Um por todos e todos por um

a comunidade de garimpeiros de diamante no município de Três Ranchos-Goiás-Brasil

Autores

  • Gabriela Guimarães Jeronimo Universidade Federal de Goiás - Regional Catalão

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL39-v13n3a2019-18

Palavras-chave:

Sociolinguística, Comunidade de prática, Garimpo de Diamantes, Três Ranchos-Goiás.

Resumo

Abordamos neste estudo o conceito de comunidade de prática proposto por Eckert e Mc Connell-Ginet (1992) que, ao ser incorporado aos estu-dos sociolinguísticos, contribuiu significativamente para as pesquisas sobre variação linguística. Para tal, apresentamos uma análise da comunidade de garimpeiros de diamante no município de Três Ranchos, localizado no sudeste do estado de Goiás-Brasil. A atividade desenvolvida por esses garimpeiros era realizada, na época, de forma artesanal e foi interrompida na referida cidade no ano de 1981, devido ao represamento do rio Paranaíba, o que culminou no alagamento dos locais em que eram extraídas as pedras preciosas. No entanto, muitos desses homens, hoje, senhores na faixa de 60 a 80 anos de idade, trazem em sua memória os tempos idos da época do garimpo e tudo aquilo que era, entre eles, compartilhado, como o vocabulário que nomeava as ferramentas de trabalho, a função que cada um exercia em cima da balsa e todo o universo extralinguístico relacionado a essa atividade. Apresenta-mos, assim, algumas unidades lexicais que nos levaram à hipótese de que seria possível encontrar no repertório dos garimpeiros variação lexical. Além disso, foi possível trabalhar com o conceito de comunidade de prática em um corpus constituído pela memória coletiva desses senhores, em que encontramos dados suficientes para uma análise dessa natureza.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Gabriela Guimarães Jeronimo, Universidade Federal de Goiás - Regional Catalão

Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela Faculdade de Ciências e Letras (PPGLLP/FCLAr), da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Câmpus de Araraquara (UNESP/Araraquara), com estágio de doutoramento no exterior (PDSE/CAPES) pela Université Paris Sorbonne - Paris IV; mestre em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal de Goiás - Câmpus Catalão (PMEL/UFG-CAC) com ênfase em língua, linguagens e cultura, e graduada em Letras-Licenciatura em Português pela mesma instituição.

Referências

ECKERT, P.; MC CONNELL-GINET, S. Think practically and look locally: Language and gender as community-based practice. Annual Review of Anthropology. v. 21, p. 461–488, 1992. DOI https://doi.org/10.1146/annurev.anthro.21.1.461.

HOUAISS, A.; VILLAR, M. de S. Dicionário Eletrônico Houaiss da língua portuguesa, Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda., Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. DOI https://doi.org/10.17979/rlex.2003.9.0.5582.

JERONIMO, G. G. As grimpas lexicais e seus diamantes linguísticos: o vocabulário do garimpo de diamantes no município de Três Ranchos-Goiás (1944-1981). 2014. 134 f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) – Universidade Federal de Goiás, 2014. DOI https://doi.org/10.5327/z2176-947820170076.

MACHADO FILHO, A. da M. O negro e o garimpo em Minas Gerais. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira S. A., 1964.

MELO, I. C. de. Tropeirismo em Três Ranchos: passagens e memórias. 2008. 60 f. Monografia (Bacharelado e Licenciatura em História) – Universidade Federal de Goiás, Catalão, 2008.

MEYERHOFF, M. Communities of practice. In: CHAMBERS, J. K.; TRUDGILL, P.; SCHILLINGESTES, N. (ed.). The language handbook of variation and change. Oxford: Blackwell, 2003. p. 395-410.

SOUSA, J. L. V. de. Pobres garimpeiros de riqueza: a geografia dos diamantes em Três Ranchos-Goiás. 2012. 170 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Goiás, Catalão, 2012. DOI https://doi.org/10.5212/rlagg.v.3.i2.150154.

VANIN, A. A. Considerações relevantes sobre definições de ‘comunidade de fala’. In: Acta Scientiarum: Language and Culture. Maringá, v. 31, n. 2, p. 147-153, 2009. Disponível em:

http://eduem.uem.br/ojs/index.php/ActaSciLangCult/article/viewFile/6367/6367i. Acesso em: 12 de dez. de 2018. DOI https://doi.org/10.4025/actascilangcult.v31i2.6367.

WIEDEMER, M. L. As faces da comunidade de fala. In: Linguagens: Revista de Letras, Artes e Comunicação. Blumenau, v. 2, n. 1, p. 21-35, jan./abr. 2008. Disponível em:

http://proxy.furb.br/ojs/index.php/linguagens/article/viewFile/810/865. Acesso em: 12 dez. 2018.

Downloads

Publicado

08.10.2019

Como Citar

JERONIMO, G. G. Um por todos e todos por um: a comunidade de garimpeiros de diamante no município de Três Ranchos-Goiás-Brasil. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 13, n. 3, p. 1296–1317, 2019. DOI: 10.14393/DL39-v13n3a2019-18. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/46338. Acesso em: 5 nov. 2024.