Por que escrever gramáticas de línguas de sinais emergentes

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL50-v16n2a2022-12

Palabras clave:

Gramatização., Línguas de sinais emergentes, Convencionalização, Línguas de sinais institucionalizadas

Resumen

Discutimos neste artigo as concepções de gramatização de línguas de sinais emergentes no Brasil em relação com a de línguas de sinais institucionalizadas, a Libras. Tomamos o caso de algumas línguas de sinais emergentes e o debate sobre variação e convencionalização em línguas ditas jovens e em línguas de sinais mais consolidadas. Aplicamos para este estudo uma reflexão sobre os procedimentos de descrição, documentação e manutenção linguística sugeridos na produção de gramáticas de referência de línguas sinalizadas. Apresentamos argumentos para o refinamento teórico do conceito de convencionalização a partir do Modelo E-C de Schmid (2020). Como resultados, demonstramos que a gramatização de línguas de sinais emergentes em relação com a gramatização de línguas de sinais institucionalizadas diferencia-se muito mais pelos seus aspectos glotopolíticos e ideológicos do que propriamente linguísticos.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Métricas

Cargando métricas ...

Biografía del autor/a

Paulo Jeferson Pilar Araújo, Universidade Federal de Roraima

Doutor em Linguística pela Universidade de São Paulo-USP. Professor do Curso Letras Libras Bacharelado da Universidade Federal de Roraima-UFRR.

Analú Fernandes de Oliveira, UFRR

Mestre em Letras pela Universidade Federal de Roraima-UFRR. Bacharel em Letras Libras pela mesma universidade.

Eduardo Othon Pires Rodrigues

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Letras-PPGL da Universidade Federal de Roraima. Licenciado em Sociologia pela Universidade Estadual de Roraima-UERR

Citas

ALMEIDA-SILVA, A.; NEVINS, A. I. Observações sobre a estrutura linguística da Cena: a língua de sinais emergente da Várzea Queimada (Piauí, Brasil). Linguagem & Ensino (UCPel), v. 23, p. 1029-1053, 2020. DOI https://doi.org/10.15210/rle.v23i4.18533

ARAÚJO, P. J. P.; BENTES, T. Línguas de sinais de fronteiras: o caso da LSV no Brasil. Revista Humanidades & Inovação, v. 7, p. 125-135, 2020.

ARAÚJO, P. J. P.; BENTES, T. Contatos linguísticos e bilinguismo uni e bimodal entre a Libras e a LSV em Roraima. Letra Magna, v. 24, n. 23, p. 585-597, 2018.

BERGEN, B. K. Nativization processes in L1 Esperanto. Journal of Child Language. v. 28, n. 3, p. 575-595, 2001. DOI https://doi.org/10.1017/S0305000901004779

BICKFORD, J. A.; MCKAY-CODY, M. Endangered and revitalization of sign languages. In: HINTON, L.; HUSS, L.; ROCHE, G. (org.). The Routledge Handbook of Language Revitalization. Nova York: Routledge, 2018. DOI https://doi.org/10.4324/9781315561271-32

BRAITHWAITE, B.; KWOK, L.; OMARDEEN, R. Documenting sign language in South Rupununi, Guyana. Paper presented at the 5th International Conference on Language Documentation and Conservation (ICLDC), 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/10125/41976. Acesso em: 13 jun. 2021.

CAMP, A.; CAMPBELL, L.; CHEN, V.; LEE, N.; MAGNUSON, M.; RARRICK, R. Writing grammars of endangered languages. In: REHG, K.; CAMPBELL, L. (org.). The Oxford Handbook of Endangered Languages. Nova York: Oxford University Press, 2018. DOI https://doi.org/10.1093/oxfordhb/9780190610029.013.15

CAPOVILLA, F. C.; RAPHAEL, W. D.; MAURICIO, A. C. L. Novo Deit-Libras: Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da Língua de Sinais Brasileira (Libras). Vol. 1 e Vol 2. São Paulo: EDUSP, 2009.

