A aquisição fonológica variável da nasal velar por aprendizes de inglês-l2
análise pela Teoria da Otimidade Estocástica
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL22-v10n2a2016-10Palavras-chave:
Aquisição, Variação, TO Estocástica, GLA, Nasal velarResumo
Este artigo apresenta uma análise formal da Interlíngua de aprendizes brasileiros (gaúchos) de Inglês quanto à aquisição da nasal velar em coda silábica. A análise está associada ao algoritmo de aprendizagem da Teoria da Otimidade Estocástica, o GLA (Gradual Learning Algorithm) (BOERSMA e HAYES, 2001), que considera a aquisição como o ordenamento hierárquico de restrições linguísticas, em que a variação é representada pela sobreposição de pontos de seleção das restrições numa escala contínua. O status da variação na L1 (primeira língua, Português) e na L2 (segunda língua, Inglês) é distinto, tem condicionamento fonético na primeira e fonológico na segunda. O ponto de partida da aquisição da L2 é o ranking da L1, de configuração M(arcação)>>F(idelidade). Na formalização proposta, uma restrição AGREE (M), que exige partilha de ponto de articulação na sequência vN_#, possui valor de ranqueamento próximo ao de uma restrição IDENT (F), que requer identidade quanto ao ponto da nasal no input e no output. O modelamento feito reitera o potencial do algoritmo no que diz respeito à formalização de sistemas variáveis de L2. Adquirir a nasal velar é promover Fidelidade em direção ao input, através do ajuste gradual das restrições.
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