Identidade de velhos
modos de identificação e discursos de resistência na velhice
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL23-v10n3a2016-8Palabras clave:
Discurso de resistência, Poder, Identidade, Modos de identificação, VelhiceResumen
Este artigo tem como objetivo analisar os modos de resistência identitária presentes em discursos autobiográficos de sujeitos velhos. Concebemos as práticas de resistência identitária como formas de ação social através das quais padrões identitários hegemônicos são contestados em favor da promoção e valorização de novas formas de identificação. Os discursos de resistência identitária associados à velhice constituem um conjunto de ações discursivas por meio dos quais se contesta o modo como o velho é identificado, tendo a juventude como base identitária. Na esteira da resistência, são construídas para o velho novas formas de identificação e novas formas de estar-no-mundo próprias da velhice. A partir de um embasamento teórico assentado na Análise Crítica do Discurso (ADC), e com contribuições da Psicanálise e estudos foucaultianos, buscamos mostrar nas crônicas autobiográficas de Rachel de Queiroz e Rubem Alves os discursos que constroem uma identificação dissidente para a velhice. Foram selecionadas seis crônicas, nas quais encontramos um discurso de resistência à identificação social da velhice como dócil, assexuada e decrépita. Além do aspecto crítico, os escritores se engajam num discurso que visa à transformação dos modos de identificação do velho, especialmente a identificação que reduz o velho a um indivíduo à espera da morte.
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