Sujeito pronominal expresso e nulo no começo do séc. XXI (e sua relação com o objeto nulo em PB)
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL37-v13n1a2019-1Palavras-chave:
Sujeito expresso, sujeito nulo, pronomes, gramática do português brasileiro.Resumo
Neste artigo, investigamos a ocorrência de sujeitos nulos e pronominais expressos em duas peças teatrais recentes, tendo dois objetivos em mente: (i) dar continuidade, de certa maneira, ao trabalho pioneiro de Duarte (1993, 1995) sobre o preenchimento de sujeitos pronominais em PB; e (ii) aplicar a hipótese do gênero semântico (de Creus & Menuzzi, 2004) à análise, justamente, dos sujeitos pronominais nessas peças. Confirmamos a hipótese antecipada em Duarte (1993, 1995) de que o PB estaria favorecendo o preenchimento de sujeitos pronominais (aproximando-se, portanto, de uma língua -pro-drop). E apontamos para uma direção ainda não investigada na literatura sobre o assunto: os sujeitos pronominais preenchidos preferencialmente retomam (ou se referem a) referentes com gênero semântico expresso, o que sugere que o gênero semântico pode ser, de fato, um traço relevante para o favorecimento do pronome em PB, tanto para o objeto direto anafórico (como mostram alguns trabalhos recentes na literatura), como para o sujeito pronominal (como esboçamos aqui).
Downloads
Métricas
Referências
ANDERSON, S. R. West Scandinavian vowel systems and the ordering of phonological rules. Tese de Doutorado. Massachusetts Institute of Technology, 1969.
ARONOFF, M. Word formation in generative grammar. Cambridge: MIT Press, 1976.
AVELAR, J.; CYRINO, S. Locativos preposicionados em posição de sujeito: uma possível contribuição das línguas Bantu à sintaxe do português brasileiro. Revista de Estudos Linguísticos da Universidade do Porto, v. 3, p. 49-65, 2008.
AYRES, M. R. Aspectos condicionadores do objeto nulo e do pronome pleno em português brasileiro: uma análise da fala infantil. Dissertação de Mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2016.
AYRES, M. R. Objetos nulos, elipses de VP e retomadas pronominais na fala infantil em PB: uma reanálise do trabalho de Ayres e Othero (2016). Domínios de Lingu@gem, vol. 12, n. 1, 2018. p. 298-319. DOI: http://dx.doi.org/10.14393/DL33-v12n1a2018-11
BUTHERS, C. M. Emergência da ordem [XP V (DP)] no Português Brasileiro Contemporâneo e o Parâmetro do Sujeito Nulo: uma abordagem minimalista. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, 2009.
BUTHERS, C. M.; DUARTE, F. B. Português Brasileiro: uma língua de sujeito nulo ou de sujeito obrigatório? Revista Diacrítica, v. 26, n. 1, p. 64-88, 2012.
CASAGRANDE, S. A aquisição do objeto direto anafórico em português brasileiro. Dissertação de mestrado, UFSC, Florianópolis, 213f, 2007.
COELHO, I. L.; OTHERO, G. A.; VIEIRA-PINTO, C. A. Reanálise de variáveis semânticas no condicionamento do objeto nulo e do pronome pleno na fala de Florianópolis. Fórum Linguístico, v. 14, n. 4, 2017.
COSTA, I. O.; RODRIGUES, E. S.; AUGUSTO, M. R. A. Concordância com tópico: o caso dos verbos meteorológicos em relativas cortadoras. ReVEL, edição especial n. 6, 2012.
CREUS, S; MENUZZI, S. O papel do gênero na alternância entre objeto nulo e pronome pleno em português brasileiro. Revista da ABRALIN, v. 3, n. 1-2, 2004.
CYRINO, S. M. Observações sobre a mudança diacrônica no português do Brasil: objeto nulo e clíticos. In: ROBERTS, I.; KATO, M. A. (org.) Português brasileiro: uma viagem diacrônica. Campinas: Ed. da Unicamp, 1993.
CYRINO, S. M. O objeto nulo no português do Brasil: um estudo sintático-diacrônico. Tese de doutorado. Universidade Estadual de Campinas, 1994 (publicada em 1997 pela Ed. da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR).
