajuda a expressar sentimentos em um nível mais profundo de troca. Em ambientes plurilíngues, a linguagem usada ao contar uma história comunica algo mais profundo sobre a história da pessoa (como indivíduo e como parte de uma construção coletiva). Assim, apresenta-se uma abordagem que compreende que as escolhas de linguagem feitas pelos personagens de

Terra Sonâmbula

, filme dirigido por Teresa Prata, baseado no livro de Mia Couto, carregam uma carga emocional característica de identidades impactadas pela história de um país fraturado pelo (pós)colonialismo. Ao contrastar o uso da linguagem, é possível identificar como a história de Moçambique interfere na referência emocional de seu povo, especialmente em condições extremas e traumáticas, como as apresentadas em Terra Sonâmbula.

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Biografia do Autor

Lidiana de Moraes, Vanderbilt University

Lidiana de Moraes é pós-doutora filiada ao Center of Latin American, Caribbean, and Latinx Studies (CLACX), da Vanderbilt University. Seu trabalho é focado em Estudos Literários e Culturais no mundo lusófono e nas Américas. Possui um Ph.D. em Estudos Literários, Culturais e Linguísticos pela University of Miami e mestrado em Teoria Literária pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

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Publicado

2024-12-02

Como Citar

DE MORAES, L. Herdando as fraturas do passado: Emocionalidade no discurso bilíngue de Terra Sonâmbula. Letras & Letras, Uberlândia, v. 40, n. único, p. e4027 | p. 1–18, 2024. DOI: 10.14393/LL63-v40-2024-27. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/72324. Acesso em: 4 dez. 2024.