História Visual da Tradução

a iconografia do século XIX no Brasil

Autores

  • Dennys Silva-Reis Doutorando em Literatura na Universidade de Brasília (UnB)

DOI:

https://doi.org/10.14393/DL32-v11n5a2017-5

Palavras-chave:

História Visual, Iconografia da tradução, Johann Moritz Rugendas, Benedito Calixto, Século XIX

Resumo

A noção dos documentos escritos como única fonte histórica válida é questionada e brotam novos métodos de apreensão da História. É neste contexto que nasce a Iconografia tanto como ramo historiográfico quanto método analítico da escrita histórica. A imagem é considerada um dos artefatos culturais e pode ser utilizada como fonte histórica porque tem o poder de representar, reproduzir ou fazer analogia ao imaginário coletivo ou à história das mentalidades de determinada época ou sociedade. No Brasil oitocentista, muitas foram as expedições que trouxeram os mais diversos artistas e cientistas a fim de catalogarem as inéditas descobertas da terra visitada. Coube aos pintores, desenhistas, litógrafos, retratistas e paisagistas a missão de arquivar visualmente a memória brasileira desta época em que a fotografia ainda não era popular. Tanto pintores oitocentistas como pintores pós-oitocentistas, estrangeiros – como Johann Moritz Rugendas (1802-1858) – ou brasileiros – por exemplo, Benedito Calixto (1853-1927) – deixaram algumas pinturas em que se reconhecem atos de tradução, obras traduzidas e tradutores. O presente trabalho visa estabelecer os artefatos visuais do século XIX que têm por tema a tradução, bem como desvendar o discurso sobre a tradução que tais imagens veiculam.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Dennys Silva-Reis, Doutorando em Literatura na Universidade de Brasília (UnB)

Mestre em Estudos da Tradução (POSTRAD) e doutorando em Literatura (POSLIT) pela Universidade de Brasília. Seus principais eixos de trabalho são: Literatura Francófona, História da Tradução e Tradução intersemiótica. Igualmente é tradutor e cronista em seu blog Historiografia da tradução no Brasil (http://historiografiadatraducaobr.blogspot.com.br). E-mail: reisdennys@gmail.com. Brasília, Brasil.

Referências

AGNOLIN, A. Jesuítas e selvagens: a negociação da fé no encontro catequético – ritual americano-tupi (séc. XVI-XVII). São Paulo: Humanitas, 2007.

ALVES, C. F. Benedito Calixto e a construção do imaginário republicano. Bauru - SP: EDUSC, 2003.

BASCHET, J. L’iconographie médiévale. Paris: Gallimard, 2008.

BURKE, P. Testemunha ocular: história e imagem. Trad. Vera Maria Xavier dos Santos. Bauru: EDUSC, 2004.

CALIXTO, B. Fundação de São Vicente. 1900. Óleo sobre tela.

______. Anchieta e Nóbrega na cabana de Pindobuçu. 1920. Óleo sobre tela.

______. Capitanias paulistas. 2ed. São Paulo: Casa Duprat e Casa Mayença, 1927.

______. Martim Afonso no Porto de Piaçagüera. S/d. Óleo sobre tela.

CASTRO, F. P. de. Anchieta em Iperoig. Anchietana – Comissão Nacional para as Comemorações. São Paulo: SEC/SP, 1965, p. 235-244.

CHRISTAIN, A.-M. A imagem enformada pela escrita. In: ARBEX, M. (Org.). Poéticas do visível: ensaios sobre a escrita e a imagem. Belo Horizonte: Programa de Pós-Graduação em Letras: estudos literários, 2006, p. 63-105.

COLI, J. A pintura e o olhar sobre si: Victor Meirelles e a Invenção de uma História Visual no Século XIX Brasileiro. In: FREITAS, M. C. de. Historiografia Brasileira em Perspectiva. São Paulo: Contexto, 2014, p. 375-404.

COMPOFIORITO, Q. História da Pintura Brasileira do Século XIX – A pintura Remanescente da Colônia (1800-1830). Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983. v. 1.

DELISLE, J. Réflexions sur l’historiographie de la traduction et ses exigences scientifiques. Équivalences, Bruxelles, v. 26, n. 2, v. 27, n. 1, p. 21-43, 1997-1998. Disponível em: https://www.academia.edu/5940711/Réflexions_sur_lhistoriographie_de_la_traduction_et_ses_exigences_scientifiques. Acesso em: 14 ago. 2016.

DESGUALDO, M. A. Recognição visuográfica e a lógica na investigação criminal. S. l., S. N.: 2006. Disponível em: http://tmp.mpce.mp.br/orgaos/CAOCRIM/pcriminal/files_4ca23424cfeaaLocal%20Crime.pdf Acesso em: 13 set. 2016.

DIENER, P.; COSTA, M. F. Rugendas e o Brasil. Rio de Janeiro: Capivara, 2012.

GONZÁLEZ, M. A. C. Introducción al método iconográfico. 5ed. Barcelona: Editorial Ariel, 2009.

HANSEN, J. A. Manuel da Nóbrega. Recife-PE: Massangana, 2010.

MARIANI, B. Quando as línguas eram corpos – sobre a colonização linguística portuguesa na África e no Brasil. In: ORLANDI, E. P. Política linguística no Brasil. Campinas: Pontes Editora, 2007, p. 83-112.

MENESES, U. T. B. de. Fontes visuais, cultura visual, História visual. Balanço provisório, propostas cautelares. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 23, n. 45, p. 11-36, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882003000100002&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 18 set. 2016.

PANOFSKY, E. Estudos de iconologia: temas humanísticos na arte do renascimento. 2ed. Lisboa – PT: Editorial Estampa, 1995.

PEREIRA, S. G. Arte brasileira no século XIX. Belo Horizonte: C/Arte, 2008.

RUGENDAS, J. M. Encontro de índios com viajantes europeus. 1827-1835. Litografia.

______. Plantação chinesa de chá: Jardim botânico do Rio de Janeiro. 1835. Litografia.

______. Dança dos Puris. 1835. Litografia.

______. Viagem pitoresca através do Brasil. Trad. Sérgio Millet. Belo Horizonte; Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1989.

SEABRA, L. D. Intercâmbio cultural entre Macau e Brasil. Revista do Instituto Cultural do Governo da R. A. E. de Macau (Edição internacional). Macau, n. 46, p. 6-19, 2014. Disponível em: http://www.icm.gov.mo/deippub/rcMagP.asp. Acesso em: 20 jan. 2017.

SILVA-REIS, D.; BAGNO, M. Os intérpretes e a formação do Brasil: os quatro primeiros séculos de uma história esquecida. Cadernos de Tradução, Florianópolis, v. 36, n. 3, p. 81-108, 2016.

SPIX, J. B. V.; MARTIUS, C. F. P. Viagem pelo Brasil 1817-1820. Trad. Lúcia Furquim Lahmeyer. São Paulo: EDUSP, 1981. t. 1.

VALE, M. R. S. do. Tempo, memória e oralidade: uma análise da população residente na área continental de São Vicente (litoral sul de São Paulo). 2008. 221 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, SP, 2008.

Downloads

Publicado

21.12.2017

Como Citar

SILVA-REIS, D. História Visual da Tradução: a iconografia do século XIX no Brasil. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 11, n. 5, p. 1475–1504, 2017. DOI: 10.14393/DL32-v11n5a2017-5. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/37395. Acesso em: 26 jul. 2024.