Sensoriamento Remoto como Jogo Semiótico
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Resumo
A partir da metáfora do Sensoriamento Remoto como jogo semiótico, este artigo tem como propósito apresentar uma leitura semiótica do processo de obtenção e interpretação dos produtos oriundos dos sistemas sensores. Para tanto, empregou-se a teoria semiótica de Charles Sanders Peirce como fundamento teórico, sobretudo suas discussões sobre a estrutura do signo, as categorias fenomenológicas e as relações evidenciadas pela segunda tricotomia, quais sejam: dos ícones, índices e símbolos. O argumento central é que o emprego da metáfora do jogo para a prática do Sensoriamento Remoto permite um olhar mais minucioso sobre este processo, pois as abordagens desta prática costumam valorizar sobremaneira as discussões do âmbito físico, protagonizado pela radiação eletromagnética, mas deixam em um segundo plano as discussões sobre como os signos participam da semiose que permite a construção de conhecimento a partir desses registros. Como resultado, evidenciou-se como a noção de signo pode conectar as dimensões física/psíquica do Sensoriamento Remoto, as limitações semióticas desses registros na representação do Objeto dinâmico e a recorrência das estratégias heurísticas das relações imagéticas, indiciais e metafóricas no processo de transdução das feições desses produtos.
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