Memória, corpo e território
a insurreição das epistemes indígenas nos movimentos de resistência
DOI:
https://doi.org/10.14393/DLv17a2023-56Palavras-chave:
Discurso colonial, Epistemes indígenas, Subjetivação, Corpo, TerritórioResumo
Considerando que as formações indígenas se transformam, neste século XXI, com a agência de novos atores em novos campos, buscamos neste estudo, por meio da articulação de operadores teóricos dos estudos do discurso, estabelecendo diálogos entre as obras de Foucault, Guattari e a práxis crítica descolonizadora empenhada por Cusicanqui, problematizar as políticas de subjetivação, de produção do outro no discurso colonial, e como essa sujeição é subvertida nas enunciações de resistência. Para isso, mapearemos as diferentes topografias que emergem nas relações entre corpo e território, na produção de memórias do indigenato, a partir de enunciados recorrentes e dispersos nas produções audiovisuais feitas após a criação do Parque Indígena do Xingu, um recorte temporal que vai de meados da década de 1960 até a contemporaneidade, bem como em publicações na internet e registros de exposições de arte autodenominada indígena.
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