DL em 2024

03.01.2022

Os textos para as seções temáticas serão recebidos até julho/2024. Textos para essas seções devem ser submetidos diretamente para cada seção (ao invés de submissão na seção artigo).

 

Internacionalização e ensino de línguas estrangeiras: perspectivas plurilíngues

 

Organizadoras

Marina Mello de Menezes Felix de Souza (UFOB)

Heloisa Albuquerque (USP)

Valeska Virgínia Soares Souza (UFU)

Telma Cristina de Almeida Silva Pereira (UFF)

 

O processo de internacionalização das Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras e as ações por ele desencadeado tem sido um ponto central de discussão no âmbito das políticas linguísticas dessas instituições. A internacionalização é um processo que tem como objetivo principal assegurar a visibilidade nacional e internacional da produção e da mobilidade acadêmica das IES num contexto mais amplo. Nesse contexto, ações glotopolíticas que envolvem gestores, docentes e discentes em práticas de ensino, pesquisa e extensão buscam ampliar relações através de sua participação em projetos cujos desdobramentos incidem em nível local, regional e internacional. Atualmente, a política linguística educativa concernente ao Ensino Básico não valoriza o plurilinguismo, embora o Ministério da Educação (MEC) tenha elaborado documentos com foco na internacionalização para esse segmento. Dessa forma, cientes da importância da internacionalização e das questões didáticas e político-linguísticas que elas suscitam para a sua concretização, neste dossiê temos por objetivo reunir artigos que discutam (a) os desafios da política educacional em prol do plurilinguismo; (b) o impacto   do   processo   de   internacionalização   na   formação   de professores de línguas estrangeiras; (c) as ações glotopolíticas e didáticas de línguas e culturas com vistas à internacionalização; (d) o papel da língua, da linguagem e da cultura no processo de internacionalização; (e) as questões de multinguismo, plurilinguismo e translingualismo; (f) questões relacionadas aos contextos de imigração e refúgio.

 

Algoritmos e sistemas de inteligência artificial e(m) processos de produção de sentidos

 

Organizadoras

Simone Tiemi Hashiguti (IEL/UNICAMP)

Elizangela Patrícia Moreira da Costa (PPGL/UNEMAT)

 

Para horror de várias pessoas e deleite de tantas outras, foram lançadas, no ano de 2023, no Brasil, campanhas publicitárias que trouxeram como personagens principais pessoas já falecidas, cujos corpos e/ou vozes foram recriados por sistemas de inteligência artificial (IA). Ao mesmo tempo, acompanhamos o desenvolvimento de chatbots altamente sofisticados, que conseguem produzir e revisar com grande acurácia textos escritos, além de serem capazes de falar, conversar e, até mesmo, fornecer códigos de programação. São sistemas computacionais e produtos por eles gerados que vão rapidamente ganhando popularidade e adesão quase instantâneas, sendo utilizados por pessoas dos mais diversos segmentos e setores e para os mais diversos fins. Em meio a tudo isso, observamos que o cotidiano linguageiro, textual, mnemônico e afetivo da maior parte da população urbana global acontece com ou é determinada pela sua relação com os algoritmos e sistemas de IA criados e mantidos pelas grandes corporações.

Numa posição crítica e problematizadora dessa tendência, contudo, vemos surgir cada vez mais grupos de ativismo digital que questionam o uso e os efeitos dessas tecnologias enquanto cientistas, eles próprios antes protagonistas na história do desenvolvimento de tecnologias de IA, estão vindo a público alertar para o perigo e a potencialidade mortal para a humanidade de tais sistemas computacionais. Como tem sido exposto em estudos em diferentes países, casos de disputas políticas que envolvem o uso de robôs e da disseminação em massa de fake news não são raros e abundam soluções computacionais que repetem práticas de racismo e sexismo que são típicas do comportamento humano de exclusão e violência contra o diferente, numa prova clara de que sistemas computacionais e o espaço digital podem ser igualmente coloniais.

É nesse momento histórico, em que ainda não está claro para a maioria de nós qual deve ser a ética no uso de IAs e em que uma grande maioria ainda não resiste ao uso de redes sociais e ao compartilhamento de dados, mas quando já começamos a questionar como devemos lidar com esses avanços tecnológicos para nossa saúde, nossa educação e nossa (co)existência futura, que lançamos esta chamada para publicação.

Algumas perguntas que expressam nossa inquietação com relação ao tema são: Como temos produzido sentidos e nos constituído sujeitos de linguagem junto aos algoritmos e aos sistemas de IA? Como esses elementos invisíveis e praticamente onipresentes têm nos afetado em nossas práticas linguageiras, afetivas e/ou educacionais? Como essas tecnologias têm entrado na sala de aula de línguas e afetado os processos de educação linguística? O que nos ensinam os coletivos e grupos de ativismo digital anticoloniais?

Nesse sentido, convidamos autores e autoras a submissões de artigos que versem sobre esses e outros aspectos relacionados à questão dos algoritmos/sistemas de IA, na relação com a linguagem humana, e/ou com a educação linguística, com o objetivo de proporcionar uma visão mais abrangente dos desafios e potencialidades oferecidas pelo uso cada vez mais difundido de tecnologias algorítmicas no campo da linguagem.