COPPOLA, M. Gesture, homesign, sign language: Cultural and social factors driving lexical conventionalization. In: LE GUEN, O.; SAFAR, J.; COPPOLA, M. (org.). Emerging Sign Languages in the Americas. Berlim: de Gruyter, p. 349-32450, 2020. DOI https://doi.org/10.1515/9781501504884-008

CARLIEZ, M. L. S. S.; FORMIGOSA, E.; CRUZ, E. B. Accessibilité et égalité des chances aux micro-communautés des sourds brésiliens : vers la reconnaissance des langues des signes pratiquées par les sourds de Soure (Île de Marajó) et Fortalezinha-PA et Porto de Galinhas-PE. Revista Moara, v. 45, p. 113-143, 2016. DOI https://doi.org/10.18542/moara.v1i45.3711

DE VOS, C.; PFAU, R. Sign Language Typology: The contribuition of rural sign languages. Annual Review of Linguistics, 2015. DOI https://doi.org/10.1146/annurev-linguist-030514-124958

EDWARDS, T.; BRENTARI, D. Feeling phonology: The conventionalization of phonology in protactile communities in the United States. Language, v. 96, n. 4, p. 819-840, 2020. DOI https://doi.org/10.1353/lan.2020.0063

ERGIN, R.; KURSAT, L.; HARTZELL, E.; JACKENDOFF, R. Central Taurus Sign Language: On the edge of conventionalization. (Manuscrito). Disponível em: https://psyarxiv.com/x9emd/. Acesso em: 25 jun. 2020. DOI https://doi.org/10.31234/osf.io/x9emd

ERGIN, R. Central Taurus Sign Language: A unique vantage point into language emergence. 2017. Tese (Linguística), Massachusetts, Tufts University, 2017.

FERREIRA, L. Por uma Gramática de Línguas de Sinais. [Reimp.]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2010.

GIPPERT, J.; HIMMELMANN, N. P.; MOSEL, U. (org.). Essentials of Language Documentation. Berlim: Mouton de Gruyter, 2006. DOI https://doi.org/10.1515/9783110197730

GIROLETTI, M. F. P. Cultura Surda e Educação Escolar Kaingang. 2008. Dissertação de Mestrado (Educação), Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina, 2008.

GODOY, G. Os KA’APOR, os gestos e os sinais. 2020, 385f. Tese (Antropologia), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020.

GRENOBLE, L. A.; WHALEY, L. J. Saving Languages: An introduction to language revitalization. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. DOI https://doi.org/10.1017/CBO9780511615931

LE GUEN, O.; SAFAR, J.; COPPOLA, M. (org.). Emerging Sign Languages in the Americas. Berlim: de Gruyter, 2020. DOI https://doi.org/10.1515/9781501504884

MEIR, I.; SANDLER, W. Variation and conventionalization in language emergence: the case of two young sign language. In: DORON, E.; HOVAV, M. R.; RESHEF, Y.; TAUBE, M. (org.). Language contact, continuity and change in the genesis of modern Hebrew. Amsterdam: John Benjamins, 2019. DOI https://doi.org/10.1075/la.256.13mei

NYST, V. A descriptive analysis of Adamarobe Sign Language (Ghana). Utretch: LOT, 2007.

OLIVEIRA, A. F. de. Aspectos da convencionalização de sinais em línguas de sinais emergentes do Brasil. Dissertação (Letras), Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, 2021.

PELUSO, L. Lingüística y gramatización de la Lengua de Señas Uuguaya: contextualización, historización y discusión de sus alcances. Revista Humanidades & Inovação, v. 7, n. 26, p. 26-38, 2020.

PEREIRA, E. L. Fazendo cena na cidade dos mudos: surdez, práticas sociais e uso da língua em uma localidade no sertão do Piauí. 2013. Tese (Doutorado em Antropologia Social). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2013.

PFAU, R. Handwaving and headshaking? On the linguistic structure of sign languages In: CASTELL, J.; SERRA, J. (orgs.). Les llengües de signes com a llengües minoritàries: perspectives lingüístiques, socials i polítiques (Actes del Seminari del CUIMPB-CEL2008). Barcelona: Institut d’Estudis Catalans, 2010. p. 59-84. DOI

QUADROS, R. (org.). Brazilian Sign Language Studies. Berlim: De Gruyter, 2020a.

QUADROS, R. (org.). Dossiê documentação de Libras. Fórum Linguístico, v. 17, n. 4, 2020b. DOI https://doi.org/10.5007/1984-8412.2020.e77422

QUADROS, R.; SILVA, J. B.; ROYER, M. Gramática de Libras: questões metodológicas. Fórum Linguístico, v. 17, n. 4, p. 5526-5542, 2020. DOI https://doi.org/10.5007/1984-8412.2020.e77418

QUADROS, R. M. Tecnologia para o estabelecimento de documentação de línguas de sinais. In: CORREA, Y.; CRUZ, C. R. (org.). Língua Brasileira de Sinais e Tecnologias Digitais. Porto Alegre: Penso, 2019.

