Júri (dis)simulado
proposta de atividade para o estudo do gênero textual/discursivo “depoimento pessoal” sob o viés da oralidade e da variação linguística
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL30-v11n3a2017-7Palavras-chave:
Ensino de língua portuguesa, Gêneros textuais/discursivos, Oralidade, Variação linguísticaResumo
Este artigo evidencia que o trabalho adaptado com o júri escolar, aqui designado como “Júri (dis)simulado”, configura-se como uma prática de letramento realizada num contexto significativo de aprendizagem. Respaldamo-nos teoricamente em Bakhtin (2003), Bortoni-Ricardo e Dettoni (2001), Hilgert (1996), Marcuschi (2008), dentre outros. Por meio desse artigo, apresentamos uma proposta de material didático que estimule nos alunos, sobretudo, a leitura e análise do gênero textual/discursivo “depoimento pessoal”, buscando ultrapassar os limites da consciência ingênua para a consciência crítica desse gênero, reconhecendo as intenções explícitas e implícitas nele transmitidas. A atividade didática aqui proposta possibilita aos estudantes um momento orientado de estudo, focando de maneira crítica e analítica o continuum oralidade e escrita desse gênero, bem como a observação da importância de questões como respeito ao turno conversacional, assalto ao turno, marcas de oralidade, entonação das frases e intensidade da voz, dentre outros fatores. Permeando essas questões, também objetivamos possibilitar atividades de reflexão sobre a língua e a linguagem, desconstruindo falsas crenças e preconceitos linguísticos de que há uma variedade linguística melhor ou superior a outras. Por meio do “Júri (dis)simulado”, pretendemos promover o trabalho não só com as variedades de maior prestígio, mas também com as variedades por vezes estigmatizadas pela maior parte da sociedade e que, frequentemente, são utilizadas pelos alunos. Assim, as atividades objetivam também valorizar as variedades de não prestígio que caracterizam a identidade dos alunos e que se fazem presentes no gênero textual/discursivo “depoimento pessoal”, para, então, desenvolvemos competências de uso da variedade culta da própria língua.Downloads
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Referências
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