CYRINO, S. M. Para a história do Português Brasileiro: a presença do objeto nulo e a ausência dos clíticos. Letras de Hoje, v. 38, n. 1, 2003.
CYRINO, S. M. L.; DUARTE, M. E.; KATO, M. A. Visible subjects and invisible clitics in Brazilian Portuguese. In: KATO, M. A.; NEGRÃO, E. V. (ed.) Brazilian Portuguese and the Null Subject Parameter. Frankfurt: Vervuert-Iberoamericana, 2000. p. 55-104.
CYRINO, S. M. L.; MATOS, G. Null objects and VP ellipsis in European and Brazilian Portuguese. In: WETZELS, L.; COSTA, J.; MENUZZI, S. The handbook of Portuguese linguistics. Oxford: Blackwell, 2016. p. 294-317. DOI: https://doi.org/10.1002/9781118791844.ch16
DOWTY, D. Thematic proto-roles and argument selection. Language, 67 (3), 1991. DOI: https://doi.org/10.1353/lan.1991.0021
DUARTE, I.; FIGUEIREDO SILVA, M. C. The null subject parameter and the structure of the sentence in European and Brazilian Portuguese. In: WETZELS, L.; MENUZZI, S.; COSTA, J. The Handbook of Portuguese Linguistics. West Sussex: John Wiley & Sons, 2016. DOI: https://doi.org/10.1002/9781118791844.ch13
DUARTE, M. E. L. Clítico acusativo, pronome lexical e categoria vazia no português do Brasil. In: TARALLO, F. (org.) Fotografias sociolingüísticas. Campinas: Editora da Unicamp, 1989, p. 19-34.
DUARTE, M. E. L. Do pronome nulo ao pronome pleno: a trajetória do sujeito no português do Brasil. In: ROBERTS, I.; KATO, M. A. (org.) Português brasileiro: uma viagem diacrônica. Campinas: Ed. da Unicamp, 1993.
DUARTE, M. E. L. A perda do princípio “evite pronome” no português brasileiro. Campinas, Universidade Estadual de Campinas. Tese de Doutorado, 1995.
DUARTE, M. E. L. O sujeito em peças de teatro (1833-1992): estudos diacrônicos. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
DUARTE, M. E. REIS, E. P. R. Revisitando o sujeito pronominal vinte anos depois. ReVEL, vol. 16, n. 30, 2018.
FIGUEIREDO SILVA, M. C. A posição sujeito no Português Brasileiro – frases finitas e infinitivas. Campinas: Editora da Unicamp, 1996.
HASPELMATH, M. Against markedness (and what to replace it with). Journal of Linguistics, v. 42, n. 01, 2006. DOI: https://doi.org/10.1017/S0022226705003683
HOLMBERG, A. Null subject parameters. In: BIBERAUER, T. et al. Parametric variation: Null subjects in minimalist theory, p. 88-124. Cambridge: CUP, 2010.
HOLMBERG, A.; NAYUDU, A.; SHEEHAN, M. Three partial null‐subject languages: a comparison of Brazilian Portuguese, Finnish and Marathi. Studia Linguistica, v. 63, n. 1, p. 59-97, 2009. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-9582.2008.01154.x
HOPPER, P. J.; THOMPSON, S. Transitivity in grammar and discourse. Language 56, 1980.
KATO, M. A. Strong pronouns and weak pronominals in the null subject parameter. Probus (Dordrecht), Berlin, v. 11, n° 1, p. 1-37, 1999.
KIPARSKY, P. “Elsewhere” in phonology. In: ANDERSON, S. R.; KIPARSKY, P. A festschrift for Morris Halle. Holt: Rinehart and Winston, 1973. P. 93-106.
MATTOSO CÂMARA JR., J. Princípios de linguística geral. Rio de Janeiro: Padrão Livraria e Editora, 1977.
MILESKI, I. Uma discussão sobre condicionamentos semânticos do uso do objeto nulo no português brasileiro. Via Litterae, v. 6, n. 2, 2014
MOREIRA DA SILVA, S. Études sur la symétrie et l’asymétrie SUJET/OBJET dans le Portugais du Brésil. Tese de Doutorado. Universidade de Paris VIII, 1983.