QUER, J.; CECCHETTO, C.; DONATI, C., GERACI, C.; KELEPIR, M.; PFAU, R.; STEINBACH, M. SignGram Blueprint: A Guide to Sign Language Grammar Writing. Berlim: De Guyter, 2017. DOI https://doi.org/10.1515/9781501511806

SCHMID, H.-J. A blueprint of the Entrenchment-and-Conventionalization Model. Yearbook of the German Cognitive Linguistics Association, v. 3, n. 1, p. 3-25, 2015. DOI https://doi.org/10.1515/gcla-2015-0002

SCHMID, H.-J. Why Cognitive Linguistics must embrace the social and pragmatic dimensions of language and how it could do so more seriously. Cognitive Linguistics, v. 27, n. 4, p. 543-557, 2016. DOI https://doi.org/10.1515/cog-2016-0048

SCHMID, H.-J. A Framework for Understanding Linguistic Entrenchment and its Psychological Foundations. In: SCHMID, H.-J. (org.). Entrenchment and the Psychology of Language Learning: How We Reorganize and Adapt Linguistic Knowledge. Boston, MA; Berlin: APA and Walter de Gruyter, 2017a. DOI https://doi.org/10.1037/15969-000

SCHMID, H.-J. Linguistic Entrenchment and its Psychological Foundations. In: SCHMID, H.-J. (org.). Entrenchment and the Psychology of Language Learning: How We Reorganize and Adapt Linguistic Knowledge. Boston, MA; Berlin: APA and Walter de Gruyter, 2017b. DOI https://doi.org/10.1037/15969-000

SCHMID, H.-J. Unifying entrenched tokens and schematized types as routinized commonalities of linguistic experience. Yearbook of the German Cognitive Linguistics Association, v. 6, n. 1, p. 167-182, 2018. DOI https://doi.org/10.1515/gcla-2018-0008

SCMID, H.-J. The Dynamics of the Linguistic System: Usage, Conventionalization, and Entrenchment. Reino Unido: Oxford University Press, 2020. DOI https://doi.org/10.1093/oso/9780198814771.001.0001

SILVA, D. S. da; QUADROS, R. M. Línguas de sinais de comunidades isoladas encontradas no Brasil. Brazilian Journal of Development. Vol. 5, n. 10, p. 22111-22117, 2019. DOI https://doi.org/10.34117/bjdv5n10-342

SUMAIO, P. A. S. Língua Terena de Sinais: análise descritiva inicial da língua de sinais usada pelos Terena da Terra Indígena Cachoeirinha. 2018. 213 p. Tese (Doutorado em Linguística e Língua Portuguesa). Faculdade de Ciências e Letras-UNESP/Araraquara. Araraquara- SP. 2018.

SUMAIO, P. A. Sinalizando com os Terena: um estudo do uso da LIBRAS e de sinais nativos por indígenas surdos, 2014. Dissertação (Mestrado em Linguística e Língua Portuguesa) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, 2014.

SKUTNABB-KANGAS, T. Language rights and revitalization. In: HINTON, L.; HUSS, L.; ROCHE, G. (org.). The Routledge Handbook of Language Revitalization. Nova York: Routledge, 2018. DOI https://doi.org/10.4324/9781315561271-3

XAVIER, A. Panorama da variação sociolinguística nas línguas sinalizadas. Claraboia, v. 12, p. 48-67, 2019.

ZESHAN, U.; PALFREYMAN, N. Sign language typology. In: AIKHENVALD, A.; DIXON, R. M. W. (org.). The Cambridge Handbook of Linguistic Typology. Cambridge: Cambridge University Press, 2017.

Publicado

2022-03-09

Cómo citar

ARAÚJO, P. J. P.; OLIVEIRA, A. F. de .; RODRIGUES, E. O. P. . Por que escrever gramáticas de línguas de sinais emergentes . Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 16, n. 2, p. 721–746, 2022. DOI: 10.14393/DL50-v16n2a2022-12. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/62084. Acesso em: 31 ago. 2024.

Artículos similares

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.