Por uma política de leitura aberta de mundos:

o buraco negro e o fim do mundo como possibilidade de nascimentos crianceiros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v34n70a2020-51976

Palavras-chave:

Leitura como atividade, Gênero e sexualidade, Buracos negros

Resumo

Por uma política de leitura aberta de mundos: o buraco negro e o fim do mundo como possibilidade de nascimentos crianceiros

Resumo: Este artigo é resultado de conversas afiadas e tecidas nos inconformismos e rebeldias desde as margens dos buracos negros de vidas em dissidências. O texto busca tensionar os buracos fechados pela polícia do sistema sexo-gênero na manutenção de seus privilégios e que não nos permite, via políticas públicas, acessar histórias em gêneros e sexualidades diferentes das tradicionais narrativas feitas para meninos e meninas de um certo tipo. Há subjetividades circulando entre nós nos espaços educativos que convocam os corpos, os gêneros e as sexualidades ao direito de nascerem, crescerem, florescerem e coabitarem o mundo, as escolas, as memórias e as narrativas hegemônicas das políticas curriculares na literatura infanto-juvenil. Exercitando perguntas que não se conformam com as histórias contadas, apresentadas e curricularizadas diariamente, o artigo faz problema sobre os modos de ler heterocêntricos que privilegiam o cérebro. Propõe, então, leituras buraco-negro. Estas apostas políticas, feitas de políticas anais e suas revoluções, buscam despreguear as relações de poder e as literaturas.

Palavras-chave: Leitura como atividade; Gênero e sexualidade; Buracos negros.

For an open world reading policy: the black hole and the end of the world as a possibility for births of childhoods

Abstract: This article is the result of sharp conversations woven into nonconformities and rebellion from the margins of black holes in dissenting lives. The text seeks to tension the holes closed by the sex-gender police in maintaining their privileges and that does not allow us, through public policy, to access stories in genres and sexualities different from traditional narratives made for boys and girls of a certain type. There are subjectivities circulating among us in the educational spaces that call the bodies, genders and sexualities to the right to be born, grow, flourish and cohabit the hegemonic world, schools, memories and narratives of curriculum policies in children's literature. Exercising questions that do not conform to the stories told, presented and curricularized daily, the article questions the heterocentric ways of reading that privilege the brain. It then proposes black hole readings. These political bets, made up of anal politics and their revolutions, seek to unravel power relations and literatures.

Keywords: Reading as an activity; Gender and sexuality; Black holes.

Por una política de lectura de mundo abierto: el agujero negro y el fin del mundo como posibilidad para el nascimiento de las infâncias

Resumen: Este artículo es el resultado de conversaciones agudas entretejidas en no conformidades y rebeliones desde los márgenes de los agujeros negros en vidas disidentes. El texto busca tensar los agujeros cerrados por la policía de género y sexo para mantener sus privilegios y eso no nos permite, a través de políticas públicas, acceder a historias de géneros y sexualidades diferentes a las narrativas tradicionales hechas para niños y niñas de cierto tipo. Hay subjetividades que circulan entre nosotros en los espacios educativos que llaman a los cuerpos, los géneros y las sexualidades al derecho a nacer, crecer, florecer y convivir con el mundo hegemónico, las escuelas, los recuerdos y las narrativas de las políticas curriculares en la literatura infantil. Ejercitando preguntas que no se ajustan a las historias contadas, presentadas y curriculadas diariamente, el artículo cuestiona las formas heterocéntricas de lectura que privilegian el cerebro. Luego propone lecturas de agujeros negros. Estas apuestas políticas, formadas por políticas anales y sus revoluciones, buscan desentrañar las relaciones de poder y la literatura.

Palavras clave: Lectura como actividad; Género y sexualidad; Agujeros negros.

Data de registro:  11/12/2019

Data de aceite: 26/08/2020

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alexsandro Rodrigues, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Doutor em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Professor do Centro de Educação da Universidade Federal do Espírito Santo e professor no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Institucional (PPGPSI/UFES). E-mail: xela_alex@bol.com.br ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5998-4978

Leonardo Lemos de Souza, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP)

Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Professor Adjunto do Departamento de Psicologia Social da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP- Campus de Assis)  atuando no Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Campus de Assis e no Programa de Pós-Graduação em Educação - Campus de Marília. E-mail: leonardo.lemos@unesp.br   ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3331-1847  

Referências

CERTEAU, Michel. A invenção do Cotidiano 1: artes de fazer. 7. ed. Petrópolis. RJ: Vozes, 1994.

BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa da assembleia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

COLLODI, Carlo. Pinóquio. Trad. Edith Negraes. São Paulo. Hemus Editora, 1985.

ELLSWORD, Elizabeth. Modos de endereçamentos: uma coisa de cinema, uma coisa de educação também. In: SILVA, Tomaz Tadeu (Org.). Nunca fomos humanos: nos rastros do sujeito. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se complementam. 45. ed. São Paulo: Cortez, 2003.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Trad. Roberto Machado. 22. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2006.

FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, as heterotopias. Trad. Salma Tannus Muchail. São Paulo: n-1 edições, 2013.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. O anti-édipo. Trad. Luiz Orlandi. São Paulo: Editora 34, 2010.

HOCQUENGHEM, Guy. A contestação homossexual. São Paulo. Brasiliense, 1980.

PRECIADO, Paul Beatriz. Manifesto contrassexual: práticas subversivas da identidade sexual. Trad. Maria Paula Gurgel Ribeiro. São Paulo: n-1 edições, 2014.

PRECIADO, Paul B. Testo Junkie: sexo drogas e biopolítica na era farmacorpornográfica. Trad. Maria d Paula Gurgel Ribeiro. São Paulo: n-1 edições, 2018.

RUBIN, Gayle. Políticas do sexo. Trad. Jamile Pinheiro Dias. São Paulo: Ubu Editora, 2017.

SAEZ, Javier; CORRASCOSA, Sejo. Pelo cu: políticas anais. Trad. Rafael Leopoldo. Belo Horizonte: Letramento, 2016.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias de currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.

VIDARTE, Paco. Ética bixa: proclamações libertárias para uma militância LGBTQ. Trad. Pablo Cardellino e Maria Selenir Nunes dos Santos. São Paulo: n-1 edições, 2019.

Downloads

Publicado

2021-01-18

Como Citar

RODRIGUES, A.; DE SOUZA, L. L. Por uma política de leitura aberta de mundos: : o buraco negro e o fim do mundo como possibilidade de nascimentos crianceiros. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 34, n. 70, p. 103–131, 2021. DOI: 10.14393/REVEDFIL.v34n70a2020-51976. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/51976. Acesso em: 27 jul. 2024.

Edição

Seção

Dossiê Governo das diferenças e as cartografias do ingovernável na educação: