Dissidências do sujeito um: reflexões sobre autonomia a partir da Antropologia e Educação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v39a2025-72873

Palavras-chave:

sujeito autopoéticos, corpo ativo, relações

Resumo

Resumo: Este artigo busca problematizar as ideias de corpo, indivíduo e processos educativos, a fim de complexificar na Educação a noção de autonomia a partir da discussão filosófica da temática em questão no campo da Antropologia. Trata-se de uma pesquisa de cunho metodológico de ensaio, de base essencialmente bibliográfica e teórica. Nosso argumento aponta que para o fomento do sujeito autônomo, e por conseguinte a noção de autonomia, o aspecto relacional não é só fundamental, mas fundante. Para tal, discutimos algumas noções importantes como sujeito, corpo e processos educativos. Concluímos que olhar sujeitos autopoéticos coloca na mesa das discussões que as pessoas são autocriadas e autoprodutoras nas relações com os outros, e, que fazer pesquisa na Educação e produzir conhecimento para área, deve-se preocupar-se menos em estabelecer conceitos e mais em pesquisar com as indeterminações/mudanças nos processos de ensinar e aprender através das relações.

Palavras-chave: Sujeito Autopoéticos; Corpo Ativo; Relações.

Dissent from subject one: reflections on autonomy from Anthropology and Education

Abstract: This essay seeks to problematize the ideas of the body, the individual and educational processes in order to complexify the notion of autonomy in Education, based on a philosophical discussion of the issue in question in the field of Anthropology. This is a methodological essay based essentially on bibliography and theory. Our argument is that in order to foster the autonomous subject, and therefore the notion of autonomy, the relational aspect is not only fundamental, but also foundational. To this end, we discuss some important notions, such as subject, body and educational processes. We conclude that looking at autopoietic subjects puts on the table the idea that people are self-created and self-producing in their relationships with others, and that doing research in Education and producing knowledge for the area should be less concerned with establishing concepts and more with researching the indeterminacies/changes in the processes of teaching and learning through relationships.

Keywords: Autopoietic Subject; Active Body; Relationships.

Disentir del sujeto uno: reflexiones sobre la autonomía desde la Antropología y la Educación

Resumen: Este ensayo busca problematizar las ideas de cuerpo, individuo y procesos educativos para complejizar la noción de autonomía en la Educación, a partir de una discusión filosófica del tema en cuestión en el campo de la Antropología. Se trata de un ensayo metodológico basado esencialmente en la bibliografía y la teoría. Nuestro argumento es que para fomentar el sujeto autónomo, y por lo tanto la noción de autonomía, el aspecto relacional no sólo es fundamental, sino también fundacional. Para ello, discutimos algunas nociones importantes, como las de sujeto, cuerpo y procesos educativos. Concluimos que mirar a los sujetos autopoiéticos pone sobre la mesa la idea de que las personas se autocrean y autoproducen en sus relaciones con los demás, y que investigar en Educación y producir conocimiento para el área debería preocuparse menos por establecer conceptos y más por investigar las indeterminaciones/cambios en los procesos de enseñanza y aprendizaje a través de las relaciones.

Palabras clave: Sujeto Autopoiético; Cuerpo Activo; Relaciones.

Data de registro: 24/03/2024

Data de aceite: 19/02/2025

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

Referências

CHARLOT, Bernard. A pesquisa educacional entre conhecimentos, políticas e práticas: especificidades e desafios de uma área de saber. Revista Brasileira de educação, São Paulo, v. 11, n. 31, p. 7-18, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-24782006000100002.

DAUSTER, Tania. “Entre a Antropologia e a Educação” – a produção de um diálogo imprescindível e de um conhecimento híbrido. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 6, n. 1, 2, p. 197-207, 2004.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

HIRST, Paul Haywood; PETERS, Richard Stanley. A lógica da educação. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.

KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1978.

LAVE, Jean; WENGER, Etienne. Situated Learning: Legitimate Peripherical Participation. New York: Cambridge University Press, 1991. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511815355.

LAVE, Jean. Aprendizagem como/na prática. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 21, n. 44, p. 37-47, 2015. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-71832015000200003.

MAUSS, Marcel. As técnicas do corpo. In: MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. p. 399-422.

OLIVEIRA, Amurabi. Etnografia para educadores. São Paulo: Editora Unesp, 2023.

PEIRANO, Mariza GS. A teoria vivida: e outros ensaios. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. DOI: https://doi.org/10.4000/pontourbe.1890.

STRATHERN, Marilyn. Gênero de uma perna só. Trad. Bruno Pereira de Araujo. GIS-Gesto, Imagem e Som-Revista de Antropologia, São Paulo, v. 3, n. 1, p. 363-378, 2018. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2525-3123.gis.2018.142791.

STRATHERN, Marilyn. O eu na auto-ornamentação. Trad. Beatriz Braga et al. Maloca, Revista de Estudos Indígenas, Campinas v. 3, p. 1-17, 2020. DOI: https://doi.org/10.20396/maloca.v3i00.13707.

TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. “A casa de farinha é a nossa escola”: aprendizagem e cognição galibi-marworno. Política & Trabalho, João Pessoa, v. 1, n. 43, p. 65-96, 2015.

TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. Múltiplas infâncias: o que a criança indígena pode ensinar a quem já foi à escola ou A sociedade contra a escola. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS – ANPOCS, 33, 2009, Caxambu, Anais... Caxambu: Anpocs, 2009.

TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. Produzindo corpos ativos: a aprendizagem de crianças indígenas e agricultoras através da participação nas atividades produtivas familiares. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 21, n. 44, p. 141-172, 2015a. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-71832015000200007.

TOREN, Christina. A matéria da imaginação: o que podemos aprender com as ideias das crianças fijianas sobre suas vidas como adultos. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 16, n. 34, p. 19-48, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-71832010000200002.

TOREN, Christina. Como sabemos o que é verdade? O caso do mana em Fiji. Mana, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 449-477, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-93132006000200008.

TOREN, Christina. Mente, materialidade e história: como nos tornamos quem nós somos. In: BANNELL, Ralph Ings; MIZRAHI, Mylene, FERREIRA, Giselle (Orgs.). Deseducando a educação: mentes, materialidades e metáforas. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio, 2021. p. 181-206.

TSING, Anna Lowenhaupt. Socialidade mais do que humana: um chamado para a descrição crítica. In: TSING, Anna Lowenhaupt. Viver nas ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília: IEAB Mil Folhas, 2019. p. 119-140.

TSING, Anna Lowenhaupt. The mushroom at the end of the world. Princeton: Princeton University Press, 2015.

Downloads

Publicado

2025-12-29

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

MELO, Natália. Dissidências do sujeito um: reflexões sobre autonomia a partir da Antropologia e Educação. Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 39, p. 1–24, 2025. DOI: 10.14393/REVEDFIL.v39a2025-72873. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/72873. Acesso em: 30 dez. 2025.