Análise perceptiva e acústica em fonética forense
uma pesquisa em disfarce de voz
DOI:
https://doi.org/10.14393/DL22-v10n2a2016-7Palavras-chave:
Análise Perceptiva, Aanálise Acústica, Fonética Forense, Disfarce de Voz, Análise de vogaisResumo
O objetivo maior deste trabalho de pesquisa foi introduzir um grupo de alunos de graduação em Letras nas atividades de análise perceptiva e acústica em contexto forense. Para isso um texto de 75 palavras foi criado para simular uma situação de sequestro. Cinquenta participantes, divididos em grupos de dez de acordo com gênero e faixa etária, foram gravados lendo o texto em voz normal e, em seguida, disfarçando a sua voz. Para a análise perceptiva, foi utilizado o protocolo VPAS (LAVER, 1980; CAMARGO E MADUREIRA, 2008), realizada por seis pessoas (juízes). Para a análise acústica, usou-se o software PRAAT para medição de duração, F0, F1 e F2. Vozes femininas e masculinas foram comparadas e alguns resultados confirmam algumas tendência universais, como: a duração intrínseca das vogais, na qual as vogais mais baixas são mais longas que as vogais mais altas; informantes do sexo feminino apresentam valores de frequência de F0, F1 e F2 mais altas que os do sexo masculino; as mulheres apresentam espaço vocálico maior que os homens. Os ajustes mais frequentes para o disfarce de voz foram: a mandíbula aberta e a protrusão labial, como ajustes supralaríngeos, o falsete e a voz áspera, como ajustes de fonação.
Downloads
Métricas
Referências
BEHLAU, M. Voz: O livro do especialista. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. Vol. 1.
BELL, A. G. Vowel theories. In: American Journal of Otology, Vol. 1, p. 163-180, 1879.
BRAID, A. C. M. Fonética Forense. Campinas: Millennium, 2003, 2. ed.
CAMARA JR., J. M. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Editora Vozes, 2002. 35. ed.
CAMARGO, Z.; MADUREIRA, S. Voice quality analysis from a phonetic perspective: Voice Profile Analysis Scheme Profile for Brazilian Portuguese (BP-VPAS). In: Proceedings Of The Fourth Conference On Speech Prosody. Campinas, 2008.
DAJER, M. E. Análise de Sinais de Voz por padrões visuais da dinâmica vocal. Tese de Doutorado. Programa de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia da USP, 2010.
DUCKWORTH, M.; MCDOUGAL, K.; DE JONG, G.; SHOCKEY, L. Improving the consistency of formant measurement. In: The International Journal of Speech, Language and the Law, Vol. 18.1, 2011, p. 35-51. http://dx.doi.org/10.1558/ijsll.v18i1.35
ERIKSSON, A. The Disguised Voice: Imitating Accents or Speech Styles and Impersonating Individuals. In: Language and Identities, 8. Edinburg: Kapitel, 2010. p.86 – 96.
ESCUDERO, P.; BOERSMA, P.; RAUBER, A. S.; BION, R. A. H. A cross-dialect acoustic description of vowels: Brazilian and European Portuguese. Journal of Acoustic Society of America, 126 (3), 2009, 1379–1393. http://dx.doi.org/10.1121/1.3180321
ESPINDULA, A. Perícia Criminal e Cível: Uma visão geral para peritos e usuários da perícia. Campinas: Millennium Editora Ltda, 2005, 2. ed.
FANT, G. The Acoustic Theory of Speech Production. The Hague: Mouton, 1960.
GILLIER, R. O disfarce de voz em fonética forense. Master Thesis, Departamento de Linguística Geral e Românica, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, 2011.
GOMES, M. L. C.; CARNEIRO, D. O. A fonética forense no Brasil: cenários e atores. Language and Law/Linguagem e Direito. Vol. 1(1), 2014. p. 751-754.
GOMES, M. L. C.; RICHERT, L. C.; MALAKOSKI, J. Identificação de locutor na área forense: a importância da pesquisa interdisciplinar. Anais do X Encontro do CELSUL – Círculo de Estudos Linguísticos do Sul UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná Cascavel-PR, 2012.
GOLD, E.; FRENCH, P. An International Investigation of Forensic Speaker Comparison. In: ICPhS XVII. Hong Kong, 2011. p. 751-754.
HOLLIEN, H. Forensic Voice Identification. London, UK: Academic Press, 2002.
IAFPA. Proceedings of IAFPA 2015. 24th Annual Conference of the International Association for Forensic Phonetics and Acoustics. Leiden: Leiden University, 2015.
JONES, D. An outline of English phonetics. Cambridge: Heffer, 1962.
