Trocas categoriais entre nomes e verbos na aquisição da escrita do Português Brasileiro por surdos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL39-v13n3a2019-12

Palavras-chave:

Aquisição da linguagem, Interlíngua Português-Libras, Troca categorial

Resumo

Neste artigo científico, dissertamos sobre o fenômeno linguístico da troca categorial entre nomes e verbos, cuja ocorrência foi identificada durante o processo de aquisição da escrita da interlíngua Português-Libras. Nossos objetivos principais são descrever e analisar, com base nos dados de nosso corpus e à luz da Gramática Gerativa, o processo de aquisição tardia das categorias nome e verbo em Português Brasileiro (PB), em modalidade escrita, tendo como objeto específico de investigação o fenômeno da troca categorial. As hipóteses iniciais desta pesquisa foram fundamentadas nos estudos de Kato (2005). Assumimos a hipótese de acesso indireto à GU na aquisição de segunda língua e hipotetizamos que os surdos realizam essa troca categorial por dois motivos: porque se guiam por aspectos sintáticos do PB, ignorando aspectos morfológicos das categorias nome e verbo, e porque transferem para a escrita do PB a mesma indistinção categorial típica de sua L1 – a Libras. Essa pesquisa contou com 11 sujeitos-informantes, todos surdos e usuários da Libras como L1. A metodologia de coleta de dados baseou-se em produção de texto escrito e relatos de experiência de vida gravados em vídeo. Para a transcrição dos dados da Libras, foi utilizado o sistema SEL.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Wasley de Jesus Santos, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Mestre em Linguística (Aquisição da Linguagem), pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística - PPGLin da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Uesb. Especialista em Libras (Língua Brasileira de Sinais), pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci - Uniasselvi. Especialista em Língua Portuguesa, com ênfase em Linguística, pela Faculdade do Noroeste de Minas - Finom. Graduado em Letras (Português/Espanhol/Literaturas), pela Universidade Estadual de Santa Cruz - Uesc.

Adriana Stella Cardoso Lessa-de-Oliveira, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Doutora em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas. Professora Titular do Departamento de Estudos Linguísticos e Literários da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).

Referências

ALMEIDA, M. A. P. T. Aquisição da estrutura frasal na língua brasileira de sinais. 2013. 91 p. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estatual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2013. DOI https://doi.org/10.21840/siic/154670

ANDRÉ, M. E. D. A. Etnografia da prática escolar. São Paulo: Papirus, 1995.

BASTOS, C. L.; CANDIOTTO, K. B. B. Filosofia da linguagem. Petrópolis: Vozes, 2007.

BROCHADO, S. M. D. A apropriação da escrita por crianças surdas. In: QUADROS, R. M. de (org.). Estudos surdos I. Petrópolis: Arara Azul, 2006. cap. 9.

CÂMARA JR., J. M. Estrutura da Língua Portuguesa. 44. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2011. Edição original: 1970.

CHAIBUE, K. Universais linguísticos aplicáveis às línguas de sinais: discussão sobre as categorias lexicais nome e verbo. 2013. 162 p. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2013. DOI https://doi.org/10.21165/el.v48i1.2419

CHOMSKY, N. Linguística cartesiana: um capítulo da história do pensamento racionalista. Tradução de Francisco M. Guimarães. São Paulo: Vozes, 1972.

CHOMSKY, N. Novos horizontes nos estudos da linguagem e da mente. Tradução de Marco Antônio Sant’Anna. São Paulo: Unesp, 2005.

CHOMSKY, N. Uma entrevista sobre o Minimalismo. In: BELLETTI, Adriana; RIZZI, Luigi (orgs.). Sobre natureza e linguagem. Tradução de Marylene Pinto Michael. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p. 113-200.

CHOMSKY, N. Linguagem e mente. São Paulo: Unesp, 2009.

FELIPE, T. A. Os processos de formação de palavras na Libras. ETD – Educação Temática Digital, Campinas, v. 7, n. 2, p. 200-217, jun. 2006. DOI https://doi.org/10.20396/etd.v7i2.803

GATTI, B. A.; BARRETTO, E. S. de S. (coord.). Professores do Brasil: impasses e desafios. Brasília: Unesco, 2009.

