Abstract
Anualmente as queimadas devastam grandes porções territoriais de florestas, campos e regiões agrícolas, consumindo uma grande quantidade de biomassa. No Brasil, as variações espaço-temporais no manejo do uso e cobertura da terra ocorrem, principalmente, devido à renovação de áreas agrícolas e de pastagem e o desmatamento de áreas na Floresta Amazônica provocam alterações nos ciclos das queimadas antropogênicas. Estes fatores influenciam diretamente na modificação do clima e do meio ambiente, onde os principais fatores modificadores incluem os impactos da energia liberada pelo fogo, os gases traços emitidos para a atmosfera, alteração do albedo, assim como modificações no balanço radiativo da atmosfera e nos ciclos biogeoquímicos. Desta forma, o principal objetivo deste trabalho é analisar os valores médios da área de fogo ativo para a América do Sul para diferentes fisionomias vegetais a partir da potência radiativa do fogo (FRP) calculada por satélites de média/baixa resolução. Para isto, utilizaram-se os sensores orbitais Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS) abordo da plataforma Terra, Thematic Mapper (TM) e Enhanced Thematic Mapper Plus (ETM+) a bordo dos satélites Landsat 5 e Landsat 7, respectivamente, e GOES Imager a bordo da constelação de satélites Geostationary Operational Environmental Satellite (GOES). Para determinar os valores médios da área de fogo ativo amostraram-se aleatoriamente 79 órbitas/pontos do Landsat estratificadas pela área dos ecossistemas brasileiros (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica) e pela distribuição dos valores médios de energia radiativa do fogo. Os resultados da análise climatológica indicaram que os tamanhos médios das áreas de fogo ativo para regiões de Florestas, agricultura, pastagem e vegetação herbáceo-arbustiva foram estimados em 4500 m2, 13.000 m2, 14.000 m2 e 9600 m2, respectivamente. Ainda, o coeficiente encontrado para estimar o tamanho de fogo ativo para as áreas de pastagem/gramíneas (0,00029 km².MW-1) foi aproximadamente 38% maior que o encontrado para as áreas de Floresta (0,00021 km².MW-1) e 31% maior que o mesmo coeficiente utilizado para estimar o tamanho do fogo em áreas de vegetação herbáceo-arbustiva (0,00022 km².MW-1) e 11% maior que o coeficiente empregado em áreas agrícolas (0,00026 km².MW-1).