Cognição e variação linguística de gêneros/registros jornalísticos

um estudo baseado em corpus

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL52-v16n4a2022-3

Palavras-chave:

Linguística de Corpus, Análise multidimensional, Gênero jornalístico, Registro

Resumo

As páginas de um jornal congregam diversos gêneros/registros linguísticos especializados, seja qual for o meio de acesso para a sua leitura. Nem sempre, porém, percebe-se distinção clara entre gêneros/registros jornalísticos, mesmo entre os produtores desses textos, o que leva a especular sobre a conformação e estabilidade linguística de determinados gêneros/registros. O presente estudo investiga essa questão, ao analisar um corpus formado por textos de duas edições da "Folha de S.Paulo", classificados em termos de gêneros/ registros por especialistas. Os resultados foram tabulados por grau de concordância entre classificadores. A maioria das classificações recaiu sobre as categorias reportagem e notícia. Em seguida, escores que refletem o consenso na determinação do gêneros/registro foram mapeados segundo as dimensões de variação do texto jornalístico de Kauffmann (2005), verificando o quão separados linguisticamente estão os gêneros/registros  menos consensuais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Carlos Henrique Kauffmann, PUC-SP

Doutor em linguística aplicada e estudos da linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP).

Referências

AITCHISON, J.; LEWIS, D. M. (org.). New media language. Abingdon; New York: Routledge, 2003. DOI https://doi.org/10.4324/9780203696965

BEDNAREK, M. Evaluation in media discourse: analysis of a newspaper corpus. London; New York: Continuum, 2006.

BELL, A. The Language of News Media. Oxford: Blackwell, 1991.

BERBER SARDINHA, T. Análise Multidimensional. D.E.L.T.A., v. 16, n. 1, p. 99-127, 2000. DOI https://doi.org/10.1590/S0102-44502000000100005

BERBER SARDINHA, T. Linguística de Corpus. Barueri: Manole, 2004.

BERBER SARDINHA, T. ET AL. A multi-dimensional analysis of register variation in Brazilian Portuguese. Corpora, v. 9, n. 2, p. 239-271, 2014 (a). DOI https://doi.org/10.3366/cor.2014.0059

BERBER SARDINHA, T. ET AL. Dimensions of register variation in Brazilian Portuguese. In: BERBER SARDINHA, T.; VEIRANO PINTO, M. (org.). Multi-Dimensional Analysis, 25 years on: a tribute to Douglas Biber. Amsterdam: John Benjamins, 2014 (b). p. 35-79. DOI https://doi.org/10.1075/scl.60

BERBER SARDINHA, T. et al. Adding registers to a previous Multi-Dimensional Analysis. In: BERBER SARDINHA, T.; VEIRANO PINTO, M. (org.). Multi-Dimensional Analysis: research methods and current issues. London: Bloomsbury, 2019. p. 165-186. DOI https://doi.org/10.5040/9781350023857.0017

BÉRTOLI-DUTRA, P. Linguagem da música popular anglo-americana de 1940 a 2009. 2010. 290 f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem) – LAEL, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010.

BIBER, D. Variation across speech and writing. Cambridge: Cambridge University Press, 1988. DOI https://doi.org/10.1017/CBO9780511621024

BIBER, D. Dimensions of register variation: A Cross-linguistic Comparison. Cambridge: Cambridge University Press, 1995. DOI https://doi.org/10.1017/CBO9780511519871

BIBER, D. University language: a corpus-based study of spoken and written registers. Amsterdam; Philadelphia: John Benjamins, 2006. DOI https://doi.org/10.1075/scl.23

BIBER, D.; CONRAD, S. Register, genre and style. Cambridge: Cambridge University Press, 2009. DOI https://doi.org/10.1017/CBO9780511814358

BIBER, D. et al. Longman grammar of spoken and written English. London: Longman, 1999.

BIBER, D.; EGBERT, J.; DAVIES, M.. Exploring the composition of the searchable web: a corpus-based taxonomy of web registers. Corpora, n. 101, p. 11-45, 2015. DOI https://doi.org/10.3366/cor.2015.0065

BICK, E. Gramática constritiva na análise automática da sintaxe portuguesa. In: BERBER SARDINHA, T. (org.). A língua portuguesa no computador. Campinas: Mercado de Letras, 2005. p. 91-112.

BICK, E. PALAVRAS, a constraint grammar-based parsing system for Portuguese. In: BERBER SARDINHA, T.; FERREIRA, T. S. B. (org.). Working with Portuguese corpora. London; New York: Bloomsbury; Continuum, 2014.

BONINI, A. Gêneros textuais e cognição. Florianópolis: Insular, 2002.

BONINI, A. Os gêneros do jornal: o que aponta a literatura da área de comunicação do Brasil? Linguagem em (Dis)curso, v. 4, n. 1, jul./dez., 2003.

BONINI, A. The distinction between news and reportage in the brazilian journalistic context: a matter of degree. In: BAZERMAN, C.; BONINI, A.; FIGUEIREDO, D. (org.). Genre in a changing world. Perspectives on writing. Fort Collins, Colorado: The WAC Clearinghouse and Parlor Press, 2009. Disponível em: https://wac.colostate.edu/books/genre/. Acesso em: 23 out. 2021. DOI https://doi.org/10.37514/PER-B.2009.2324.2.10

BONINI, A. Análise crítica de gêneros jornalísticos. SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo. 10º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2012.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais – 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental. Brasília: SEF/MEC, 1998.

CHAPARRO, M. C. Jornalismo, discurso em dois gêneros. 1997. 261 p. Tese (Livre Docência) – Escola de Comunicações e Artes, USP, São Paulo, 1997.

COSTA, L.A. Gêneros jornalísticos. In: J. MARQUES DE MELO; F. de ASSIS (org.). Gêneros jornalísticos no Brasil. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2010. p. 43-83.

EDITORA ABRIL. Manual de estilo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.

FAIRCLOUGH, N. Media discourse. London: Edward Arnold, 1995.

FOLHA DE S.PAULO. Manual geral da Redação. São Paulo: Folha de S.Paulo, 1984.

FOLHA DE S.PAULO. Manual geral da Redação. São Paulo: Folha de S.Paulo, 1987.

FOLHA DE S.PAULO. Novo manual da Redação. São Paulo: Folha de S.Paulo, 1992.

FOLHA DE S.PAULO. Manual da Redação. São Paulo: Publifolha, 2001.

FOLHA DE S.PAULO. Manual da Redação. São Paulo: Publifolha, 2018.

KAUFFMANN, C. H. O corpus do jornal: variação linguística, gêneros e dimensões da imprensa diária escrita. 2005. 202 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem) – LAEL, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2005.

KAUFFMANN, C. H. Caracterização linguística de gêneros textuais do português brasileiro. VIII Simpósio Internacional de Estudos de Gêneros Textuais (SIGET), 2015. Comunicação. São Paulo: 2015.

KENNEDY, G. An Introduction to corpus linguistics. London: Longman, 1998.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (org.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. p. 19–36.

MARQUES DE MELO, J.; ASSIS, F. (org.). Gêneros jornalísticos no Brasil. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2010.

MARQUES DE MELO, J.; ASSIS, F. Gêneros e formatos jornalísticos: um modelo classificatório. Intercom - RBCC São Paulo, v. 39, n. 1, p. 39-56, jan./abr., 2016. DOI https://doi.org/10.1590/1809-5844201613

MIOT, H. A. Análise de concordância em estudos clínicos e experimentais. J. vasc. bras., v. 15, n. 2, p. 89-92, 2016. DOI https://doi.org/10.1590/1677-5449.004216

O ESTADO DE S.PAULO. Manual de redação e estilo. MARTINS, E. (org.). São Paulo: O Estado de S.Paulo, 1990.

O GLOBO. Manual de redação e estilo. GARCIA, L. (org.). São Paulo: Editora Globo, 1998.

RANDOLPH, J. J. 2005. Free-marginal multirater kappa: An alternative to Fleiss' fixed-marginal multirater kappa. Comunicação. Joensuu University Learning and Instruction Symposium 2005, Joensuu, Finland, October 14-15th, 2005. (ERIC Document Reproduction Service No. ED490661).

SEIXAS, L. Redefinindo os gêneros jornalísticos: proposta de novos critérios de classificação. Covilhã: LabCom, 2009.

SOUZA, R. C. A revista Time em uma perspectiva multidimensional. 2012. 330 f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem) – LAEL, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012.

SWALES, J. M. Genre analysis: English in academic and research settings. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

VAN DIJK, T. A. News as discourse. Hillsdale, New Jersey: Erlbaum, 1988.

VAN DIJK, T. A. Discurso e poder. São Paulo: Contexto, 2010.

VEIRANO PINTO, M. A linguagem dos filmes norte-americanos ao longo dos anos: uma abordagem multidimensional. 2013. 467 f. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem) – LAEL, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2013.

Downloads

Publicado

12.09.2022

Como Citar

KAUFFMANN, C. H. Cognição e variação linguística de gêneros/registros jornalísticos: um estudo baseado em corpus. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 16, n. 4, p. 1266–1291, 2022. DOI: 10.14393/DL52-v16n4a2022-3. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/63847. Acesso em: 5 nov. 2024.