KATO, M. A. Sintaxe e aquisição na Teoria de Princípios e Parâmetros. Letras de Hoje, Porto Alegre, v. 30, n. 04, 1995.

KATO, M. A. A gramática do letrado: questões para a teoria gramatical. In: MARQUES, M. A.; KOLLER, E.; TEIXEIRA, J.; LEMOS, S. A. (org.). Ciências da linguagem: trinta anos de investigação e ensino. Braga: CEHUM (U. do Minho), 131-145, 2005.

LAVRAS, E. A questão da categorização morfológica para nome e verbo na Libras. 2019. 106 p. Dissertação (Mestrado em Linguística). Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2019. DOI https://doi.org/10.5327/z1677-606220181853

LESSA-DE-OLIVEIRA, A. S. C. Libras escrita: o desafio de representar uma língua tridimensional por um sistema de escrita linear. Revel, v. 10, n. 19, 2012.

LESSA-DE-OLIVEIRA, A. S. C. Escrita SEL – Sistema de Escrita para Língua de Sinais (Blog). DOI https://doi.org/10.22481/el.v17i2.5338 Disponível em: http://sel-libras.blogspot.com.br/. Acesso em: 11 fev. 2019.

LIDDELL, S. Grammar, gesture and meaning in American Sign Language. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

MARCINIUK, R. M. B. A teoria da processabilidade e a aquisição de L2. ANALECTA. Guarapuava: Paraná, v. 8, n. 2, p. 11-27, 2007.

MATTOS, A. M. de A. A hipótese da gramática universal e a aquisição de segunda língua. Revista de Estudos da Linguagem, v. 9, n. 2, p. 51-71, 2000. DOI https://doi.org/10.17851/2237-2083.9.2.51-71

McCLEARY, L.; VIOTTI, E. Transcrição de dados de uma língua sinalizada: um estudo piloto da transcrição de narrativas na língua de sinais brasileira (LSB). In: SALLES, H. M. M. L. (org.). Bilingüismo e surdez. Questões lingüísticas e educacionais. Brasília, DF: Editora da UnB, 2007. DOI https://doi.org/10.26512/2014.12.t.17554

PIZZIO, A. L. A tipologia linguística e a Língua de Sinais Brasileira: elementos que distinguem nomes de verbos. 2011. 237 p. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2011. DOI https://doi.org/10.5327/z1806-3144201700030005

SALLES, H. M. M. L. et. al. Ensino de língua portuguesa para surdos: caminhos para a prática pedagógica. vol. 1. Brasília: Mec/Seesp, 2007.

SANDES-DA-SILVA, J. M. A categoria verbal na interlíngua Português-Libras: aquisição da modalidade escrita do Português por surdos. 2016. 132 p. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estatual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2016. DOI https://doi.org/10.15687/rec.2016.v9i1.048061

SANTANA, A. P. Surdez e linguagem: aspectos e implicações neurolinguísticas. São Paulo: Plexus, 2007.

SPINASSÉ, K. P. As interferências da Língua Materna e o aprendizado do Alemão como Língua Estrangeira por crianças bilíngues. Pandaemonium germanicum. v. 10, 2006, 283-338. DOI https://doi.org/10.11606/1982-8837.pg.2006.74570 Disponível em: https://www.revistas.usp.br/pg/article/view/74570/78175. Acesso em: 18 abr. 2019.

SILVA, I. B. de O. A categoria dos verbos na Língua Brasileira de Sinais. 2015. 182 p. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estatual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2015. DOI https://doi.org/10.21840/siic/154670

VILLALVA, A. Estrutura morfológica básica. In: MATEUS, M. H. M. et al. Gramática da Língua Portuguesa. Lisboa: Caminho, 2003.

Downloads

Publicado

08.10.2019

Como Citar

SANTOS, W. de J.; LESSA-DE-OLIVEIRA, A. S. C. Trocas categoriais entre nomes e verbos na aquisição da escrita do Português Brasileiro por surdos. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 13, n. 3, p. 1115–1141, 2019. DOI: 10.14393/DL39-v13n3a2019-12. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/47013. Acesso em: 25 nov. 2024.