Infinitude e mereologia na construção da estética teórica de Kant
DOI:
https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v38a2024-74946Palavras-chave:
Kant, Contrapartidas incongruentes, Espaço, Geometria, Parte, TodoResumo
Esse texto procura estabelecer a conexão entre o opúsculo “Sobre o primeiro fundamento da distinção de direções no espaço” (GUGR), de 1768, e a Crítica da razão pura (KrV), de 1781, procurando evidenciar que há um programa de pesquisa de Kant sobre a estrutura do espaço que principia com as reflexões estabelecidas a partir das contrapartidas incongruentes. Para defender esse argumento, há uma grande dificuldade, pois Kant não se reporta às contrapartidas incongruentes no texto da primeira crítica. São vários os comentadores que se reportam a esse fato para minorar a importância do texto de 1768 para a constituição da estética teórica. Para caracterizar a importância das contrapartidas incongruentes para o pensamento crítico, procuraremos examinar uma tese do espaço exposta nos Prolegômenos a toda a metafísica futura (Prol), de 1783, que é a de que somente o todo é fundamento de possibilidade das partes. Se os Prolegômenos fazem o caminho invertido, o do método analítico, e a Crítica da razão pura percorre o caminho sintético, quais seriam, nesse caso, as condições de possibilidade de uma estética que deveria ser construída a priori? Ao analisar essa questão, procuraremos mostrar que a sua solução depende das contrapartidas incongruentes nos Prolegômenos, e que ela é igualmente decisiva para a construção da Estética Transcendental. Com essa estratégia, procuraremos mostrar que há pressupostos epistemológicos em comum entre os três textos.
Palavras-chave: Kant. Contrapartidas incongruentes. Espaço. Geometria. Parte. Todo.
Infinitude and mereology in the construction of Kant’s theoretical aesthetics
Abstract: The aim of this text is to establish the connection between the 1768 essay “Concerning the ultimate ground of the differentiation of directions in space” (GUGR) and the 1781 Critique of Pure Reason (KrV), seeking to show that Kant has a research program regarding the structure of space that begins with reflections established from incongruent counterparts. There is considerable difficulty in defending this argument, because Kant does not refer to incongruent counterparts in the text of the first critique. Several commentators have referred to this fact to downplay the importance of the 1768 text for constituting theoretical aesthetics. To characterize the importance of incongruent counterparts for critical thinking, we examine a thesis on space presented in the Prolegomena To Any Future Metaphysics (Prol), of 1783, which is that only the whole is the ground for the possibility of the parts. If the Prolegomena take the opposite route, that of the analytical method, and the Critique of Pure Reason follows the synthetic route, what, in this case, would be the conditions for the possibility of an aesthetic that should be constructed a priori? In analyzing this question, we seek to show that its solution depends on the incongruent counterparts in the Prolegomena, and that it is equally decisive for constructing Transcendental Aesthetics. Using this strategy, we seek to show that the three texts have epistemological assumptions in common.
Keywords: Kant. Incongruent counterparts. Space. Geometry. Part. Whole.
Infinitud y mereología en la construcción de la estética teórica de Kant
Resumen: El presente texto busca establecer la conéxion entre el opúsculo “Sobre el fundamento primero de la diferencia entre las regiones del espacio” (GUGR), de 1768, y la Crítica de la razón pura (KrV), de 1781, intentando evidenciar que hay un programa de investigación de Kant sobre la estructura del espacio que empieza con las reflexiones establecidas a partir de las contrapartidas incongruentes. Para defender ese argumento, hay una gran dificultad, pues Kant no se reporta a las contrapartidas incongruentes en el texto de la primera crítica. Son varios los comentadores que se reportan a ese hecho para minimizar la importancia del texto de 1768 para la constitución de la estética teórica. Para caracterizar la importancia de las contrapartidas incongruentes para el pensamiento crítico, procuraremos examinar una tesis del espacio expuesta en los Prolegómenos a toda metafísica futura (Prol), de 1783, que es de que solamente el todo es fundamento de posibilidad de las partes. Se los Prolegómenos hacen el camino invertido, del método analítico, y la Crítica de la razón pura recorre el camino sintético, ¿cuales serían, en ese caso, las condiciones de posibilidad de una estética que debería ser construida a priori? Al analizar esa cuestión, procuraremos mostrar que su solución depende de las contrapartidas incongruentes en los Prolegómenos, y que ella es igualmente decisiva para la construcción de la Estética Transcendental. Con esa estratégia, esforzaremos en mostrar que hay presupuestos epistemológicos en común entre los tres textos.
Palavras clave: Kant. Contrapartes incongruentes. Espacio. Geometría. Parte. Todo.
Data de registro: 20/08/2024
Data de aceite: 30/10/2024
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