Um por todos e todos por um
a comunidade de garimpeiros de diamante no município de Três Ranchos-Goiás-Brasil
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL39-v13n3a2019-18Palavras-chave:
Sociolinguística, Comunidade de prática, Garimpo de Diamantes, Três Ranchos-Goiás.Resumo
Abordamos neste estudo o conceito de comunidade de prática proposto por Eckert e Mc Connell-Ginet (1992) que, ao ser incorporado aos estu-dos sociolinguísticos, contribuiu significativamente para as pesquisas sobre variação linguística. Para tal, apresentamos uma análise da comunidade de garimpeiros de diamante no município de Três Ranchos, localizado no sudeste do estado de Goiás-Brasil. A atividade desenvolvida por esses garimpeiros era realizada, na época, de forma artesanal e foi interrompida na referida cidade no ano de 1981, devido ao represamento do rio Paranaíba, o que culminou no alagamento dos locais em que eram extraídas as pedras preciosas. No entanto, muitos desses homens, hoje, senhores na faixa de 60 a 80 anos de idade, trazem em sua memória os tempos idos da época do garimpo e tudo aquilo que era, entre eles, compartilhado, como o vocabulário que nomeava as ferramentas de trabalho, a função que cada um exercia em cima da balsa e todo o universo extralinguístico relacionado a essa atividade. Apresenta-mos, assim, algumas unidades lexicais que nos levaram à hipótese de que seria possível encontrar no repertório dos garimpeiros variação lexical. Além disso, foi possível trabalhar com o conceito de comunidade de prática em um corpus constituído pela memória coletiva desses senhores, em que encontramos dados suficientes para uma análise dessa natureza.
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