KEATING, P. Universal phonetics and the organization of grammars. In: FROMKIN, V. Phonetic Linguistics: essays in honor of Peter Ladefoged. New York: Academic Press, 1995. p. 115-132.
KENT, R. D.; READ, C. Acoustic Analysis of Speech. Albany: Singular, 2002. 2. ed.
KINOSHITA, Y., ISHIHARA, S., ROSE, P. Exploring the discriminatory potential of F0 distribution parameters in traditional forensic speaker recognition. Equinox Publishing Online, p. 92, 2009.
KREIMAN, J.; GERRATT, B. R. Perceptual Evaluation of Voice Quality: Review, Tutorial, and a Framework for Future Research. Journal of Speech and Hearing Research. Vol. 36, p. 21-40, Fev. 1993. http://dx.doi.org/10.1044/jshr.3601.21
KREIMAN, J.; SIDTIS, D. Foundations of Voice Studies. Malden: Wiley-Blackwell, 2013.
KREMER, R. L.; GOMES, M. L. C. A eficiência do disfarce em vozes femininas: uma análise da frequência fundamental. ReVEL, vol. 12, n. 23, 2014.
KREMER, R. L. Fundamental frequency: an analysis of age and gender. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para conclusão de grau de licenciado no curso de Licenciatura em Letras Português/Inglês da UTFPR Curitiba, 2015.
KÜNZEL, H. J. Effects on voice disguise on speaking fundamental frequency. In: Forensic Linguistics, 7 (2). Birmingham: University of Birmingham Press, 2000. p. 149-179.
______. Beware of the ‘telephone effect’: the influence of telephone transmission on the measurement of formant frequencies. Forensic Linguistics 8(1) 2001. p. 1350-1771.
LAVER, J. The Phonetic Description of Voice Quality. Cambridge: Cambridge University Press, 1980.
LINDBLOM, B. Vowel duration and a model of lip-mandible coordination. Speech Transmission Laboratory – Quarterly Progress and Status Report. Stockholm, 1, 29.
MADAZIO, G. Diagrama de desvio fonatório na clínica vocal. Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina, para a obtenção do Título de Doutor em Ciências, 2009.
MARCHAL, A.; REIS, C. Produção da fala. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012.
MASTER, S. Análise acústica e perceptivo-auditiva da voz de atores e não atores masculinos: Long term average spectrum e o “formante do ator”. Tese de Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana da Escola Paulista de Medicina da USP, 2005.
MASTHOFF, H. A report on voice disguise experiment. In: Forensic Linguistics, Vol.3 (1), Equinox Publishing Online, UK, 1996, p. 160-167.
MOISIK, S. R. Harsh Voice Quality and Its Association with Blackness in Popular American Media. In: Phonetica, 69, 2012. p. 193-215. http://dx.doi.org/10.1159/000351059
NOLAN, F.; GRIGORAS, C. A case for formant analysis in forensic speaker identification. In: International Journal of Speech Language and the Law, 12(2), 2005. p. 143-173. http://dx.doi.org/10.1558/sll.2005.12.2.143
NOLAN, F.; MCDOUGALL, K.; DE JONG, G.; HUDSON, T. The DyViS database: style-controlled recordings of 100 homogeneous speakers for forensic phonetic research. In: International Journal of Speech Language and the Law, 16(1), 2009. p. 31-57.
NOLAN, F; MCDOUGALL, K.; HUDSON, T. Some acoustic correlates of perceived (dis)similarity between same-accent voices. In LEE, W. S.; ZEE, E. Proceedings of the 17th International Congress of Phonetic Sciences, Hong Kong, 2011, p. 1506-1509.
NOOTEBOOM, S. The Prosody of Speech: Melody and Rhythm. In: HARDCLATLE, W. J.; LAVER, J. The Handbook of Phonetic Sciences. Oxford: Blackwell, 1997. p. 640-673.
PIETROFORTE, A. V. A língua como objeto da linguística. In: MUSSALIN, F.; BENTES, A. C. Introdução à Linguística 3: fundamentos epistemológicos. São Paulo: Cortez, 2005. p. 75-93.
ROSE, P. Forensic Speaker Identification. Canberra: Taylor & Francis, 1997.
STEVENS, K. N. Articulatory-Acoustic-Auditory Relationships. In: HARDCLATLE, W. J.; LAVER, J. The Handbook of Phonetic Sciences. Oxford: Blackwell, 1997. p. 462-506.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos da licença Creative Commons
CC BY-NC-ND 4.0: o artigo pode ser copiado e redistribuído em qualquer suporte ou formato; os créditos devem ser dados ao autor original e mudanças no texto devem ser indicadas; o artigo não pode ser usado para fins comerciais; caso o artigo seja remixado, transformado ou algo novo for criado a partir dele, o mesmo não pode ser distribuído.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.