NUNES, J. M. Direção de cliticização, objeto nulo e pronome tônico na posição de objeto em português brasileiro. In: ROBERTS, I.; KATO, M. A. (org.) Português brasileiro: uma viagem diacrônica. Campinas: Ed. da Unicamp, 1993.
OLIVEIRA, D. P. O preenchimento, a supressão e a ordem do sujeito e do objeto em sentenças do português do Brasil: um estudo quantitativo. In: TARALLO, F. (org.) Fotografias sociolingüísticas. Campinas: Pontes, 1989.
OTHERO, G. A.; AYRES, M. R.; SCHWANKE, C.; SPINELLI, A. C. A relevância do traço gênero semântico na realização do objeto nulo em português brasileiro. Working Papers em Linguística v. 17(1), 2016.
OTHERO, G. A.; CYRINO, S.; SCHABBACH, G.; MADRID, L.; ROSITO, R. Objeto nulo e pronome pleno na retomada anafórica em PB: uma análise em corpora escritos com características de fala. Revista da ANPOLL, v. 1, n. 44, 2018.
OTHERO, G. A.; SCHWANKE, C. Retomadas anafóricas de objeto direto em português brasileiro escrito. Revista de Estudos da Linguagem (UFMG), v. 26, n. 1, 2018.
OTHERO, G. A.; SPINELLI, A. C. Analisando a retomada anafórica do objeto direto em português falado. Revista Letras (UFPR), v. 96, p. 174-195, 2017.
PIVETTA, V. Objeto direto anafórico no português brasileiro: uma discussão sobre a importância dos traços semântico-pragmáticos – animacidade/especificidade vs. gênero semântico. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015.
QUAREZEMIN, S.; CARDINALETTI, A. Non-Topicalized Preverbal Subjects in Brazilian Portuguese, Compared to Italian. Annali di Ca’Foscari. Serie occidentale, v. 51, 2017. p. 383-409.
RAPOSO, E. P. On the null object in European Portuguese. In: JAEGGLI, O.; SILVA-CORVALÁN, C. (ed.) Studies in Romance Linguistics. Foris: Dordrecht, 1986.
ROBERTS, I. A deletion analysis of null subjects. In: BIBERAUER, T. et al. Parametric variation: Null subjects in minimalist theory. Cambridge: CUP, 2010. p. 125-152
SCHWENTER, S. Null objects across South America. Selected proceedings of the 8th Hispanic Linguistics Symposium. Somerville: Cascadilla Press, 2006.
SCHWENTER, S. Two kinds of differential object marking in Portuguese and Spanish. Portuguese-Spanish interfaces: Diachrony, synchrony, and contact, 2014.
SCHWENTER, S.; NUNES, L. L. Uma entrevista com Scott Schwenter. ReVEL, v. 16, n. 30, 2018.
SCHWENTER, S.; SILVA, G. Overt vs. null direct objects in spoken Brazilian Portuguese: a semantic/pragmatic account. HISPANIA v. 85 n. 3, p. 577-586, 2002. DOI: https://doi.org/10.2307/4141147
TARALLO, F. Relativization strategies in Brazilian Portuguese. Tese de Doutorado. University of Pennsylvania, 1983.
TARALLO, F. Preenchimentos em fronteiras de constituintes II: uma questão de variação interna, externa, ou um caso de variação individual? In: CASTILHO, A. T. (org.). Gramática do português falado, vol. III: as abordagens. Campinas: Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1993.
TARALLO, F. Turning different at the turn of the century: 19th century Brazilian Portuguese. In: GUY, G. et al. (ed.) Towards a social science of language: papers in honor of William Labov. Amsterdam: John Benjamins, 1996. DOI: https://doi.org/10.1075/cilt.127.14tar
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos da licença Creative Commons
CC BY-NC-ND 4.0: o artigo pode ser copiado e redistribuído em qualquer suporte ou formato; os créditos devem ser dados ao autor original e mudanças no texto devem ser indicadas; o artigo não pode ser usado para fins comerciais; caso o artigo seja remixado, transformado ou algo novo for criado a partir dele, o mesmo não pode ser distribuído.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.